Agricultura Será Um Fator Dominante para o Melhoramento da Agricultura Brasileira ?

        Agricultura 4.0 será um fator dominante para o melhoramento da Agricultura Brasileira?

Maykon Sian Maiotto, Jhonatan de Souza

Faculdade de Tecnologia, FATEC de S. J. Do Rio Preto/SP

1. REVISÃO DE LITERATURA

1. Agricultura Brasileira

Por volta das décadas de 60 e 70 ocorreu no Brasil o processo de urbanização e industrialização com grande crescimento na economia. O único setor não favorecido nesse período era o setor agrícola que ainda dependia do mercado externo para suprir a demanda nacional de alimentos (EMBRAPA, s. d.).

A deficiência de investimentos no setor agrícola em tecnologias, acarretava em baixa produtividade, principalmente em solos pobres em nutrientes, como por exemplo no cerrado brasileiro. Por falta de oportunidades no setor, vários produtores se mudaram para a cidade, intensificando assim o êxodo rural (EMBRAPA, s. d.).

Com o êxodo rural, forçou então ter mais investimentos em tecnologia, pesquisa e desenvolvimento (P&D). O grande avanço na década de 70, foi o início da introdução do sistema de plantio direto no interior do Paraná, onde têm terras férteis e clima proprício para o cultivo de várias culturas durante o ano, diminuindo os custos com o preparo de solo, assim aumentando a produtividade na mesma área cultividada (Figura 1) e com isso teveum aumento significativo nos lucros (EMBRAPA, s. d.).

Figura 1: Área e produção de grãos de 1977 a 2018.

[pic 1]

Fonte: CONAB, 2018.

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Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB, 2018) o crescimento da produção pode ser visto pelo aumento do rendimento das culturas como milho, soja, feijão, arroz e trigo entre os anos de 1977 a 2018.

Em geral, os produtos tiveram significativos aumentos de rendimento: trigo e milho (240%) e arroz (315%) como podemos ver na figura 2. Soja e feijão, que apresentaram os menores crescimentos, praticamente dobraram o rendimento no período analisado (CONAB, 2018).

Figura 2: Rendimento médio (t/ha) dos grãos de 1977 a 2018.

[pic 2]

Fonte: CONAB, 2018.

Por mais que tenha havido um aumento expressivo da produtividade, a ocupação do solo na agriculltura brasileira continua praticamente a mesma área com produtividade maior e sempre cuidando do meio ambiente (CONAB, 2018).

A área agricultável total ocupada e em uso no Brasil é de aproximadamente 30,2% (Figura 3) (EMBRAPA TERRITORIAL, s. d.).

Figura 3: Ocupação Territorial

[pic 3]

Fonte: EMBRAPA TERRITORIAL, s. d.

No caso da bovinocultura de corte, o efetivo mais do que dobrou nas últimas quatro décadas, enquanto a área de pastagens teve pequeno avanço e até diminuiu em algumas regiões. O crescimento da produtividade explica-se, principalmente, pelo aumento substancial da proporção de pastagens plantadas com cultivares de gramíneas e leguminosas com maior produtividade e qualidade e adaptadas aos diferentes ambientes brasileiros (MAPA, 2018).

Esse processo é reflexo também do melhoramento genético animal e da adoção de boas práticas pecuárias, resultando no aumento do ganho de peso dos animais, na diminuição da mortalidade, no aumento das taxas de natalidade e também na expressiva diminuição da idade no abate, com forte melhora nas taxas de desfrute do rebanho. Evoluiu de 15% para 25% no mesmo período. De fato, entre 1950 e 2018, a produtividade animal explicou cerca de 80% do aumento da produção pecuária (MAPA, 2018).

Os setores de avicultura e suinocultura são caracterizados pelo dinamismo da cadeia e pelo uso intensivo de tecnologias. Além de evidenciarem a pujança do agronegócio brasileiro, sinalizam para um conjunto de mudanças sociais, econômicas, político-institucionais e tecnológico-produtivas. Elas poderão ocorrer em outras regiões rurais onde a dinâmica agrícola se instalar (MAPA ,2018).

O setor de carnes brasileiro apresentou expressivo aumento da produção entre 1975 e 2018, com destaque para a produção de frango. Cresceu mais de 26 vezes no período. Em 2018, a produção total de carnes (bovina, de frango e suína) somou 25 milhões de toneladas, ante 3,4 milhões de toneladas em 1975, o que representa um crescimento de 642% (CONAB, 2018).

        

1.2 Tecnologia a favor da Agricultura Brasileira

O uso de tecnologias da informação está transformando a agropecuária. O processo de decisão do produtor rural, historicamente baseado na tradição, experiência e intuição, passou a ser apoiado por informações precisas e em tempo real. Nos últimos anos, sensores terrestres, drones, sistemas de rastreamento via satélite e outros dispositivos foram introduzidos no ambiente rural para coletar dados referentes às variáveis que influenciam a produtividade, como características do solo, variação climática e incidência de pragas. Tratores e máquinas agrícolas são equipados com sistemas que permitem seu monitoramento e operação remotos, beneficiando o manejo da lavoura e  os softwares auxiliam a gestão dos dados. Agora, a interconexão desses recursos gera novos impulsos ao agronegócio (JUNIOR, 2019).