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A INFLUÊNCIA DA ESCOLARIDADE NA LEITURA E COMPREENSÃO DOS RÓTULOS NUTRICIONAIS

Por:   •  5/10/2019  •  Artigo  •  1.688 Palavras (7 Páginas)  •  258 Visualizações

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INFLUÊNCIA DA ESCOLARIDADE NA LEITURA E COMPREENSÃO DOS RÓTULOS NUTRICIONAIS

INFLUENCE OF SCHOOLING IN THE READING AND UNDERSTANDING OF FOOD LABELS

E. F. de Souza1, M. L. S. Bento1, K. C. N. da Silva1; F. L. N de Oliveira2, G. A. Azerêdo3.

1Colégio Agrícola Vidal de Negreiros - Universidade Federal da Paraíba. CEP: 58220-000.

2Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco - IFPE. CEP: 55600-000

3Centro de Ciências Humanas, Sociais e Agrárias - UFPB. CEP:58220-000.

RESUMO

O objetivo foi identificar se a escolaridade exerce influência na leitura e compreensão dos rótulos. Foram coletados dados em três cidades, onde os consumidores responderam questões acerca das informações obrigatórias contidas nos rótulos alimentícios, além de questões sociodemográficas, como sexo, idade, estado civil, renda e escolaridade. Eles tinham, em sua maioria, 18 a 49 anos (72,6%) e com o nível máximo de escolaridade o ensino médio completo (46,3%). Considerando ao menos 12 anos de escolaridade, tivemos representados cerca de 65% dos participantes. Verificou-se que indivíduos com maior escolaridade tendem a ler e compreender melhor as informações sobre teor de sódio, colesterol, glúten, calorias e gorduras trans e saturadas. Isto evidencia o importante papel que escolaridade exerce sobre o processo de seleção e escolha dos produtos, com capacidade para excluir aqueles que podem causar possíveis implicações à saúde, bem como diminuem as chances de insegurança alimentar.

Palavras-chave: (grau de instrução, rotulagem, consumidores)

INTRODUÇÃO

Devido às constantes mudanças sofridas pela sociedade atual e a correria do dia a dia, diversas pessoas optam pela compra e consumo de alimentos industrializados, pela praticidade de preparo e falta de tempo para preparações de refeições mais caprichosas. Os alimentos industrializados carregam consigo seu rótulo, informando sua composição e outras informações que, por vezes, acabam por passar despercebidas.

A rotulagem deve esclarecer ao consumidor o que ele está prestes a consumir (CAVADA et. al., 2012). Pode ser definida como a descrição utilizada para informar o consumidor sobre as propriedades nutricionais dos alimentos, ajudando o indivíduo a comprar alimentos nutritivos e seguir uma alimentação balanceada. (SILVA, 2016). Porém, alguns fatores influenciam na compreensão dos rótulos nutricionais, o que afeta diretamente a finalidade a que se destina, tais como, faixa etária, gênero e escolaridade.

Pinheiro et. al. (2011) acreditam que o grau de escolaridade exerce influência na compreensão de dados contidos nos rótulos e que o desafio é causado também pela falta de conhecimento de alguns parâmetros tecnológicos e nutricionais. Soares, Neto e Silva (2016) ressaltam que a linguagem técnica contida nos rótulos contribui para que o consumidor tenha maiores dificuldades para compreender o que está escrito, o que leva boa parte dos consumidores a não ler (Bendino, Poolim, Oliveira, 2012).  Porém, tais informações contidas na rotulagem são fundamentais para orientar o consumidor sobre a qualidade e as quantidades dos compostos presentes no alimento (Nascimento, 2015).

Em estudo realizado por Souza et. al. (2016), foi constatado que a faixa etária também se coloca como fator que interfere na leitura e compreensão dos rótulos, sendo a faixa de 18 a 49 anos mais ativa na aquisição de produtos alimentícios, pois as faixas mais jovens não possuem recursos necessários para obtenção dos produtos e as faixas mais velhas, por diversos fatores, não costumam ir a supermercados fazer compras.

Machado (2013) afirma que a maioria dos consumidores que leem rótulos alimentares é do sexo feminino, o que implica dizer que apesar de todas as suas atividades, as mulheres ainda têm de escolher quais alimentos a família deve consumir. Afirma ainda, que o maior motivo que leva os consumidores a ler os rótulos é para saber o que estão ingerindo.

Considerando os riscos aos quais os consumidores ficam expostos com o consumo de alimentos industrializados, faz-se necessário estudos que identifiquem o grau de conhecimento e interesse da população quanto aos rótulos. Com base nas informações acerca de estudos realizados, o presente estudo teve por objetivo identificar se escolaridade exerce influência na leitura e compreensão dos rótulos.

MATERIAIS E MÉTODOS

Foram coletados dados em supermercados de três cidades do Estado da Paraíba, onde os consumidores foram abordados enquanto aguardavam na fila do caixa, com a liberação do espaço pelos administradores dos supermercados e consentimento dos consumidores sobre a voluntariedade e segurança da pesquisa. Consumidores de produtos alimentícios industrializados, escolarizados, de ambos os sexos e com idade mínima de 14 anos, foram os critérios de inclusão para a realização da pesquisa. Como instrumento para coleta de dados foi usado um questionário com questões objetivas, entre as quais, os consumidores voluntários responderam, além das questões que visavam verificar a percepção e compreensão dos mesmos em relação às informações obrigatórias contidas nos rótulos alimentícios, questões sociodemográficas, como sexo, idade, estado civil, renda e escolaridade. O banco de dados foi construído a partir das informações registradas nos formulários, com apoio do programa SPSS (Statistical Package for the Social Sciences). Além das análises de frequência absoluta e relativa, foi realizado o teste estatístico não paramétrico do Qui-quadrado para avaliar associação entre as variáveis, a um nível de significância de 5%.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A Tabela 1 apresenta a distribuição por faixa etária, gênero e níveis de escolaridade dos 300 indivíduos entrevistados, que apresentavam em sua maioria 18 a 49 anos (72,6%) e com o nível máximo de escolaridade o ensino médio completo (46,3%), seguido daqueles que tinham o fundamental completo (19,6¨%), superior (17%), fundamental incompleto (14,6%) e pós-graduado (2,3%). Considerando ao menos 12 anos de escolaridade, tivemos representados cerca de 65% dos participantes.

Tabela 1. Distribuição por faixa etária, gênero e níveis de escolaridade dos indivíduos.

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