Rotavírus INVESTIGAÇÃO NA BASE DA ALIMENTAÇÃO
Projeto de pesquisa: Rotavírus INVESTIGAÇÃO NA BASE DA ALIMENTAÇÃO. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: eana • 14/10/2014 • Projeto de pesquisa • 1.162 Palavras (5 Páginas) • 298 Visualizações
PESQUISA SOBRE UM SURTO DE ORIGEM ALIMENTAR
Rotavírus. Os rotavírus são reconhecidamente os agentes virais mais importantes associados a doenças diarréicas agudas, atingindo humanos e várias espécies de mamíferos e aves. Os episódios de diarréia podem variar de um quadro leve, com diarréia líquida e duração limitada, a quadros graves com febre, vômitos e desidratação. As consequências da infecção estão relacionadas à idade. Apesar da doença ocorrer primariamente em crianças na faixa etária de 6 meses a 2 anos, também é comum em jovens e adultos, associadas a surtos esporádicos de diarréia em espaços fechados como escolas, creches, ambientes de trabalho e hospitais. Os rotavírus são eliminados em grande concentração em fezes infectadas, sendo transmitidos pela via fecal-oral, por água, alimentos e objetos contaminados, e pessoa a pessoa.
É um RNA vírus da família dos Reoviridae, do gênero Rotavírus. São classificados sorologicamente em grupos, subgrupos e sorotipos. Até o momento 7 grupos foram identificados: A, B, C, D, E, F e G, ocorrendo em diversas espécies animais, sendo que os grupos A, B, e C são associados a doença no homem. O grupo A é o de melhor caracterização, predominando na natureza, associado a doença no homem e em diversas outras espécies animais. Possuem antígeno comum de grupo, localizado no componente VP6, no capsídeo intermediário, detectável pela maioria dos testes sorológicos. Esta proteína também determina o subgrupo (I, II, I e II, não I – não II) a que pertence a cepa. Os sorotipos são determinados por duas proteínas (VP4 e VP7) situadas no capsídeo externo. Dos 14 sorotipos G (VP7) conhecidos, 10 têm sido descritos como patógenos humanos: os tipos G1 a G4, os mais freqüentemente encontrados em todo o mundo e para os quais vacinas estão sendo desenvolvidas; os tipos G8 e G12, esporadicamente encontrados e o tipo G9, predominante na Índia. Rotavírus que eram encontrados exclusivamente como patógenos animais, sorotipos G5, G6 e G10, foram isolados em humanos. O sorotipo G5 foi encontrado em amostras brasileiras.
O extenso surto de diarréia envolveu 224 índios da aldeia Tiriyó, situada no norte do Pará, próxima ao Suriname. O surto ocorreu de julho a agosto de 1977, envolvendo crianças e adultos. Os mais atingidos foram as crianças com idades inferiores a cinco anos. Foi registrada uma ocorrência fatal, envolvendo uma criança de um ano de idade.
Os sintomas relatados foram diarréia aquosa, cólicas abdominais, hipertermia e desidratação.
Evidências epidemiológicas indicam que a introdução dos rotavírus na comunidade ocorreu a partir do retorno de um índio adulto, então diarreico, à referida aldeia, após concluir tratamento para doença respiratória a que se submeteu em Belém. A singularidade desse surto se dá por dois fatores. Primeiramente por ter acometido crianças e adultos indistintamente; em segundo, o caráter explosivo do surto em questão.
As precárias condições de higiene, a falta de saneamento básico e dificuldade no acesso à água potável são os fatores principais para a disseminação do vírus. Além disso, diversos estudos demonstram uma íntima relação entre amamentação e introdução de novos alimentos, acarretando variações nos graus de proteção e exposição a patógenos intestinais e, consequentemente, na incidência de doenças diarréicas em crianças. Nos primeiros meses de vida, crianças indígenas geralmente são mantidas exclusivamente com amamentação, o que lhes oferece maior proteção. Ao iniciar o processo de desmame e a introdução de novos alimentos, o grau de exposição à enteropatógenos aumenta consideravelmente. Os rotavírus figuram entre os principais patógenos que ocasionam diarréia entre os indígenas.
As doenças diarréicas agudas causadas por rotavírus são as principais causas de morbidade e mortalidade por diarréia em crianças em todo o mundo nos países desenvolvidos ou em desenvolvimento. Estimativas apontam que 111.000.000 episódios de diarréia são registrados por ano em menores de cinco anos são atribuídos ao rotavírus. Para atendimento destes casos são produzidas cerca de 25.000.000 de consultas ambulatoriais, 2.000.000 de hospitalizações e entre 352.000 e 592.000 óbitos. Mais de 80% dos óbitos por rotavírus são registrados nos países mais pobres do mundo.
O risco de morrer que enfrentam as crianças nos países em desenvolvimento, provavelmente, é mais alto, como conseqüência do estado de nutrição deteriorado, das infecções co-existentes, a dificuldade de acesso aos serviços de atenção à saúde. Nesses países a estimativa é de que uma criança com até cinco anos terá tido pelo menos um episódio de diarréia por rotavírus; uma em cada cinco necessitará de tratamento ambulatorial para a diarréia por rotavírus, uma em cada 65 será hospitalizada e uma em cada 293 morrerá.
A ocorrência universal dos rotavírus é amplamente reconhecida. Em geral, a incidência das infecções sintomáticas assume maior expressão na faixa etária de 6 a 24 meses. Em contrapartida, prevalecem as formas inaparentes entre recém nascidos e lactentes até os 3-4
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