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Quanto Custa o Estresse Por Calor em Aves e Suínos

Por:   •  11/9/2020  •  Artigo  •  2.632 Palavras (11 Páginas)  •  225 Visualizações

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RESUMO

O objetivo desta revisão é abordar os prejuízos causados pelo estresse por calor na produção de aves e suínos bem como o impacto no desempenho dos mesmos. O ambiente térmico tem forte influência no desempenho zootécnico, constituindo um dos principais fatores de perdas produtivas em climas tropicais. Nesse sentido, variações de fatores ambientais, como luz solar, temperatura, umidade e características do metabolismo e o mecanismo de regulação térmica podem causar desequilíbrios no organismo do animal. O estresse por calor é considerado como um dos principais fatores que afeta negativamente a produção animal, visto que comprometem o consumo de ração, crescimento, composição dos produtos de origem animal, síntese de leite, fertilidade, morbidade e mortalidade. Técnicas e manejos estão sendo adotados com o propósito de minimizar o impacto do estresse por calor, de modo que esses efeitos negativos não comprometam a lucratividade da produção.

INTRODUÇÃO: O ambiente térmico influencia diretamente no desempenho zootécnico, sendo considerado um dos principais fatores de perdas produtivas em climas tropicais (NAVAS et al., 2016).Os sistemas produtivos brasileiros estão evoluindo, de forma incansável, adotando ferramentas que possam aperfeiçoar a produção de produtos de origem animal. Ao passo que a produção aumenta a busca por conhecimento e técnicas que proporcionam a máxima produtividade com menor custo se torna essencial para garantir bons resultados na produção (PONCIANO et al., 2011). Os sistemas de criação de animal são afetados por vários fatores climáticos, mas o estresse ganhou atenção especial na produção, devido à conscientização do público e uma abundância de informações científicas disponíveis (LARA & ROSTAGNO, 2013). Variações de fatores ambientais, como luz solar, temperatura, umidade e características do metabolismo animal e o mecanismo de regulação térmica podem causar desequilíbrios no corpo do animal (LEINONEN et al., 2014). Climas com temperaturas diárias elevadas potencializam as perdas produtivas na criação de aves e suínos (PEREIRA et al., 2010; SINHA et al., 2017). Genéticas de alto desempenho são sensíveis às altas temperaturas, fazendo com que não tenha apenas perdas produtivas, mas também econômicas em função do estresse por calor (SILVA et al., 2015). Isso acontece devido ao estresse por calor, situação a qual o animal não se encontra em conforto térmico, ou seja, situação em que o animal necessita mobilizar recursos de termorregulação para ajustar às condições ambientais. Nestas condições, o animal não tem seu máximo desempenho produtivo de acordo com o potencial genético. Objetiva-se com essa

revisão abordar os efeitos do estresse por calor na produção de aves e suínos, enfatizando os prejuízos econômicos e o impacto no desempenho zootécnico.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA: Perdas produtivas e econômicas na avicultura de postura A avicultura de postura é considerada hoje um dos sistemas de produção animal com maior possibilidade de tecnificação do mundo. Sistema de coleta automática, regulação de pressão de bebedouros, máquinas que definem a quantidade de alimento fornecido por hora, refrigeração por pressão negativa, controladores de gases, dentre outras melhorias. Diversas opções de tecnologia estão disponíveis, porém ainda são onerosas para os produtores, principalmente do Brasil. O resultado disso é que os investimentos em ambiência das instalações das aves ainda são escassos, tornando a atividade vulnerável ao clima e prejudicial ao bemestar dos animais. Sabe-se que ambiência e bem-estar são aspectos importantes para a produção avícola, sendo uma das exigências da comercialização em vários mercados internacionais. Variações climáticas representam um desafio em manter a produção, principalmente no Brasil, país de vasta extensão territorial com altas variações de temperatura. As aves são animais homeotérmicos, são sensíveis a alterações na temperatura, prejudicando o seu bem-estar e desempenho produtivo. Recentemente a atenção dos pesquisadores tem sido voltada aos efeitos do clima sobre a resposta dos animais selecionados para alta produtividade. Uma vez que estudos nessa área ainda são escassos, a maioria dos trabalhos que trata da produção de calor de poedeiras tem mais de 20 anos e não são condizentes com os dados das poedeiras de genética atual, principalmente quando levamos em consideração o curto período de tempo que se tem para os ganhos genéticos na avicultura. Devido às muitas perdas econômicas por calor relacionadas à produção animal é evidente a necessidade de preocupação sobre estes eventos no Brasil com a finalidade de mensurar e minimizar o seu impacto já que não se encontra na literatura dados concretos de pesquisas que relacionam impactos econômicos causados pelas perdas produtivas de ovos devido ao calor. A produtividade de poedeiras pode ser prejudicada por diversos fatores, sendo o estresse térmico o que mais causa prejuízos, pois leva a queda na produtividade e qualidade dos ovos (MASHALY et al 2004). Em períodos mais longos de estresse térmico, como 12 dias de temperaturas altas, uma redução na ingestão

de ração de 28,58 g/ave, resulta em 28,8% de queda na produção de ovos (DROGE, 2002). Ayo et al. (2011) descreveram que as galinhas poedeiras tiveram uma redução de 20% no consumo de ração durante o clima quente e úmido. Os autores acima registraram uma diminuição na produção de ovos e uma queda no tempo de produção. Outros estudos observaram redução de 31,6% na conversão alimentar, 36,4% na produção de ovos e 3,4% no peso de ovo (STAR et al., 2009), 1,2% na espessura da casca e 9,9% no peso da casca (EBEID et al., 2012) em aves submetidas a estresse térmico. Avaliando poedeiras submetidas a diferentes períodos de estresse por calor (8–14 dias, 30–42 dias e 43–56 dias) houve redução na produção de 13,2%, 26,4% e 57%, respectivamente (FARNELL et al., 2001). Muitas variações são observadas nos estudos, e a constatação de impactos significativos do estresse térmico na produção e qualidade dos ovos é notável (LARA & ROSTAGNO, 2013). Segundo o relatório anual de 2018 da Associação Brasileira de Proteína Animal foram alojadas 1.086.976 matrizes em 2017 no Brasil, tendo uma produção de 39.923.119.357 de ovos nesse mesmo ano, se levarmos em consideração um valor médio de 32% de perdas na produção, incluindo as aves que deixaram de produzir, ou as que produziram ovos que não estão no padrão para serem comercializados como ovos de casca mole, sem casca, casca trincada tem-se uma perda estimada em 12,775 bilhões de ovos perdidos em 2018 relacionados a problemas na produção causados por calor no Brasil. Se levar em consideração

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