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LEUCOPLASIA: REVISÃO DE LITERATURA

Por:   •  23/8/2017  •  Artigo  •  2.152 Palavras (9 Páginas)  •  440 Visualizações

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FACULDADE DE ODONTOLOGIA


Projeto de Pesquisa

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TRABALHO DE CONCLUSÃO DA

DISCIPLINA DE MÉTODOS E

TÉCNICAS DE PESQUISA

http://www.fsg.br/

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LEUCOPLASIA: REVISÃO DE LITERATURA.

Graduanda Júlia Nilsson Vincensi, Graduando Pedro Henrique Zago Almeida, Orientadora Alexandra Flavia Gazzoni.

Odontologia da Faculdade da Serra Gaúcha.

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Orientador

Prof.ª Dra. Alexandra Flavia Gazzoni.

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Palavras-chave:

Leucoplasia. Odontologia. Mucosa bucal.

Lesões cancerizáveis.

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Resumo

O objetivo do presente trabalho é apresentar um relato de caso sobre a leucoplasia, a fim de realizar uma revisão de literatura. Leucoplasia é uma lesão predominantemente branca com etiologia até então desconhecida e que tem amplo poder de malignização. Além disso, apresenta uma alta prevalência na população mais idosa, principalmente nos casos em que os pacientes apresentam o hábito de fumar.

O diagnóstico da lesão, por ser assintomática, muitas vezes acontece a partir de um simples exame clínico de rotina.

O tratamento constitui-se basicamente da excisão cirúrgica, oferecendo a possibilidade de posteriormente ocorrer uma análise histopatológica para estudos mais avançados.

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1.        INTRODUÇÃO

A leucoplasia se constitui da lesão cancerizável mais frequente na mucosa bucal e é definida, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), como uma mancha ou placa branca, não removível à raspagem e que não pode ser classificada clínica ou patologicamente como outra enfermidade. Atualmente o termo leucoplasia é utilizado apenas no sentido clínico podendo apresentar superfície lisa, rugosa ou verrugosa.

As leucoplasias orais são mais comuns no gênero masculino, provavelmente devido à associação com o tabagismo praticado com maior frequência pelos homens do que propriamente uma diferença sexual biológica. A maior prevalência se dá entre a quarta e a sexta décadas de

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vida e podem acometer qualquer região da mucosa bucal. A mucosa jugal e as comissuras labiais são envolvidas mais frequentemente, seguidas respectivamente em ordem de predileção por mucosa alveolar, língua, lábio, palato duro, palato mole, assoalho de boca e gengiva.

Segundo Neville et al.3, lesões em língua, vermelhão dos lábios e assoalho bucal somam mais de 90% daquelas que exibem displasia ou carcinoma. Em diversos estudos e localizações, a taxa de transformação da leucoplasia em lesão maligna variava entre 0,6 a 18%7.

A causa da leucoplasia é desconhecida, porém inúmeras pesquisas vêm identificando fatores associados à lesão como possíveis agentes etiológicos a exemplo do tabaco, álcool, radiação solar, diabetes e infecções da cavidade oral. A relação entre leucoplasia em consumidores de tabaco e câncer oral não está clara, podendo ocorrer em pacientes que nunca fumaram.

As leucoplasias foram divididas clinicamente em dois tipos: homogênea e não-homogênea, baseando-se na classificação preconizada por Axéll et al. Tal classificação define mais comumente a leucoplasia homogênea como sendo lesão predominantemente branca, de superfície plana, fina, que pode exibir fendas superficiais com aspecto liso, enrugado ou corrugado e textura consistente. Já a leucoplasia não-homogênea representa uma lesão predominantemente branca ou branco-avermelhado, que pode ter superfície irregular, nodular ou exofítica. Acrescenta-se ainda às características da leucoplasia não-homogênea os aspectos ulcerado ou eritematoso.

Podem ser observados diferentes aspectos histopatológicos na leucoplasia, como hiperceratose, acan-tose, atrofia do epitélio, diferentes graus de displasia e infil-trado inflamatório crônico no tecido conjuntivo subjacente. A displasia epitelial é dividida em 3 categorias: leve, moderada e severa, sendo que esta última já é considerada carcinoma in situ. Segundo Shafer et al., as características histopatológicas não estão, necessariamente, associadas ao aspecto clínico das lesões.

Deve ser dada ênfase à ocorrência desta lesão, pois é um dado importante na avaliação do prognóstico da leucoplasia, apresentando comportamentos biológicos diferentes entre a hiperceratose e a displasia epitelial1. Um diagnóstico microscópico de displasia epitelial é ainda um dos poucos indicadores de aumento no risco de desenvolver câncer oral, pois o comportamento desta afecção é bastante variado, podendo permanecer estática, aumentar de tamanho ou severidade, regredir espontaneamente ou sofrer transformação maligna, ao contrário da hiperceratose, onde se observa um caráter exclusivamente benigno.

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O diagnóstico diferencial da leucoplasia é feito com queimaduras, candidíase pseudomembranosa, candidíase hiperplásica, hiperceratose focal, lesão por galvanismo, leucoedema, líquen plano, reações liquenóides, linha alba, lupus eritematoso, mordiscação, trauma crônico, papiloma, carcinoma espinocelular, placa mucosa sifilítica, carcinoma verrucoso e nevo branco esponjoso.

A leucoplasia apresenta certa dificuldade diagnóstica no exame histopatológico e principalmente no exame clínico, pela diversidade de seus aspectos e ausência de sintomatologia, sendo geralmente descoberta em exames de rotina. Por isso, torna-se necessário fazer um diagnóstico por exclusão de outras lesões que se apresentam como placas brancas na mucosa bucal1. Além da incisão cirúrgica convencional, que oferece a possibilidade de análise histopatológica, outras modalidades de tratamento estão disponíveis como cirurgia a laser, criocirurgia, administração de derivados retinóicos, além de agentes quimiopreventivos bem como terapia fotodinâmica.

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