A ANOREXIA E BULIMIA

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    Sociologia

Projeto de pesquisa:

Anorexia e bulimia

Curitibanos

Novembro 2015

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COSTA,E MANUELLY BERNARDELLI^[1]

INTRODUÇÃO

Esse trabalho tem como tema principal transtornos alimentares na cidade de Curitibanos. A delimitação do tema se volta para pesquisa na cidade de curitibanos retratando as questões de anorexia e bulimia. O objetivo geral é conhecer e analisar os casos de anorexia e bulimia diagnosticadas em Curitibanos. Tem como objetivos específicos diferenciar anorexia e bulimia principalmente com suas consequências, compreender diagnósticos e tratamentos para os doentes, identificando aqueles de maneira congênita e influenciados pelas pressões sociais.  Na metodologia será usada pesquisa quantitativa utilizando estatísticas relacionadas ao número e a idade de jovens com tais doenças. A pesquisa de campo consiste na realização de entrevistas através de questionários com jovens diagnosticados com tais transtornos e psicólogos. Também pesquisa bibliográfica com base em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral.

A justificativa traz a situação da alimentação dos jovens hoje em dia em questão a qualidade então o tema se insere no contexto social e individual. Para os jovens, a má alimentação é uma coisa comum, pois usam da mesma para se inserirem na sociedade e acabam forçando seu corpo a ser uma coisa moldada. Assim tornam-se vitimas de si mesmo. E por fim a  hipótese ira trazer o arsenal de métodos que os doentes usam para o controle do baixo peso.

CONCEITUAÇÃO

Primeiro para compreender o assunto, é preciso saber sua definição.

[...]anorexia e bulimia são quadros psiquiátricos que afetam principalmente adolescentes e adultos jovens (embora uma procura maior de crianças se faça notar recentemente) do sexo feminino, levando a grandes prejuízos biopsicossociais com elevada morbidade e mortalidade (Doyle e Bryant-Waugh, 2000, s/p).

Segundo o dicionário anorexia é um distúrbio psicológico que causa a redução ou perda do apetite e que resulta em uma extrema magreza do indivíduo. Indo além do dicionário é muito mais do que isso, é uma doença psicológica que causa medo de engordar mesmo a pessoa estando muito abaixo do peso considerado normal, leva o individuo submeter-se a constantes exercícios físicos, dietas rigorosas além de mutilações entre outros métodos.

Já bulimia se trata de um transtorno alimentar que leva a pessoa a exagerar na ingestão de alimentos e logo a seguir provocar o vômito, assim como a anorexia, também leva o individuo a submeter-se a uma série pesada de exercícios, uso de laxantes e até ficar um longo período sem se alimentar.

DOENÇA x CULTURA

Ao longo da História, foi sempre evidente a importância decisiva da cultura enquanto reguladora do comportamento humano. É inevitável e perfeitamente compreensível que o individuo partilhe e interiorize um conjunto de atitudes, crenças, valores e comportamentos, que são transmitidos de geração em geração e comuns a todos os indivíduos dessa sociedade.  Consequentemente, o indivíduo molda as suas ações em função daquilo que é “normal” e aceitável no seu meio social, na procura incessante de preencher os requisitos exigidos pela sociedade à qual pertence. Com tudo, além de moldar seu caráter e sua personalidade, o individuo molda também seu corpo para se sentir parte de tal sociedade.

Construir a aparência é uma parte inevitável da produção de uma identidade, a sociedade capitalista insinua sonhos e desejos de corpos perfeitos e de beleza perfeita. Frost, 2005.

A imagem corporal é um complexo humano que envolve, entre muitos assuntos, aspectos sociais e culturais já que seu processo de construção esta associado às concepções determinantes da cultura e sociedade. Ao longo dos tempos o ideal de estética foi se modificando juntamente com valores e comportamentos. Hoje em dia na cultura ocidental se tem uma grande valorização da magreza como ideal de estética, com isso é compreensivo que pessoas dessa cultura procurem atingir tal ideal. Quando tal não acontece, entra-se em situação de insatisfação corporal, a qual consiste numa auto avaliação negativa da aparência física, o que terá, inevitavelmente, repercussões a nível psicológico. Com vista a alcançar o que a cultura e a sociedade aceitam, muitos s submetem a dietas, uso de laxantes, exercícios físicos exagerados e outros métodos para emagrecer ou manter a magreza, gerando assim um ciclo vicioso e consequentemente os distúrbios alimentares como a bulimia e a anorexia nervosa, as chamadas doenças dos países industrializados, dado o fenômeno da globalização, são doenças que estão em maior número em países com mais indústrias e também naqueles que estão em desenvolvimento. Nesse meio se tem algo contraditório, pois quanto mais industrializado o país, mais hábitos de sedentarismo e má alimentação (fast-food), que é o caso dos Estados Unidos, que ao mesmo tempo em que se tem um grande índice de obesidade, se tem também alto índice de transtornos alimentares que causam a magreza.

Nesta perspectiva, podemos considerar que na sociedade capitalista subsistem duas situações antagónicas: por um lado, a anorexia, caracterizada pela negação” excessiva da satisfação da necessidade biológica da ingestão de alimentos e, por outro lado, a obesidade, cuja característica principal é a “aceitação da satisfação dessa mesma necessidade, de uma forma contínua e abusiva. Ballone, 2003.

De facto, no ocidente, ser magra e bonita significa ter competência, sucesso e ser atraente sexualmente, vive-se uma verdadeira sobrevalorização das qualidades físicas. Vindo ao encontro destes valores, as dietas restritivas e cirurgias plásticas transmitem a ilusão de que o corpo é infinitamente maleável. Assim não ser ou não se ver magra é a maior causa da insatisfação corporal entre mulheres e vem se tornando cada vez mais comum. 

A cirurgia estética é uma verdadeira psicoterapia. Gilman, 1998.

As cirurgias sejam elas para, redução de peso ou para alteração de uma parte do corpo, estão se tornando um método mais comum e utilizado devido sua facilidade. Esse crescimento reflete a crença popular na sua habilidade, não só para corrigir a deformação corporal, mas também para “curar” e restabelecer a mente afetada pelo corpo.

Seguindo até aqui o que se entende é que a cultura e a sociedade são grandes influenciadores dos transtornos alimentares e psicológicos, e ao mesmo tempo se tornam uma forma de justificativa para ambos, como se o individuo necessitasse disso para se inserir culturalmente na sociedade.