O Cooperativismo Agropecuário e Suas Características

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE RONDÔNIA/ IFRO – CAMPUS CACOAL

CURSO SUPERIOR DE TÉCNOLOGO EM AGRONEGÓCIO/ 4º PERÍODO

Cooperativismo agropecuário e suas características

Discente: Édima Kiister, Jéssica Kiister e Valéria Bispo

CACOAL/RO

2021

INTRODUÇÃO

Com a intenção de unir pessoas que possuem interesses em comum visando alcançar vantagens econômicas em suas atividades o cooperativismo é um movimento social e econômico e os integrantes são denominados tanto associados como donos da cooperativa. Essa união também tem o propósito à resolução dos problemas encontrados durante o exercício das atividades (SANTOS, 2021). As cooperativas são maneiras de usufruir de políticas públicas e das diversas estruturas de apoio, como espaços físicos e maquinários, por exemplo, e de aprimorar as relações com o mercado. Portanto, as cooperativas são organizações de negócios com capacidade de promover o desenvolvimento rural e colaborar com a Segurança Alimentar e Nutricional – SAN (VALENT, 2021).

O movimento cooperativista no Brasil se iniciou no ano de 1889, no estado de Minas Gerais, proveniente da união de colaboradores públicos visando à criação da Cooperativa Econômica dos Funcionários Públicos de Ouro Preto com enfoque no consumo de produtos agrícolas. A Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) é a representante das cooperativas brasileiras, que a fim de facilitar o registro delas estabeleceu ramos para a classificação das cooperativas levando em conta as atividades econômicas exercidas. Os ramos são: agropecuário; crédito; consumo; trabalho; infraestrutura; saúde e transporte; trabalho, produção de bens e serviços (SANTOS, 2021).  Levando em conta todos os ramos de cooperativas, neste trabalho será abordada especificamente a cooperativa agropecuária.

 Entre os departamentos operados por cooperativas, o setor agropecuário tem se destacado pelo número de cooperativas, pelo trabalho que prestam e pela representatividade na atual conjuntura econômica. Segundo dados da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as cooperativas agrícolas respondem por 6% do PIB e 48% de todos os produtos produzidos nesta área (SOUZA, 2019).

A importância do estudo sobre o cooperativismo agropecuário se dá na promoção do desenvolvimento rural e pela agregação de valor. As cooperativas agropecuárias podem aprimorar o acesso ao mercado e auxiliar os agricultores a evitar os perigos com demanda variável e produtos perecíveis, por exemplo. Ademais, as cooperativas possuem poder de formação de preço e negociação, podem ser utilizadas como um condutor para a difusão de tecnologias, ainda podem oferecer prestação de serviços e facilitar a aquisição de alguns benefícios, como obtenção de créditos para financiamentos e subsídios do governo (VALENT, 2021).

2 EVOLUÇÃO DO COOPERATIVISMO AGROPECUÁRIO

A história tem início no Paraná no ano de 1847, com a criação da primeira cooperativa agropecuária do país. Mas o setor ganhou impulso somente em 1907. Tal fato se deu através do então governador do estado de Minas Gerais, João Pinheiro, que com o objetivo de acabar com os intermediários da produção agrícola, lançou um projeto cooperativista. As vendas de produtos, como o café, naquela época eram controladas pelos estrangeiros e foram as cooperativas que iniciaram o movimento para a nacionalização da comercialização dos produtos agropecuários brasileiros. Ademais, trouxeram ainda vários outros benefícios para o Brasil: modernizaram o campo, alavancaram a produção, conquistaram o mercado internacional e investiram em novas tecnologias e ao longo do século 20 foi concretizando a sua importância para a economia brasileira (Organização das Cooperativas Brasileiras – OCB, 2019).

Depois dos anos de 2000, as cooperativas agropecuárias brasileiras entraram em uma nova fase de desenvolvimento, decorrente do aumento da produção e da capacidade de armazenagem, do número de instituições e de associados, o aumento de investimento, exportação e faturamento (PADILHA, 2020). Entre 2017 e 2018 o cooperativismo agropecuário brasileiro obtinha R$114,6 bilhões de ativo total, que é a soma de seus bens e direitos; R$31,11 bilhões de ativo imobilizado que sãos os bens e direitos que são necessários para manter o funcionamento e R$40,9 bilhões de PL (Patrimônio Líquido). O cooperativismo agropecuário possuía no ano de 2019 1.613 cooperativas, 1 milhão de cooperados e concentrava ainda 209,8 mil empregados (SANTOS, 2021).

3 CONCEITUANDO O COOPERATIVISMO AGROPECUÁRIO

Cooperativas agropecuárias é uma opção para que agricultores, especialmente de médio e pequeno porte, consigam adentrar no sistema agroalimentar com o intuito de melhorar os seus resultados econômicos e ampliar assim o seu bem-estar (BOESSIO, 2017). Com um enfoque contemporâneo, o cooperativismo é fundamental para a competição em um mercado global e a promoção do desenvolvimento sustentável. As cooperativas possuem um papel de destaque dentro das comunidades que estão inseridas, promovendo o desenvolvimento econômico (VALENT, 2021).

3.1 FUNÇÕES DE UMA COOPERATIVA

Os modelos das cooperativas brasileiras focam principalmente na prestação de assistência técnica aos cooperados e na organização e execução de serviços econômicos. Levando em conta os ramos de atuação, as cooperativas agropecuárias brasileiras são compostas por produtos como: café, açúcar, soja, leite e carne (RÊGO, 2019).

A atuação das cooperativas agropecuárias deve ser sempre em defesa dos produtores que são cooperados, e, além disso, é responsável por prestar o atendimento integral sobre assuntos que os agricultores não alcançam como é o caso de aquisição de insumos, que muitas vezes acabam definindo quais as tecnologias devem ser adotadas pelos agricultores, definem estratégias e diversificações da produção, formas de crescimento e etc (BOESSIO, 2017).

Essas são as principais funções de uma cooperativa do ramo agropecuário:

Revender os produtos que são entregues pelos cooperados, estendendo ainda à auxílio á padronização, armazenamento, classificação, o beneficiamento, o depósito e a industrialização dos produtos recebidos;	Diminuir margens entre os preços recebidos pelos cooperados e o preço dos produtos agrícolas no mercado final;
Abastecer os cooperados com produtos consumo e uso da família ou pessoal e entregar aos cooperados bens de produção e utilidades necessários para a execução de suas atividades agropecuárias;	Diminuir a margem que existe entre o preço na aquisição dos insumos aos agricultores no varejo;
Proporcionar para os associados serviços de interesse comum, para defesa e incremento de sua produção agrícola, como assistência técnica, administrativa e social;	Proporcionar bons resultados aos cooperados na prestação de serviços, tais como: assistência técnica e transporte de produtos;
Promover o cooperativismo no âmbito rural;	Qualificar e selecionar embalagens;
Abrir canais que sejam de confiança para comercialização;	Realizar a divulgação dos seus produtos em regiões onde vão ser rapidamente distribuídos;
Acrescer o poder de barganha dos produtos na compra de insumos e na venda dos produtos;	Levantar informações de mercado, uniformizar cotações e padronizar termos de venda no mercado etc.