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Necessidades, agroecologia e desenvolvimento sustentável

Por:   •  19/8/2016  •  Resenha  •  956 Palavras (4 Páginas)  •  476 Visualizações

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RESENHA

ILLICH, Ivan. Necessidades. Dicionário do desenvolvimento. Guia para o conhecimento como poder. Petrópolis: Vozes, 2000. p. 155-172.

GUZMAN CASADO, Gloria; GONZALES DE MOLINA, Manuel; SEVILLA GUZMAN, Eduardo. Agroecologia y desarrolho sostenible. Introducción a la agroecología como desarrollo rural sostenible

Madrid-Barcelona-México, Ediciones Mundi-Prensa, 2000.

Em seu discurso de posse em 1949, como presidente dos Estados Unidos, Harry S. Truman implanta o “desenvolvimento”. Desta forma cria um instrumento que reforçará as estratégias de controle social existentes e estabelecerá uma nova geografia política: a divisão do mundo em países desenvolvidos e subdesenvolvidos. O fundamento do desenvolvimento, ainda hoje, incute a descrição e desejo de um mundo melhor, com  anseios de aumento da qualidade de vida.

Desde 1950, os discursos e as práticas do “desenvolvimento” passaram por processos. Illich (2000) analisa este processo dividindo-o em três fases que vão se sucedendo à medida que os programas de desenvolvimento implementados pelas instituições correspondentes vão fracassando.Na primeira, que começaria nos anos 50, se tem uma ênfase maior no crescimento, culminando em 1962 com a operacionalização da pobreza por parte das Nações Unidas quando escolhem o Produto Nacional Bruto (PNB) como o indicador que separa os “países pobres” dos “países ricos”.

Numa segunda etapa, nos anos 1960 e 1970, fracassa esta visão que associava crescimento com incorporação ao clube dos países desenvolvidos.  Assim, no ano de 1973, o Presidente do Banco Mundial declara que medir o progresso através do PNB “contribuiu significativamente para exacerbar as desigualdades na distribuição de renda” (McNamara apud Illich, 2000, p. 161). O crescimento econômico medido pelo PNB, não trazia automaticamente a redução da pobreza, pois  crescimento não significava desenvolvimento, pois é necessário melhorar o nível quantitativo e qualitativo da produção para melhorar as condições de vida das populações dos países subdesenvolvidos.

Nos anos 60 e 70, busca-se reequilibrar o território nacional, a partir de entidades territoriais menores: as regiões, como estratégia descentralizadora com objetivo de equilibrar a economia.

Nos anos 80, na terceira etapa do processo, o desenvolvimento econômico virá ligado ao desenvolvimento social. Desta forma, o social e o econômico se juntam nesta nova definição do termo desenvolvimento, na concepção de que o planejamento do potencial humano seria o caminho para desencadear o desenvolvimento, e com isso o discurso sobre as necessidades como saída para o desenvolvimento. Seu objetivo era identificar as necessidades humanas essenciais (alimentação, saúde, educação, etc.) e enfrentá-las prioritariamente. Nesta época começam os discursos a cerca do desenvolvimento sustentável.

Assim, percebe-se que o assunto desenvolvimento iniciado de forma bem ampla em 1950, passa a uma escala regional nos anos 60 e 70, e reduz-se a escala local nos anos 80.

         Sobre as necessidades, uma economia baseada nestas condições, cria o homem necessitado, que deseja padrões de vida e de consumo impostos pelo progresso, reduzindo o individuo a sombra das suas necessidades. Somos medidos por aquilo que possuímos e por quilo que nos falta, ou seja, do que necessitamos, ou do que nos foi imposto como necessidade, pois a necessidade impõe o padrão de vidada sociedade. O consumo seria, a partir desta época, o mecanismo para geração das necessidades e a forma de satisfação destas necessidades.  

Sobre o desenvolvimento rural sustentável, abordado por Casado, Molina e Guzman (2000), o conceito se refere a áreas rurais onde se pretende melhorar o nível de vida da população , por processos de participação local e potencialização dos seus recursos, este é definido então como desenvolvimento rural.  

Segundo estes autores, o desenvolvimento rural teve sua origem como resultado do fracasso do modelo econômico dos anos 50 e 60 para combater a pobreza dos países subdesenvolvidos.  O desenvolvimento rural, nos anos 80, nos países desenvolvidos torna-se alvo em função das disparidades entre o urbano e rural, entretanto, para os países subdesenvolvidos o objetivo é redução da pobreza.

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