ASPERGILLUS FLAVUS - CARACTERÍSTICA DO FUNGO
Por: LuanaP21 • 29/5/2018 • Seminário • 1.222 Palavras (5 Páginas) • 604 Visualizações
ASPERGILLUS FLAVUS
CARACTERISTICA DO FUNGO
É considerado um fungo de armazenamento e iniciador da deterioração das sementes. Como metabólito secundário produz mico toxinas e tem efeitos tóxicos e carcinogênicos. A presença do fungo não necessariamente é indicador da presença da mico toxina nos grãos. Na natureza, A. Flavus é capaz de crescer em muitas fontes de nutrientes. É predominantemente uma espécie saprófito e cresce em plantas mortas e tecido animal no solo. Por este motivo, é muito importante na reciclagem de nutrientes. O crescimento do fungo é favorecido em condições de calor seco. Os limites de temperatura para crescimento de Aspergillus Flavus variam de 10 a 43 ºC, sendo a temperatura de 33 ºC considerada a ótima.
As afla toxinas são mico toxinas produzidas pelo Aspergillus Flavus, capazes de contaminar determinadas produções de alimentos, mais especificamente os grãos, uma vez que esses alimentos são ingeridos por animais ou pelo ser humano, são capazes de causar algumas patogenicidades, gerando assim algumas doenças como carcinoma hepatocelular, e através do ar a aspergilose.Entre as espécies de Aspergillus, o Aspergillus Flavus pode ser o mais desprezível, pois provoca infecções diretas e ordenadas em seres humanos. A. flavus só perde para A. fumigatus, a principal causador de aspergilose agressiva humana (TIAN et al, 2012).
CARACTERISTICAS DA DOENÇA
Geralmente Aspergillus Flavus é responsável pela produção de afla toxinas do tipo B1 e B2, porém a maioria das cepas de Aspergillus Parasiticus produz todas as quatro toxinas (YIN et al, 2008). Visto que as afla toxinas são potencialmente cancerígenos, sua quantidade na alimentação humana e animal são rigorosamente monitorados e regulamentados na maioria dos países. Na União Europeia o teor máximo para B1 é 2µg/kg e 4µg/kg de afla toxinas totais em culturas agrícolas (OLIVEIRA et al, 2009). Em 2002, as autoridades brasileiras estabeleceram um limite máximo de 20μg/kg de afla toxinas totais (B1B2+ G1+G2) em amendoim (sem casca, cru ou assado), pasta de amendoim (ou manteiga de amendoim) e milho (inteiro, esmagado, purê, chão, refeições e farelos) (COLAKOGLU; DONMEZ, 2012). A afla toxina B1, além de ser mais abundante é o membro mais tóxico da família, sendo considerado um violento agente cancerígeno do fígado, causando carcinoma hepatocelular (CHC) em seres humanos e uma variedade de espécies animais (TIAN et al, 2013). A Organização Mundial de saúde (2002) classificou Afla toxina B1 como um agente cancerígeno "grupo A" em virtude da contribuição para a patogênese do CHC. As pessoas que estão cronicamente infectadas com o vírus da hepatite B, a ingestão de afla toxina contribui no aumento de até 30 vezes de desenvolver o risco CHC em comparação com qualquer exposição sozinho (GROOPMAN, KENSLER, WILD, 2008).
As afla toxinas exercem no organismo humano influencias quando ingeridas por meio de alimentos contaminados, um exemplo é o Carcinoma hepatocelular (CHC), um dos cânceres mais comuns em todo o mundo e a terceira mais comum causa de morte por câncer (BOSCH et al, 2005). É possível analisar através de relatórios de estudos epidemiológicos que a afla toxina B1 (AFB1) é um mico toxina do hepatocarcinogenice, sendo o principal contribuinte para a alta taxa de CHC.
Segundo estudo de Donmez (2012) os casos de CHC associados à vírus tem como principal responsável o vírus da hepatite B, cerca de 75% a 80% dos casos, e o vírus da hepatite C podendo ter participação, porém, em menor escala. Em contrapartida, no estudo de Gomes (2013) cerca de 85% dos casos ocorrem nos países em desenvolvimento, sendo as maiores taxas de incidência descritas em regiões onde a infecção pelo vírus da hepatite B ainda é presente e contribui para a doença, nesse mesmo estudo ele observou que o CHC geralmente ocorre após os 40 anos, sendo que a taxa de prevalência do câncer do fígado nos homens é de 2 a 4 vezes maiores do que nas mulheres. Muitos estudos têm sido feitos evidenciando a associação entre a ingestão de alimentos contaminados com afla toxina e o risco de CHC, sendo necessário estudos para maiores e melhores esclarecimentos.(WANG et al, 2001).
MECANISMO DE PATOGENIDADE
Os fungos do gênero Aspergillus são patógenos humanos que ainda são de difíceis diagnósticos, geralmente são assintomáticos, e no caso de aspergilose é muitas vezes confundido com tuberculose, o que retarda o tratamento, podendo agravar a situação.
O fungo Aspergillus Flavus é também um patógeno vegetal oportunista, que danifica muitas culturas agrícolas como milho, algodão, amendoim, bem como nozes, castanho e pistache (YU, 2012). A contaminação na parte de pré-colheita destas culturas com afla toxinas é comum, em consequência pode provocar também a degradação do pós colheita de grãos, durante o armazenamento. Isso tudo porque o fungo necessita de especificidade do hospedeiro, capaz de atacar as sementes de monocotiledôneas e dicotiledôneas e sementes produzidas tanto acima do solo (milho), como abaixo do solo (amendoim). Sob condições climáticas adequadas para seu crescimento, Aspergillus Flavus pode causar danos irreversíveis em muitas culturas, procedendo em significativas perdas econômicas aos agricultores (FOUNTAIN et al, 2014).
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