A INFLUÊNCIA DO BIOCARVÃO E DA TORTA DE FILTRO NOS TEORES DE FÓSFORO EM UM LATOSSOLO DO CERRADO MATO-GROSSENSE

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INFLUÊNCIA DO BIOCARVÃO E DA TORTA DE FILTRO NOS TEORES DE FÓSFORO EM UM LATOSSOLO DO CERRADO MATO-GROSSENSE

João Carlos Arruda de Oliveira(1), Alan Roberto Richetti Martins(2), Marcelo Ferri(3)

Brenda D’Acunha(4), Elisamara Caldeira do Nascimento(5) & Eduardo Guimarães Couto(6)

1,2Graduando em Agronomia, Bolsista de Iniciação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – DF, e-mail: [e-mail];3Eng. Agrônomo, Analista Fundiário e Agrário do Instituto de Terras de Mato Grosso – MT; 4Química, Doutoranda em Geological Sciences da University British Columbia – CA; 5Eng. Agrônoma, Pós-Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Agricultura Tropical da Universidade Federal de Mato Grosso – MT; 6Professor Titular do Departamento de Solos e Engenharia Rural da Universidade Federal de Mato Grosso – MT.

O uso de biocarvão, que é resultado da pirólise de biomassa renovável, tem sido uma das formas alternativas de manejar a fertilidade dos Latossolos da região do Cerrado, uma vez que estes possuem uma baixa fertilidade natural, e a biomassa pirolisada, que é rica em carbono, pode acabar condicionando-os em seus atributos químicos (Lehmann & Joseph, 2009). Sendo assim, o objetivo do presente trabalho foi avaliar o efeito da aplicação de torta de filtro de cana-de-açúcar e de biocarvão nos teores de fósforo, em um Latossolo do Cerrado Mato-Grossense. A área experimental foi instalada, em faixas, no município de Jaciara/MT, em um LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico de textura média, sem correção da acidez (pH 4,6 CaCl2), e com o cultivo de soja. O biocarvão (BC) foi produzido sob pirólise lenta a 600 °C, a partir da torta de filtro de cana-de-açúcar (TF). O experimento foi constituído em seis tratamentos, configurados com a aplicação de doses de TF e BC incorporados a 0,05 m de profundidade, sendo eles: Ctrl (controle); TF20 (20 Mg TF ha-1); TF40 (40 Mg TF ha-1; BC5 (5 Mg BC ha-1); BC10 (10 Mg BC ha-1); e um tratamento com aplicação conjunta BC10 + TF40. Todos os tratamentos receberam a mesma adubação de 350 Kg ha-1 de NPK (04-30-20). Após a colheita da soja, foram coletadas amostras de solo (0,0-0,10 m de profundidade), com 4 repetições em cada tratamento, para avaliar os teores de P extraídos através do método da resina trocadora de íons. O efeito da aplicação foi avaliado pelo teste de t, com contraste de médias com o controle (p ≤ 0,05). Observou-se nos resultados que os maiores teores de P foram encontrados com o uso da TF, nas duas dosagens, e na combinação com o BC (BC10 + TF40). Considerando a recalcitrância do carbono nos compostos orgânicos após a pirólise, a mineralização do P no BC se torna diferente do processo de mineralização do P da TF, que é mais lábil e facilmente alterado. O bagaço moído e o lodo de decantação presentes na TF, quando incorporados ao solo, favorecem o desenvolvimento de microrganismos que aumentam a disponibilidade do P. Esses contribuem, também, para a liberação do P adicionado pela adubação, que, em condições normais, quase que na sua totalidade, fica retido pela fase sólida do solo. Apesar do teor de P ser maior nos tratamentos com TF, espera-se que o uso do BC aumente a disponibilidade desse nutriente em longo prazo, tendo em vista que a sua maior estabilidade proporciona um efeito residual no solo. Portanto, concluiu-se que a aplicação da torta de filtro de cana-de-açúcar, nas doses 20 e 40 Mg ha-1, e quando combinada com o biocarvão (10 Mg ha-1 de BC + 40 Mg ha-1 de TF) elevou os teores de P do solo. Por fim, os nossos agradecimentos são direcionados à UFMT, ao PPGAT/UFMT, ao CNPq, à FAPEMAT, e à Fazenda Nascente, em Jaciara – MT, pelo apoio no desenvolvimento desta pesquisa.

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