Relatório Confecção Geléia
Por: Nádia Lopes • 18/2/2020 • Relatório de pesquisa • 1.811 Palavras (8 Páginas) • 443 Visualizações
- INTRODUÇÃO
A Comissão Nacional de Normas e Padrões para Alimentos, definiu em resolução (nº 12, de março de 1978) que geleia de fruta é um produto obtido pela cocção, de frutas, inteiras ou em pedaços, polpa ou suco de frutas, com açúcar e água e concentrado até consistência gelatinosa.
Porém, uma mudança na legislação revogou a Resolução Normativa nº. 15 de 1978 com a Resolução RDC nº. 272, de 22 de setembro de 2005. Nessa resolução apenas uma designação geral para produtos de vegetais e produtos de frutas é encontrada, o que pode levar ao aparecimento de geleias que fogem às suas características essenciais de identidade e qualidade.
As geleias são alternativas para o aproveitamento e consumo de frutas, uma vez que que frutas são essenciais para o organismo, quando não são consumidas “in natura”, podem servir de matéria-prima para geleias, por exemplo, que quando empregadas as tecnologias de conservação e aproveitamento adequadas, disponibilizam aqueles nutrientes por mais tempo (KROLOW, 2005 apud DANIEL; GHISLENI, 2016). Podem ser classificadas de acordo com o modo de preparo, as comuns são preparadas numa proporção de 40 partes de frutas frescas, ou seu equivalente, para 60 partes de açúcar. As geleias de marmelo, laranja e maçã podem ser preparadas com 35 partes de frutas, ou seu equivalente à fruta fresca, e 65 partes de açúcar. E as chamadas extra são preparadas numa proporção de 50 partes de frutas frescas, ou seu equivalente, para 50 partes de açúcar (KROLOW, 2013).
Segundo a EMBRAPA, uma geleia de boa qualidade tecnológica deve conservar-se bem sem sofrer alterações; quando retirada do vidro, deve tremer sem escorrer, sendo macia ao cortar, porém, firme, e permanecer com os ângulos definidos. Não deve ser açucarada, pegajosa ou viscosa, devendo conservar o sabor e o aroma da fruta original. A Legislação não permite o uso de corantes ou aromatizantes artificiais neste produto (TORREZAN, 1998).
Os elementos básicos para a elaboração de uma geleia são: fruta, pectina, ácido, açúcar e água. A qualidade de uma geleia irá depender da qualidade dos elementos utilizados e de sua combinação adequada, assim como da sua ordem de adição durante o processamento (TORREZAN, 1998).
O presente relatório, tem como objetivo ressaltar todos os aspectos que envolvem a elaboração de uma geleia de frutas, bem como fluxograma de preparo, rendimento, apontamento de falhas de produção, etc.
- DESENVOLVIMENTO
- FRUTA
As frutas utilizadas devem estar necessariamente sadias. Não devem ser utilizadas frutas excessivamente verdes, estragadas, podres ou atacadas por insetos e larvas. Devem ser retirados todos os materiais estranhos como folhas, caules, pedras, etc. suficientemente maduras, quando apresentam seu melhor sabor, cor e aroma e são ricas em açúcar e pectina. Frutas ligeiramente verdes tem maior teor de pectina que as muito maduras, pois conforme ocorre o amadurecimento da fruta, a pectina decompõe-se em ácido péctico, não formando gel. Para conciliar estas características desejáveis recomenda-se a utilização de uma mistura contendo frutas maduras com melhor aroma, sabor e cor com frutas mais verdes que possuem maiores teores de pectina. As frutas mais indicadas para o processamento de geleias são aquelas ricas em pectina e ácido, porém pode ser feita a complementação destes componentes com ácido ou pectina comercial (TORREZAN, 1998).
Para esta prática, a fruta selecionada foi o kiwi que é um excelente regulador da função intestinal devido à presença de fibras, apresenta vitaminas como o ácido ascórbico e o betacaroteno e é rico em potássio, um mineral vital para o organismo (HEIFFIG et al., 2005 apud IENSEN et al., 2013).
- PECTINA
Pectina é um hidrocolóide, ou seja, é um polissacarídeo estrutural encontrado na parede celular dos vegetais e nas camadas intercelulares, contribuindo para adesão entre as células, firmeza e resistência mecânica do tecido. Naturalmente, a pectina está associada à celulose, hemicelulose e lignina (PAIVA et al., 2008).
As fontes mais ricas de pectinas estão nos frutos cítricos, podendo ser extraídos da região mesocárpica do fruto. Outra fonte natural deste carboidrato é a maçã, que conjuntamente com os frutos cítricos constituem as principais matérias primas para produção de pectina em nível comercial (PAIVA et al., 2008).
A importância da pectina na tecnologia e no processamento de alimentos está associada à sua função de conferir firmeza, retenção de sabor e aroma, bem como ao seu papel como hidrocolóide na dispersão e estabilização de diversas emulsões. A formação de gel é a principal característica funcional da pectina e depende essencialmente das características do meio: pH, teores de sólidos solúveis e cátions divalentes, além de depender dos níveis de pectinas e do seu grau de metoxilação (PAIVA et al., 2008). Frutas maduras geralmente possuem menos pectina que as imaturas, e o processo de congelamento das frutas tende a diminuir o seu teor de pectina.
As soluções dessa pectina só formam gel quando as concentrações de ácido e açúcar do meio estão nas quantidades ideais para permitir a interação entre as moléculas de pectina (pH entre 2.7 e 3.6 e concentração de sólidos entre 64 a 71%) (LIMA, 1998).
Quando a fruta é pouco ácida, mas com boa quantidade de pectina pode adicionar-se outra fruta ácida, por exemplo, sumo de limão. Se a fruta tem pouca pectina e boa acidez adiciona-se pectina comercial ou mistura-se com fruta rica em pectina (LIMA, 1998).
- ÁCIDO
Os ácidos usados na elaboração das geleias estão presentes na natureza. Quando uma fruta for pobre em ácido, esse deve ser adicionado a fim de abaixar o pH para obter-se geleificação adequada e realçar o sabor natural da fruta. Para se conseguir uma adequada geleificação, o pH final deve estar entre 3,0 a 3,2. Para a maioria das frutas, este pH não é alcançado no sistema fruta, pectina e açúcar, assim é necessário proceder uma acidificação utilizando-se, preferencialmente, os ácidos orgânicos, que são constituintes naturais das frutas, tais como o cítrico, tartárico e málico. O ácido mais comumente empregado é o cítrico. A adição, se não for feita no momento correto, poderá acarretar danos ao produto, afetando o poder geleificante da pectina. Deve ser adicionado ao final do processo e, se possível, imediatamente antes do enchimento das embalagens, principalmente no processamento à pressão atmosférica (TORREZAN, 1998).
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