A CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS
Por: janiedson soares oliveira • 16/9/2019 • Trabalho acadêmico • 5.814 Palavras (24 Páginas) • 441 Visualizações
A CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS
O homem tem tendência ou impulso natural de ordenar e classificar os objetos com que lida e, o solo, pela sua importância como fator de sobrevivência, não é exceção. Desde que ele deixou de ser um mero caçador ou coletor de frutos silvestres e começou a cultivar seu alimento, fabricar vãos de cerâmica, os solos começaram a ser classificados em grupos bastante simples e de finalidade prática, tais como bons, ou maus para o cultivo de determinadas plantas ou confecção dos vasos.
Mais tarde, com o avanço progressivo das técnicas de cultivo, a diversificação do uso do solo e o início do estudo do mesmo em bases cientificas, começaram a aparecer as classificações baseadas nas características que muitas vezes não são intrínsecas ao solo em questão, tais como: tipo de rocha subjacente, clima e vegetação da região.
Assim, surgiram termos de diversas origens como por exemplo “terras residuais de granito”, “solos de colúvios”, “solos de origem glacial”, “terras calcárias”, “solos tropicas de cerrado”, “terras férteis areno-argilosas”, e “terras humíferas”. Estes, ainda hoje, vêm sendo usados por alguns menos informados a cerca dos avanços da pedologia.
Por volta de 1870, um novo conceito de solo foi introduzido e desenvolvido, como foi visto, pela escola russa liderada por Dokoutchaiev. Os solos foram então reconhecidos como corpos naturais independentes, cada um com uma morfologia característica, resultante de uma combinação singular do clima, organismos, material geológico de origem, relevo e idade da superfície do terreno, Este conceito foi, de certa forma, revolucionário porque mostrou que o cientista, quando classifica o solo, não precisa usar inferências baseadas no tipo de material de origem, clima ou vegetação, mas pode faze-lo melhor examinando diretamente a morfologia e a composição química dos horizontes que compõem o perfil.
Existem em uso hoje várias classificações de solos, que são baseadas nas descobertas da escola de Dokoutchaiev. Entre outras, pode-se citar a russa, a francesa, a canadense, a americana e a da Organização para a Agricultura e Alimentação das Nações Unidas (FAO), esta última de criação bem recente e a única que pretende, declaradamente, ter caráter internacional. O Brasil também tem uma classificação de solos, que é uma adaptação as nossas condições, de outras de vários países, principalmente da americana, publicada em 1949. Num aspecto, portando, a pedologia difere das ciências mais tradicionais, como a botânica e a zoologia, porque estas possuem uma única classificação universalmente aceita. A razão da existência de vários sistemas de classificação de solo advém do fato de ser a pedologia uma ciência relativamente nova, havendo ainda bastante coisa para ser estudada em relação aos solos do globo terrestre. Sabe-se que para se classificar devidamente qualquer conjunto de objetos, eles necessitam ser, antes de tudo, conhecidos em todos os detalhes necessários para grupar os semelhantes e separar os diferentes.
Sendo os solos inúmeros e de características bastante complexas e relativamente novo, o ramo da ciência que a eles se dedica, muita coisa ainda existe para ser estudada, antes que os pedólogos possam chegar a uma classificação de caráter universal. No entanto, apesar dessa tarefa não estar ainda concluída, os vários sistemas de classificação, mais modernos têm similaridades, já que se originam de um ponto comum – a escola de Dokoutchaiev – e têm também uma base cientifica razoável, que permite atender as finalidades de uma classificação taxonômica, tal como a da zoologia e da botânica. Basicamente os solos são classificados com a finalidade de:
a) organizar os conhecimentos que se têm acerca dos mesmo;
b) agrupar e lembrar as suas propriedades;
c) entender as relações existentes entre os diferentes tipos;
d) estabelecer subdivisões, de maneira útil, para aplicação a objetivos específicos.
A organização dos conhecimentos sobre os solos é necessária para que, entre outras coisas, possa-se determinar qual o seu melhor uso ou manejo agrícola. Se, por exemplo, cultiva-se trigo em um determinado local e ele cresce vigorosamente, enquanto que outro, com clima idêntico, produz quase nada, mesmo com o uso de adubos, é importante conhecer-se em que tipo de solo o trigo cresceu bem, e onde existem terras semelhantes, para que se saiba onde é mais recomendado o plantio desse cereal.
Existem inúmero solos que são tão variáveis quanto as folhas dos vegetais. As folhas de uma mesma árvore, árvores de mesma espécie botânica, são semelhantes mas, entre uma e outra espécie, elas diferem, apesar de conservarem suas características gerais. Da mesma forma, solos da mesma classe são similares e solos de classes diversas são diferentes. Em um ponto, no entanto, a comparação com as folhas não é valida: os solos passam de um para o outro gradualmente, sem limiteis rígidos, fazendo com que a distinção seja relativamente difícil, nas faixas de transição, enquanto é fácil diferençar, por exemplo, uma folha de mangueira de uma folha de abacateiro, quer as plantas estejam juntas ou afastadas. Para identificar corretamente o solo de determinada área, o pedólogo procura, portanto, escolher um ponto que esteja situado além da faixa de transição entre dois tipos.
Nesse local, ele examinará o perfil modal daquele corpo de solo. Depois da escolha do local, o perfil é exposto e é feita sua descrição morfológica. Em alguns casos são coletadas também amostras de todos os horizontes, para serem analisadas no laboratório de pedologia. Muitas vezes, o solo pode ser classificado diretamente no campo pela cuidadosa análise da morfologia de seus horizontes.
Algumas vezes, no entanto, é necessário que se espere pelo resultado das analise do laboratório para resolver duvidas acerca da constituição do solo, que não puderam ser elucidadas no campo com o exame morfológico.
Por serem muito numerosos, os solos necessitam de um sistema hierárquico de categorias múltiplas para serem classificados. As ciências biológicas usam também esse sistema.
No caso dos vegetais utilizam-se as seguintes categorias, em ordem hierárquica decrescente: => reino, classe, subclasse, ordem, família, gênero e espécie.
Para os solos, as categorias mais usadas, também em ordem decrescente, são:
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