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O EFEITO DAS CONDIÇÕES DE ARMAZENAMENTO NA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE GRAVIOLA (Annona muricata L.) NO ESTADO DO PARÁ.

Por:   •  4/2/2020  •  Artigo  •  1.249 Palavras (5 Páginas)  •  296 Visualizações

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EFEITO DAS CONDIÇÕES DE ARMAZENAMENTO NA GERMINAÇÃO

 DE SEMENTES DE GRAVIOLA (Annona muricata L.)  NO ESTADO DO PARÁ.

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INTRODUÇÃO

        Na Amazônia, a gravioleira (Annona muricata L.) vem sendo cultivada com baixos níveis de capitalização e de tecnologia. No entanto, a fruteira conta com um ótimo mercado consumidor e muito boas perspectivas para exportação, dado o seu sabor, seu agradável aroma, seu potencial para a industrialização e as condições naturais de cultivo na Região. A crescente demanda e interesse pela graviola, por parte do consumidor e da indústria de suco justifica a implantação do cultivo sistemático da espécie. Dados  divulgados pelo IBGE (1996), indicam que o Norte detém cerca de 23,53% da produção do fruto, onde o Pará contribui com 62% desta produção.  A planta pode ser propagada via  sexual (por sementes) ou assexual (via material vegetativo). Ainda que muito empregado no Brasil, em especial na Região Amazônica, o método sexual de propagação não é recomendável, por não possibilitar prever com segurança,  qualidades como rendimento e porte da planta, suscetibilidade a doenças e pragas (Siqueira, 1998). De acordo com Siqueira (1998), sementes de graviola apresentam dormência e no processo de semeadura estas devem ser imersas em água por 24 horas ou  ter sua porção terminal escarificada com lixa no 2. No entanto, Queiroz (1999) em seu trabalho  utilizando níveis de ácido sulfúrico e tempo de permanência em água quente, recomenda que a semeadura seja feita logo após a  lavagem e secagem das sementes à sombra.

        No presente  trabalho, sementes de graviola foram submetidas a diferentes condições de armazenamento visando a uniformização da quebra de dormência.

MATERIAL E MÉTODOS

As sementes foram  coletadas de  frutos, aparentemente sadios, em  área de produção localizada em Castanhal. Logo após serem extraídas, lavadas e secas à sombra por 24 horas, as sementes foram divididas em quatro lotes e submetidas aos seguintes tratamentos:

[pic 2]

T1 -  Imersão em água à temperatura ambiente (28°C) durante 30h;

T2 - Lavagem em água corrente com secagem à sombra (testemunha);

T3 - Armazenamento à sombra durante 15 dias;

T4 - Armazenamento em câmara fria (5°C) durante 15 dias.

No Tratamento 3  as sementes foram acondicionadas em sacos de polietileno transparentes e mantidos em uma prateleira  à 1 metro  de distância do telhado de barro,  de uma sala fechada, com circulação de ar.

O experimento foi conduzido em casa-de-vegetação coberta  com sombrite à 50% de luminosidade.  A semeadura foi realizada em sacos de polietileno pretos, perfurados, contendo como substrato, solo orgânico (terra preta) misturado com  esterco bovino curtido na proporção de 3:1., colocando-se três sementes  por saco plástico, dispostas em posição horizontal, a uma profundidade de aproximadamente 1,5 a 2 cm. A avaliação foi feita com base no registro da porcentagem  de sementes germinadas e índice de emergência, em quatro períodos. O delineamento experimental usado foi inteiramente casualizado com 4 tratamentos e 10  repetições, totalizando 40  parcelas. Cada parcela continha três sementes. Para efeito de análise de variância, os dados foram transformados em arco seno da raíz quadrada da porcentagem e as médias comparadas pelo teste de Tukey, em nível de 5% de significância (Zar, 1984).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

        Os primeiros dados de germinação foram registrados aos 20 dias, época  em que foi observada emergência de plântulas, em pelo menos dois tratamentos. Os dados  subseqüentes foram obtidos aos 25, 30 e 35 dias após a semeadura. Os resultados da emergência das plântulas estão apresentados na Figura 1.

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        As sementes dos tratamentos T1 (Imersão em água à temperatura ambiente (28°C) durante 30h)  e T2 (Lavagem em água corrente com secagem à sombra - testemunha)   começaram a germinar no vigésimo quinto dia, atingindo  o pico  aos trinta e cinco dias após a semeadura (86,2%). Já nos tratamentos T3 (Armazenamento à sombra durante 15 dias) e T4 (Armazenamento em câmara fria (5°C) durante 15 dias), as sementes começaram a germinar aos vinte dias (79,3% e 10,3%, respectivamente). A abertura das folhas primordiais iniciou  no tratamento T3, 10 dias após ao primeiro registro dos dados de germinação, onde   80% dos “seedlings” deste tratamento já haviam emitido folhas primordiais,  enquanto que os demais tratamentos apresentaram no máximo 15%  dos “seedlings” com as folhas primordiais.

        Houve diferença altamente significativa entre os diferentes tratamentos (p<0,001). O armazenamento de sementes à sombra por  até 15 dias, acelerou a germinação, aumentando  de forma considerável a emergência das plântulas, quando comparado aos demais tratamentos, nas condições  estudadas (Tabela 1). Os resultados obtidos sugerem que as sementes devem ser guardadas em ambiente seco, por certo período, antes da semeadura, discordando dos resultados obtidos por Queiroz (1999) que recomenda a semeadura  logo após  o  processamento das sementes.

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