Trabalho Tópicos em Alimentação Coletiva

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO

CURSO DE NUTRIÇÃO

Disciplina: Tópicos em Alimentação Coletiva

Discente: Alessandra Barbosa de Oliveira

Resenha de Artigo Cientifico  

Autores: ALVES, Ana Claudia da Silva1 SOBREIRA, Geo do Nascimento2 HENRIQUE, Kerolyn Ingredy Andrade3 GONÇALVES, Maycon Douglas da Silva

Revista: Revista Sociedade em Debate

Ano de Publicação: 2022

Palavras-chave: Ferramenta de gestão. administração participativa. Caixa de Sugestão

A gestão participativa é um conceito que se refere à abordagem de administração e tomada de decisões em que os colaboradores de uma organização, em todos os níveis hierárquicos, são envolvidos na definição de metas, estratégias e processos. Essa abordagem busca aproveitar o conhecimento, a criatividade e as perspectivas individuais de cada membro da equipe para melhorar a eficiência, a qualidade e o ambiente de trabalho. Outra característica marcante é o comprometimento dos profissionais. Ao se envolverem com os assuntos da empresa, os colaboradores se sentem parte do todo e contribuem com mais dedicação. O modelo participativo dissolve as barreiras estruturais, ampliando a sinergia, estimulando as trocas e gerando resultados.

A ideia de participação existe desde da antiguidade, como o nome de democracia. A partir da 2ª Guerra Mundial passou a assumir forma concreta e despertar o interesse das organizações e foi nessa época que ocorreu o estabelecimento ou reestabelecimento da participação dos comitês ou conselhos, com objetivo básico de garantir a harmonia social. Dessa forma, fica claro a importância da Gestão participativa a qual corresponde a um conjunto de princípios e processos que defendem e permitem o envolvimento regular e significativo dos trabalhadores na definição de metas e objetivos, na resolução de problemas, no processo de tomada de decisão, no acesso à informação e no controle da execução.

A implantação de uma administração participativa necessita de coerência em três fundamentos organizacionais:

Estrutura: As organizações mais enxutas e descentralizadas viabilizam o contato entre os níveis decisorial e operacional o que acarreta a melhoria no sistema de comunicação, agilização das decisões, redução de custos, definição clara de objetivos e das responsabilidades, além da transformação da burocracia em uma empresa dinâmica.

Cultura: O modo de vida, o sistema de crenças e valores sociais da organização devem ser cultivados de forma a desenvolver o envolvimento, a contribuição e a responsabilidade que são aspectos indispensáveis à participação.

Clima: A estrutura e a cultura organizacional geram uma atmosfera psicológica e características próprias que devem ser orgânicas e dinâmicas, influenciando de forma benéfica o desempenho humano e a participação.

        A gestão participativa pode e deve ser tanto endógena como exógena à empresa ou a uma organização em geral. Na parceria empresarial, a participação deve existir desde o início das conversações para se formar a parceria, na determinação de seus objetivos, de sua missão e nas responsabilidades e direitos de todos os parceiros.

        Nesse contexto o presente artigo analisa o caso de um restaurante de comida japonesa situada em João Pessoa- PB, o qual não possui nenhuma prática de gestão participativa. O artigo expõe uma proposta realizada no restaurante japonês o qual o foco era a implementação de uma caixa de sugestão, seria como um canal de comunicação com a diretoria como uma forma de os empregados expor suas preocupações e dúvidas. A principal características da administração participativa é o uso da tomada de decisão coletiva, onde os colaboradores compartilham de um significativo grau de decisões com seus superiores. O artigo cita vários autores que abordar essa questão como Bonome (2009), o qual relata que a administração participativa tem se fortalecido nas últimas décadas e isso se deve, a velocidade das mudanças e ao alto nível de conhecimento, aumento das comunidades, fatores consideráveis para o envolvimento dos funcionários na gestão das empresas.   Outro ponto importante do artigo abordado por Souza (2002), expõe a adoção dessa ferramenta como uma forma de proporcionar algumas importantes vantagens para a empresa. Como efeitos diretos, podem ser apontados, entre outros a possibilidade de aperfeiçoamento dos métodos de trabalho, com a consequente redução de custos e também o aumento de produtividade, pois nesse quadro, os trabalhadores se sentem mais valorizados, reconheçam na utilização desse sistema o interesse da empresa em saber suas opiniões sem falar a melhoria da comunicação entre os supervisores e seus liderados e o fortalecimento do espírito de equipe. Porém como é exposto por Floriano (2007),  há empresas que usam esse tipo de ferramenta como um espécie de prova de sua boa vontade em ouvir o que seus funcionários têm a dizer, mas que, na verdade, não a gerenciam de forma adequada, nem fazem uso correto dos insumos que ela proporciona. Nesse contexto, podem ocorrer dois tipos de distorção: a caixa pode virar quase um “enfeite”, sem maior utilidade ou, ainda pior, pode ser vista como um ato demagógico dos gestores, assim podendo gerar um efeito contrário ao desejado no clima organizacional.

           Segundo Böhmerwald, a implantação de sistema de coleta de opiniões de trabalhadores que de fato funcionem representa um grande desafio. Visto que, há inúmeros desafios a serem superados; por exemplo, manter o pessoal sempre motivado para gerar ideias. O ideal é tornar um círculo em que boas sugestões levem a mudanças significativas, as quais, por sua vez, vão estimular o surgimento de mais contribuições. Então, podemos perceber que a caixa de sugestão pode sim ser uma importante ferramenta de gestão participativa, desde que seja administrada da forma correta, com a participação de todos.