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ENERGIAS FÍSICAS: TEMPERATURA, PRESSÃO ATMOSFÉRICA, ELETRICIDADE, RADIOATIVIDADE, LUZ E SOM

Por:   •  18/6/2018  •  Trabalho acadêmico  •  2.337 Palavras (10 Páginas)  •  485 Visualizações

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ENERGIAS FÍSICAS: TEMPERATURA, PRESSÃO ATMOSFÉRICA, ELETRICIDADE, RADIOATIVIDADE, LUZ E SOM.

LESÕES POR MEIOS TÉRMICOS (TEMPERATURA)
A ação dos meios térmicos sobre o organismo produz reações de magnitude variável mas que podem ser tão intensas a ponto de levar ao óbito. A capacidade orgânica de manter a temperatura corporal quase que constante, variando em condições normais, está reduzida a uma pequena faixa de não mais de 3oC.

A AÇÃO DO CALOR: ação das temperaturas elevadas pode dar-se quer de forma sistêmica, ou seja, sobre o corpo inteiro, quer de forma local. Isso é o que permite diferenciar, na ação dos meios térmicos, as termonoses das queimaduras.

TERMONOSES: são quadros resultantes da ação do calor difuso sobre o corpo. Encontraremos: a insolação, em que a fonte de calor é natural, o sol, e a intermação, em que a fonte de calor é artificial(fornalha, caldeira, cadinho etc.). A A ação térmica estimula os mecanismos de homeostase do corpo que estimulam os processos fisiológicos de controle térmico, provocando vasodilatação, sudorese, perda de água e eletrólitos. Paralelamente, especialmente no caso da insolação, ocorre a ação das radiações ultravioleta sobre as camadas basais da epiderme e nos diversos estratos do córion. Podem assumir diversas formas clínicas:

♦ fulminante, com queda abrupta da pressão arterial, coma e morte;
♦ sincopal, precedida de distúrbios neurovegetativos (cefa- léia, náuseas, vômitos) e de colapso;
♦ hiperpirética, por aumento da temperatura corporal além dos 45 oC;
♦ asfíctica, com cianose, dispnéia e esfriamento das extremidades;
♦ congestiva, com vermelhidão cutânea, congestão polivis- ceral e edema pulmonar; e
♦ urêmica, com sudorese, insuficiência
 renal, parestesias, distúrbios sensoriais, convulsão e morte.

No caso específico das insolações, afora o efeito sistêmico, ocorre um aumento local da temperatura intracraniana. Podem distinguir-se três grandes formas: 

♦ fulminante, com perda de consciência, choque e morte;
♦ grave, com sintomatologia neurológica (inquietação psi- comotora, convulsões, alterações da coordenação motora e da linguagem, meningismo e vertigens), febre e poliúria;
♦ leve, com mal-estar geral, obnubilação, febre, distúrbios sensoriais, cefaléia e vertigens.

QUEIMADURAS: ação do calor por contato direto com o corpo, através de chama, de sólido, de gás ou de líquido quentes. Com a exposição a temperaturas de 45 a 50 oC, ocorrem vasodilatação, hiperemia e rubor. Com 55 oC ocorrem alterações celulares, com transuda- ção serosa. Além dos 70 oC observam-se necrose coagulativa e desnaturação das substâncias protéicas dos tecidos. Segundo a classificação das queimaduras em profundidade, de Hoffmann e Lussena, temos queimaduras de quatro graus, a saber: 

♦1o Grau – Eritema (rubor) Provocado pela hiperemia dos capilares superficiais, com vermelhidão da pele. A recuperação é total, depois de um período variável de descamação epidérmica.
♦2o Grau – Flictena (“bolha”) Formações cheias de líquido seroso, que levantam o estrato córneo da epiderme, podendo variar em número e volume. O líquido que contêm é rico na presença de albumina e cloretos (originando o sinal de Chambert positivo.)
♦3o Grau – Escarificação (necrose) Ocorre quando a temperatura atinge os 180 oC. A área necrótica exibe uma consistência firme e maior que a dos tecidos vizinhos não-queimados, discretamente deprimida, de cor castanha. Quando a pessoa sobrevive, as escaras se delimitam e a parte necrótica se destaca, ensejando uma chaga úmida, de granulação e transudante, com restitutio demorada, e cicatrizes amplas, retráteis. Por vezes, há formação de quelóides e de epiteliomas.
♦4o Grau – Carbonização Observa-se combustão até dos tecidos mais profundos. O calor produz a calcinação dos ossos, que se transformam em um material branco-acinzentado, bastante friável. Com efeito, nas queimaduras de 2o grau e de certa extensão, por exemplo, 20% da superfície corporal, instala-se uma síndrome complexa e grave. Os sintomas imediatos incluem agitação psicomotora, dor e sensação de sede intensa. Se a queimadura é ainda mais extensa – metade da superfície corporal –, a vítima entra em choque de imediato. Com o correr das horas, ocorre um choque secundário, hipovolêmico, resultante da perda de água e eletrólitos, quer através das áreas desprovidas de pele, quer através de edema visceral. Há diminuição da função renal, com oligúria ou anúria, e instalação de um estado urêmico. Caso o choque hipovolêmico seja superado, pode observar-se insuficiência renal pelo aumento da massa líquida circulante, dada a reabsorção dos edemas. A mortalidade é bastante elevada, alcançando em torno de 30% quando a superfície corporal atingida é da ordem de 40 a 45%. O O óbito ocorre 1 ou 2 dias depois, como reação tardia ao choque, ou, mais tardiamente, entre 5 e 8 dias por insuficiência renal, pelo aparecimento de úlceras gastroduodenais (úlcera de Curling), por insuficiência hepatorrenal, por esgotamento supra- renal ou por coagulação intravascular disseminada. Na prática, a área da superfície queimada pode ser facilmente calculada através da “tabela dos noves”, idealizada por Wallace, em que cada segmento do corpo representa 9%, ou um múltiplo ou submúltiplo de 9%, da superfície corporal total:  
Cabeça e pescoço 9%
Face anterior do tronco 18%
Face posterior do tronco 18%
Cada membro inferior 18%
Cada membro superior 9%
Períneo e genitália 1%

AÇÃO DO FRIO
RESFRIAMENTO OU HIPOTERMIA É a exposição ao frio além dos limites da compensação homeotérmica biológica. A atividade termorreguladora do corpo reage de modo a repor as perdas calóricas decorrentes da exposição a baixos níveis térmicos ambientais, dentro de certos limites. O resfriamento do corpo inicialmente reduz e, a certos níveis, inibe a cessão do oxigênio, por parte das hemácias, aos tecidos. A sintomatologia é característica, iniciando-se por uma profunda sensação de frio, acompanhada de vasoconstrição periférica, que determina intensa palidez. As funções do sistema neural central são afetadas em razão inversa à sua complexidade. Os sentidos se embotam, o conhecimento se compromete, a vítima entra em coma e morre.

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