A Determinação De Acidez Trocável Do Solo

DETERMINAÇÃO DE ACIDEZ TROCÁVEL DO SOLO

RESUMO

Realizou-se o experimento de determinação de acidez do solo com o objetivo de avaliar o pH do solo a partir da quantidade de Al+3 adsorvido pelas cargas negativas do solo (CTC). Após os procedimentos do experimento, foi possível calcular a concentração de Al trocável no solo, determinando, assim, a acidez trocável do solo.

INTRODUÇÃO

A acidez trocável refere-se à acidez que está associada à capacidade de troca de cátions (CTC) do solo. A CTC é a medida da capacidade do solo de reter íons positivos, como cálcio (Ca2+), magnésio (Mg2+), potássio (K+), hidrogênio (H+), entre outros. A acidez trocável está relacionada à presença de íons de hidrogênio (H+) na CTC do solo. Quando os íons de hidrogênio estão presentes na CTC, eles podem ser trocados por outros cátions, como cálcio e magnésio, através de processos de troca iônica no solo. A acidez trocável é, portanto, a quantidade de acidez presente na CTC que pode ser substituída por cátions básicos, como cálcio e magnésio. O pH do solo é influenciado pela acidez trocável, pois os íons de hidrogênio contribuem para a acidez do meio. A gestão adequada da acidez trocável é importante para garantir que o solo forneça condições ideais para o crescimento das plantas. Correções podem ser feitas por meio da aplicação de corretivos, como calcário, que ajuda a neutralizar a acidez e substituir os íons de hidrogênio por íons de cálcio. Isso não apenas ajusta o pH do solo, mas também melhora a disponibilidade de nutrientes para as plantas.

O alumínio desempenha um papel significativo na acidez do solo, especialmente em solos ácidos. Em solos ácidos, o alumínio pode se tornar solúvel em água, formando íons de alumínio (Al3+). Esses íons de alumínio são altamente tóxicos para muitas plantas e podem afetar negativamente o crescimento e o desenvolvimento das raízes. Quando a acidez do solo aumenta, os íons de alumínio são liberados para a solução do solo. Isso ocorre porque, em solos ácidos, a reação de troca iônica entre os íons de alumínio e os cátions básicos, como cálcio e magnésio, é favorecida. À medida que os íons de cálcio e magnésio são trocados por íons de alumínio, a acidez trocável do solo aumenta. Os íons de alumínio em excesso na solução do solo podem causar danos diretos às raízes das plantas, inibindo seu crescimento. Além disso, a presença de alumínio tóxico pode afetar a absorção de nutrientes pelas raízes, uma vez que interfere nos processos de transporte iônico. Para corrigir problemas relacionados ao alumínio tóxico e à acidez do solo, os agricultores muitas vezes utilizam corretivos de acidez, como o calcário. O calcário ajuda a neutralizar a acidez, substituindo os íons de hidrogênio e alumínio por íons de cálcio, melhorando assim a disponibilidade de nutrientes e proporcionando um ambiente de crescimento mais favorável para as plantas.

PARTE EXPERIMENTAL

O experimento foi, em suma, dividido em duas partes. Na primeira parte, realizada pelos profissionais do laboratório, visando economia de tempo para o procedimento principal conduzido pelos alunos, os profissionais pesaram a amostra de solo em erlenmeyer, adicionaram KCl 1,0 mol L^-1 (cloreto de potássio), agitaram manualmente por quinze minutos, deixaram em repouso por trinta minutos e finalizaram filtrando em papel filtro. A pesagem e a adição de cloreto de potássio foram realizadas em quantidades maiores do que as indicadas nos nossos roteiros de experimento, permitindo que toda a turma, ao final, pudesse utilizar a mesma amostra concluir a última etapa do experimento de forma individual. Esse procedimento tem como objetivo isolar os íons do resto do solo para a realização de análises químicas, como a determinação da troca de acidez do solo.

Figura 1. a) Amostra de solo após a adição de cloreto de potássio e filtração em papel filtro; b) Aparelhagem para a filtração do solo com cloreto de potássio em papel filtro; c) solução de íons após a filtragem da amostra de solo.

Após a realização dessa primeira etapa realizada pelos profissionais do laboratório, a aluna poderia iniciar a última etapa do experimento. Assim, a professora Maria José apresentou as vidrarias e equipamentos que seriam utilizados, sendo a proveta, o erlenmeyer de 125 ml e a bureta graduada.

Figura 2.