Suplementação e amamentação cruzada na alimentação de filhos com mães portadoras de HIV. (Brasil 2018)

Suplementação e amamentação cruzada na alimentação de filhos com mães portadoras de HIV. (Brasil 2018)

Lucas Carpes Proença

Introdução

Com o passar dos anos, junto do crescimento da epidemia da AIDS em mulheres, teve-se um grande aumento no número de crianças portadoras desse vírus. Isso se dá, geralmente, devido à transmissão vertical, ou seja, transmissão da mãe para o filho durante a gestação, contato durante o parto, ou a amamentação2.

Em certas doenças virais como o HIV/aids, a sífilis ou hepatites, existe a possibilidade de as mesmas serem passadas para os filhos durante a amamentação. No Brasil, recomenda-se que todas as gestantes e seus parceiros sexuais sejam testados para o HIV, e a sífilis ao menos duas vezes, uma no primeiro trimestre da gestação e a outra no último. Esses testes e tratamentos são oferecidos aos filhos, gestantes e parceiros gratuitamente pelo SUS3.

 Ao longo do tempo, os estudos na área de nutrição colaboraram diretamente na diminuição da morbidade e na mortalidade das crianças em períodos neonatal. A utilização de suplementos com micro e macronutrientes e/ou leites em pó semelhantes ao leite materno, vem sendadequado na alimentação desses recém-nascidos cada vez mais. Isso se deve a, muitas vezes, disfunções ou simplesmente a incapacidade da mãe de amamentar o seu filho 4.

A amamentação cruzada, vem sendo considerado por muitos uma ótima escolha para mães que não podem ou não querem amamentar seus filhos. Porém, é recomendando que todo recém-nascido seja amamentado por sua mãe, exclusivamente, até os seis meses de vida sob livre demanda. Isso se deve ao fato de, no caso da amamentação cruzada, não se tem testes bioquímicos para descobrir se esse leite é ou não completo, e/ou se ele porta algum agente etiológico 6.

A amamentação por leite humano, torna-se muito importante no começo da vida dos bebes, pois, além de uma completa fonte de nutrientes e minerais, o leite materno tem propriedades de passar para a criança amamentada, anticorpos já existentes em seu metabolismo durante o período de amamentação com o colostro, leite das primeiras levas de mamada5. Porém, com a passar dos anos e os avanços da tecnologia, tornou-se possível, fabricar artificialmente leites em pó semelhantes ao materno. Todavia, essa fonte de nutrientes também possui seus lados negativos, pois a sua constituição pode ou não atender às quantidades de nutrientes propostas pelas recomendações mais recentes, além de muitas vezes serem compostos por nutrientes “pobres”, ou seja, menos lipídios, vitaminas e minerais 4.

Objetivo

Mostrar para mães portadoras dos vírus HIV e HTLV que amamentando seus filhos, podem passar os agentes patogênicos para a criança e apresentar métodos substitutos para a alimentação dos mesmos.

Hipótese

Filhos de mães portadoras do vírus HIV podem contrair esse vírus por meio do leite materno e muitas vezes, devido à falta de informação, essas mulheres não sabem do risco ou desconhecem meios alternativos.

Referências

1- Horwood C, Jama NA, Haskins L, Coutsoudis A, SpiesL. A qualitative study exploring infant feeding decision‐making between birth and six months among HIV‐positive mothers. Matern Child Nutr. 2018 Oct 19:e12726. doi: 10.1111/mcn.12726.