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AGROFLORESTAL NO SEMIÁRIDO: MUTIRÃO AGROFLORESTAL NO SITIO SUÇUARANA EM SÃO JOSÉ DA TAPERA - AL

Por:   •  27/8/2018  •  Trabalho acadêmico  •  3.453 Palavras (14 Páginas)  •  268 Visualizações

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AGROFLORESTA NO SEMIÁRIDO: MUTIRÃO AGROFLORESTAL NO SITIO SUSSUARANA EM SÃO JOSÉ DA TAPERA - AL

José Almir Santos da Silva[1];

Resumo

O semiárido alagoano enfrenta muitos problemas ambientais em consequência dos desmatamentos para uso da terra na agricultura, esta tradicional forma de cultivo vem exaurindo os nutrientes do solo, provocando erosão e aumentando os riscos de desertificação em várias áreas do sertão alagoano. Dentro deste contexto os sistemas agroflorestais (SAF’s) apresentam-se como importante forma de cultivo que agregam dentro de uma mesma área cultivos agrícolas e florestais, que além de manter a cobertura do solo, evitando exposição à radiação solar e erosão, contribuindo para a recuperação de áreas degradadas, aliando produção agrícola à conservação ambiental, além de dinamizar a renda do agricultor familiar. Dessa forma o presente trabalho tem como objetivo implantar um sistema agroflorestal no sitio Sussuarana, município de São José da Tapera AL. Uma análise previa demonstrou um solo enfraquecido devido a sucessivos cultivos sem reposição de nutrientes, necessitando de urgente intervenção; o mutirão se faz importante visto o seu potencial de disseminação do conhecimento, através das redes sociais vinte pessoas se dispuseram a participar do mutirão entre eles agricultores, estudantes, professores e profissionais da área, em parceria com a Escola Estadual do Caboclo uma turma com trinta alunos do Curso de Agricultura Familiar  do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – PRONATEC também esteve presente no mutirão.  Foi implantado um SAF em 0,3 hectares, foram plantadas 200 mudas, pertencentes a 10 diferentes espécies, entre elas frutíferas, madeireiras, e lavouras perenes. Espera-se que a agrofloresta traga retorno econômico em longo prazo aos proprietários, preenchendo áreas previamente vazias, além de contribuir para o equilíbrio ambiental, disseminando a técnica assim como incentivando os agricultores da região a migrar para um sistema mais conservacionista e sustentável.

Palavras-chave: Semiárido. Conservação. Solo.

Abstract

The Alagoan semi-arid region faces many environmental problems as a result of deforestation for land use in agriculture, this traditional form of cultivation has depleted soil nutrients, causing erosion and increasing the risk of desertification in several areas of the Alagoan hinterland. Within this context, agroforestry systems (SAF's) are an important form of cultivation that aggregates agricultural and forestry crops within the same area, in addition to maintaining soil cover, avoiding exposure to solar radiation and erosion, contributing to the recovery of degraded areas, combining agricultural production with environmental conservation, as well as boosting the income of the family farmer. In this way the present work aims to implant an agroforestry system in the Sussuarana site, municipality of São José da Tapera AL. A previous analysis demonstrated a weakened soil due to successive crops without nutrient replacement, requiring urgent intervention; the mutirão becomes important considering its potential of dissemination of knowledge, through the social networks twenty people were willing to participate in the joint effort among farmers, students, teachers and professionals of the area, in partnership with the State School of Caboclo a group of thirty students of the Family Agriculture Course of the National Program of Access to Technical Education and Employment - PRONATEC was also present in the group. A SAF was implemented in 0.3 hectares, 200 seedlings were planted, belonging to 10 different species, among them fruit, timber, and perennial crops. It is expected that agroforestry will bring long-term economic returns to owners, filling previously empty areas, as well as contributing to environmental balance, disseminating the technique as well as encouraging farmers in the region to migrate to a more conservationist and sustainable system.

Keywords: Semiarid. Conservation. Ground.

1. Introdução

A prática da agricultura convencional muitas das vezes, pode envolver a retirada de todo o extrato arbóreo de um local, utilização intensa de mecanização, e plantio de monoculturas. A realização desta prática pode vir favorecer a existência ou incremento de impactos ambientais e sociais, como por exemplo; o aumento da emissão de gases de efeito estufa, aumento do desmatamento, da poluição das águas, erosão do solo, lixiviação de nutrientes, e consequentemente pode vir a contribuir para a produção de alimentos contaminados com agrotóxicos (LACERDA, 2009), Além disso, a realização de práticas como estas pode favorecer para que a cada determinado cultivo o solo fique mais pobre em nutrientes e em água. Diante dessa perspectiva, alguns autores como, Lacerda, (2009) têm considerado a prática convencional de agricultura, como uma das atividades atuais, mais impactantes ao ambiente, pois consequentemente vem contribuindo para exaustão dos solos, com a degradação dos recursos naturais, de tal forma que poderá impossibilitar demais futuras produções agrícolas.

Diante deste contexto, a buscar por sistemas de produção agrícola adaptados ao ambiente, que preserve os recursos naturais e reduza a dependência de insumos externos mas que gere renda ao produtor, tem se tornado um desafio, principalmente em locais adversos como o semiárido (ALTIERE, 2004).

Como uma das estratégias atuais perante a este problema, o princípio da sucessão ecológica, como sistemas agroflorestais – SAFs, tem sido discutidas como uma das principais soluções. Este processo agroflorestal, é um sistema de produção que procura reproduzir a estrutura e função de florestas nativas com espécies de diferentes ciclos e extratos, imitando o processo natural da regeneração florestal, consorciadas com o plantio e manejo sustentável de espécies agrícolas e/ou pecuárias, sejam para fins madeireiros, forrageiros, fruticulturas e/ou medicinais, e que pode ocorrer a substituição de espécies de acordo com o nível de qualidade do solo, à irradiação luminosa e à competitividade (FIGUEIREDO et al., 2008).  Desta maneira, torna-se possível a produção de alimentos ao mesmo tempo em que se mantém ou melhora os recursos naturais e ampliam-se as áreas de florestas, obtendo-se assim benefícios ambientais e socioeconômicos, já que estruturam-se sistemas mais estruturados, diversos e complexos que os iniciais (FIGUEREDO et al., 2008).

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