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Colheita Mecanizada - Apostila

Por:   •  12/9/2015  •  Projeto de pesquisa  •  6.657 Palavras (27 Páginas)  •  514 Visualizações

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[pic 1]Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – SENAR [pic 2]
Administração Regional Pará
Programa “Jovem Aprendiz Rural”

[pic 3]

PLANTIO DA CANA-DE-AÇÚCAR

UM POUCO DA HISTORIA

"Esta planta brotou do mel; com mel a arrancamos; nasceu a doçura...Eu te enlaço com uma grinalda de cana-de-açúcar, para que me não sejas esquiva, para que te enamores de mim, para que não me sejas infiel". Esta frase faz parte do Atharva-Veda, 4º. Livro dos Vedas, livro sagrado dos hindus”.

A palavra açúcar, vem do sânscrito – sakkara – antiga língua de uma das tribos da Índia – e esse termo derivou para saccharum (latim), sukkar (árabe), zucker (alemão), sugar (inglês), zucchero (italiano) e hoje em dia não há região do mundo onde ele não seja consumido.

A planta é uma gramínea de origem asiática, consenso geral. Embora existam algumas posições divergentes é uma aceitação sem contradições que a Ásia é a pátria dessa planta que nos dá variados produtos e subprodutos de consumo indispensável e na Nova Guiné deve ter acontecido o primeiro contato do homem com essa planta “que produzia mel sem abelhas”, de lá tendo sido levada para a Índia, daí a controvérsia sobre a sua origem com alguns historiadores apontando para a Índia (Golfo de Bengala) como o berço da cana-de-açúcar com a ancestral Saccharum spontaneum.

Assim, a cana era desconhecida no Ocidente.

No ano de 327 a.C, durante as suas marchas de conquista, essa planta acabou por ser alvo da curiosidade de alguns generais de Alexandre Magno lá pelo ano 327 a.C, que a teria levado para a Pérsia e posteriormente dos cruzados durante as incursões pelo Oriente Médio.

Os árabes, por sua vez, já no século X introduziram o seu cultivo nas terras do Egito que chegou a produzir um açúcar da melhor qualidade para a época; a partir daí, migrar pelo Mar Mediterrâneo, sendo levada para as ilhas de Chipre e da Sicilia até chegar à Península Ibérica, foi questão de pouco tempo.

MAPA DA EXPANSÃO DA CANA-DE-AÇÚCAR DO SÉCULO II AO SÉCULO XV

[pic 4]

A CANA DE AÇÚCAR COMO ESPECIARIA

Por sua composição a seguir apresentada, o açúcar era tido na antiguidade como uma das especiarias que entravam na Europa vinda do Oriente e era consumido por reis e nobres que o adquiriam de mercadores que mantinham uma linha de comércio com o Oriente Próximo e por ser um ótimo energético, era administrada pelos médicos aos pacientes em recuperação; por ser assim tão procurado, era um produto na época extremamente caro para a época – o equivalente nos dias de hoje a R$ 200,00 o quilograma – de modo que esses nobres registravam em testamento as quantidades estocadas em seus palácios. Essa é uma das razões para que a cana-de-açúcar se tornasse alvo dos conquistadores.

Composição média da Cana-de-Açúcar

 Composição

Teor (%)

Água

Açúcares

Fibras

Sólidos solúveis

65 a 75

11 a 18

8 a 14

12 a 23

Durante o renascimento com o comércio atingindo níveis importantes entre as nações, o comércio marítimo se intensificou, para fugir dos impostos escorchantes cobrados pelos senhores feudais nas passagens por suas terras. Portugal, porta de acesso do Mediterrâneo ao oceano Atlântico, por onde obrigatoriamente passava a produção de açúcar, antevendo a importância da cultura na história do mundo, tratou de implantá-la na ilha de Madeira de onde chegou aos Açores e Cabo Verde e dessas bases, para a América recém-descoberta.

Daí seguiu levada pelos navegadores para as ilhas do Mar do Caribe, implantando-a na ilha Hispaniola para que servissem de abastecimento para outros navegadores que viriam depois e para o Brasil pelas mãos de Martim Afonso de Souza na Capitania de São Vicente onde foi construído o primeiro engenho de açúcar.

[pic 5]

Foi, porém, no Nordeste, nas capitanias de Pernambuco, Paraíba e Bahia que a cultura encontrou na época condições propícias ao seu desenvolvimento e os engenhos se multiplicaram, produzindo bem em terras férteis, de relevo suavemente ondulado, produzindo um açúcar muito superior ao açúcar produzido na Índia.

O MONOPÓLIO BRASILEIRO - Após 50 anos de sua chegada ao nosso território, o Brasil monopolizou a produção mundial de açúcar, comercializada na Europa por Portugal e Holanda, auferindo grandes lucros. A Europa passou a ser então a grande consumidora de açúcar e as regiões produtoras, de Salvador e Olinda experimentaram grande progresso.

Em 1578 Portugal foi anexado à Espanha pelo rei católico Felipe II, que se opunha à Holanda e à Inglaterra, protestantes, e passou a restringir o comércio com aqueles países, levando a Holanda a invadir o Brasil, aí permanecendo por 76 anos, quando foram expulsos levando consigo mudas da planta para as suas colônias no Mar do Caribe e Antilhas.

Começava assim a quebra do monopólio brasileiro na produção de açúcar

Os holandeses então iniciaram a produção açucareira no Caribe e mais tarde também os ingleses e franceses em suas colônias.

Mesmo assim, embora coincidindo com a descoberta do ouro no final do século XVII em Minas Gerais, que provocou uma queda na produção de açúcar, a renda com o comercio de açúcar no Brasil Império (1500 a 1822) duplicou em relação ao ouro e foi cinco vezes maior do que a obtida com o comércio de outros produtos reunidos: café, algodão, madeiras, etc.

Com o crescimento da produção de açúcar no Século XVIII nas ilhas do Caribe e nas Antilhas o Brasil perdeu várias posições na produção mundial de açúcar. Inglaterra e França disputavam em suas colônias os primeiros lugares na produção. O Haiti, colônia francesa no Caribe na ilha Hispaniola passou a ser o maior produtor mundial embora o Brasil, continuasse entre os cinco maiores produtores do mundo.

No século XIX, com a guerra entre Inglaterra e França, os ingleses com seu poderio naval bloqueou os portos de modo que ao se virem privados de receber o açúcar de cana produzido em suas colônias do Caribe, Napoleão estimulou

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