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ATIVIDADE FUNGICIDA DOS ÓLEOS ESSENCIAIS DE EUCALIPTO NO MANEJO DE Fusarium solani

Por:   •  25/7/2019  •  Artigo  •  2.588 Palavras (11 Páginas)  •  292 Visualizações

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ATIVIDADE FUNGICIDA DOS ÓLEOS ESSENCIAIS DE EUCALIPTO  NO MANEJO DE  Fusarium solani

Tatiane Paulino da Cruz1, Adilson Vidal Costa2, Ediellem Mayara Gomes2, Athaise Ferreira de Lima, Vitor Vargas Schwan2, Fábio Ramos alves2

1 Instituto Federal Sudeste de Minas Gerais, Campus Manhuaçu, Rodovia BR116 Km 589,8 - Distrito Realeza - Manhuaçu/MG Caixa Postal 413 - CEP: 36905-000.

2  NUDEMAFI-UFES/Departamento de Produção Vegetal CCA/Departamento de Produção Vegetal. 

 Alto Universitário, S/nº, Caixa postal 16, Guararema, 29500-000, Alegre, ES, tatiane.paulino@ifsudestemg.edu.br

Resumo - Devido à crescente pressão da sociedade por produtos mais saudáveis, livres de produtos químicos e com aumento da importância dos óleos essenciais no manejo de doenças de plantas, objetivou-se com este trabalho determinar a composição química e avaliar os efeitos fungitóxicos dos óleos essenciais de Eucalyptus sp., E. citriodora e E. grandis Para avaliar o efeito dos óleos essenciais no crescimento micelial, esporulação e germinação de esporos do fungo, foram utilizadas alíquotas de 5; 10; 15; 20; 25 e 30 μL dos óleos essenciais que foram distribuídas na superfície do meio de cultura BDA contido em placas de Petri antes da repicagem do fungo. Os óleos de eucalipto promoveram uma inibição superior a 90% a partir da alíquota de 15 µl do desenvolvimento dos isolados do fungo e também redução do número de esporos produzidos.

Palavras-chave: Fusariose, Plantas medicinais, Controle Alternativo

Área do Conhecimento: Engenharia Agronômica

Introdução

Dentre as várias doenças que acometem a cultura da goiaba no Brasil, destaca-se o declínio da goiabeira. Gomes et al. (2011) comprovaram que a associação sinergética entre Meloidogyne enterolobii (sin. M. mayaguensis) e Fusarium solani (Mart.) Sacc é a causa dessa doença complexa, cujos sintomas são apodrecimento progressivo do sistema radicular, queima dos bordos das folhas, amarelecimento e queda das folhas e morte da planta. Estima-se que as perdas econômicas diretas são de R$ 112,7 milhões, aos quais se acrescentam o desemprego de 3.703 trabalhadores rurais em tempo integral devido ao declínio e morte dos pomares. A estes valores somam-se impactos indiretos, que estão associados às atividades econômicas da goiabicultura, como a redução da produção e comercialização de insumos, transporte, beneficiamento e comercialização da produção e recolhimento de impostos (Pereira et al., 2009).

Por se tratar de uma doença de solo inúmeras são as dificuldades relacionadas ao manejo do declínio da goiabeira, em particular a predispõe da planta à podridão radicular causada pelo fungo Fusarium solani (Gomes et al., 2011). Neste contexto, o uso de produtos naturais têm sido uma alternativa eficaz no manejo de fungos de solo frente a resistência destes aos produtos químicos. Algumas plantas apresentam diversas substâncias em sua composição química, muitas delas com potencial fungicida ou fungistático, as quais devem ser estudadas para utilização direta do produtor rural, bem como para servir de matéria prima para formulação de novos produtos (Garcia et al, 2012).

Em meio as substâncias destacam-se, o uso dos óleos essenciais, que são compostos orgânicos de estrutura química heterogênea que se apresentam em certos gêneros de plantas superiores e inferiores, bem como em microorganismos. São compostos líquidos de consistência viscosa e podem ou não exalar odor.  De acordo com ISO (INTERNATIONAL STARDARD ORGANIZATION) são produtos obtidos de partes das plantas, pela destilação por arraste com vapor d’água, bem como produtos obtidos por prensagem dos pericarpos de frutos. São misturas complexas de substâncias voláteis, lipofílicas, geralmente odoríficas (Simões; Spitzer, 2003). Segundo Piper et al. (2001), essas substâncias em contato com microrganismos deixam suas células mais permeáveis, ocasionando a vazão de seus constituintes, levando-a a morte.

Dentre as espécies, cujo óleo essencial possui potencial fungicida destaca-se o de eucalipto, demonstrando resultados satisfatórios na inibição do crescimento micelial de diversos fitopatógenos. Trabalhando com a espécie de E. citriodora, Dias-Arieira (2010) observaram redução significativa do crescimento micelial de Colletotrichum acutatum a partir da concentração de o,25%. Pereira et al. (2006), também verificou a atividade antifúngica sobre Aspergilus niger, A. ochraceus e Fusarium culmorum.

Neste contexto, objetivou-se avaliar a atividade fungicida de óleos de eucalipto sobre o desenvolvimento do fungo F. solani.

Metodologia

Os experimentos foram conduzidos nos laboratórios do Núcleo de Desenvolvimento Científico e Tecnológico em Manejo Fitossanitário (NUDEMAFI) do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Espírito Santo (CCA/UFES), Alegre, ES.

Para se verificar o efeito dos óleos essenciais sobre o crescimento micelial, alíquotas de 5; 10; 15; 20; 25 e 30 μl dos óleos essenciais foram colocadas no centro de placas de Petri (9 cm de diâmetro) contendo o meio BDA e distribuídas sobre a superfície do meio de cultura com auxílio de alça de Drigalsky.

Em seguida, um disco de 1 cm de diâmetro do meio de cultura contendo micélio de F. solani com 10 dias de incubação foi transferido para o centro das placas contendo uma das alíquotas mencionadas anteriormente dos diferentes óleos essenciais. As placas foram seladas com papel aderente, identificadas e incubadas em estufa tipo BOD sob fotoperíodo de 12h à temperatura de 25 ˚C (Salgado et al., 2003). A avaliação do experimento teve início 24h após sua instalação, realizando-se medições ortogonais do diâmetro das colônias diariamente, sendo que cada medição correspondeu à média de duas medidas diametralmente opostas da colônia fúngica, tendo como referência as placas testemunhas (BALBI-PEÑA et al., 2006). O crescimento foi avaliado até que a testemunha completasse todo o diâmetro da placa.

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