PRINCIPAIS CULTIVARES DE CAFÉ UTILIZADOS NO BRASIL

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS – CCA

CURSO DE ENGENHARIA AGRÔNOMA

CAMPUS II – AREIA

PRINCIPAIS CULTIVARES DE CAFÉ UTILIZADOS NO BRASIL

Jackeline Gomes Germano^[1]

1 INTRODUÇÃO

Desde os primórdios da descoberta do Brasil, há grande produtividade agropecuária e agrícola no país. Algumas regiões sendo mais fortes em um ramo e outras em outro. O território brasileiro é muito forte em grãos, e um dos grandes exemplos é o café. Atualmente, o Brasil é o maior produtor de café do mundo e vem segurando esse posto ao longo dos anos (MORAGADO, 2008).

A indústria cafeeira nacional possui 12 indicações geográficas do grão e tem safras cada vez maiores, produzindo arábica e robusta (SEBRAE, 2021). As condições climáticas e geográficas do Brasil são fundamentais para este sucesso, pois viabilizam a alta produtividade, consumo e exportação.

Observando este cenário de sucesso na produção, venda para dentro e fora do país, justifica-se a presente pesquisa, que tem como objetivo principal apresentar as principais cultivares de café utilizadas no Brasil. Para alcançar este objetivo, foi realizada uma pesquisa bibliográfica descritiva, com base em artigos e trabalhos científicos que versam sobre o tema.

2 REVISÃO DE LITERATURA

Nesta seção serão apontados a história do café, bem como suas características botânica e morfológicas, a cultura do grão no Brasil e sua importância econômica e, por fim, considerações a respeito das principais cultivares produzidas no Brasil, considerações as características do solo e do clima.

2.1 A história do café

As notícias mais populares a respeito da origem do café são da região da atual Etiópia, na África, onde o grão se propagou pelo combate à hiperatividade e ao sono (MARTINS, 2008; RODRIGUES; DIAS; TEIXEIRA, 2015).

        De acordo com Santos (2011), somente em meados do século XIV o café ganhou as características atuais e passou a ser bebido, consumido e produzido em grande escala. Ainda de acordo com o autor foi por intermédio da Guiana Francesa que os grãos de café chegaram ao Brasil.

2.1.1 Classificação botânica e morfológica

O cafeeiro faz parte da ordem Gentianales, da família Rubiaceae e é do gênero Coffea (BASSOLI, 2006). Os tipos de café mais comercializados por sua viabilidade econômica são a café arábica (Coffea arabica) e o café robusta (Coffea canephora).

Características do café arábica:

• Grande porte,
• Folhas verde-escuras e ovais,
• Frutos ovais
• Maturação entre sete e nove meses,
• Duas sementes lisas;
• Presente em: América Latina, Áfricas Setentrional e Central, além de Índia e parte da Indonésia.

Características do café robusta:

• Arbusto volumoso,
• Pequeno porte,
• Sistema radicular não profundo,
• Frutos arredondado/ovais,
• Maturação de até 11 meses,
• Presente em: Indonésia, Vietnã, Uganda e Brasil (chamado de Conilon).

2.2 A cultura do café no Brasil

No Brasil, o café se tornou uma bebida de alto consumo. É natural chegar nas casas de todas as regiões do país, mesmo as mais quentes, e ter um café sendo oferecido pelos anfitriões. De acordo com Begale (2014, p. 15),

[...] o café chegou ao Brasil em 1727, trazido pelo então sargento-mor Francisco de Mello Palheta. O governador do Maranhão e Grão Pará, João da Maia Gama, foi quem teria enviado Palheta à Guiana Francesa, em missão oficial com o intuito de solucionar desavenças sobre a delimitação de fronteiras.

        Tendo origem no Norte do país, o grão se espalhou para o Nordeste e seguiu para o Sul chegando ao Rio de Janeiro em 1774, depois chegando a São Paulo e Minas gerais, onde se expandia cada vez mais, aumentando a produção e o consumo da bebida. No século XVIII o Brasil passou a produzir em maior escala, exportando com determinada regularidade o grão (MATIELLO et al., 2002).

        Para Moragado (2008, p. 04):

Desde que surgiu no Brasil, no século XVIII, o café já se expandiu do Sudeste para todas as outras regiões. Por esse motivo, a diversidade é uma das características da cafeicultura brasileira. Do Sul à Amazônia, o café está presente em planaltos e regiões montanhosas, em cultivos adensados ou convencionais, resiste ao frio e tem auxílio da irrigação para suportar o clima seco e é cultivado em pequenas, médias e grandes propriedades. O país produz os mais variados tipos de grãos e obtém todas as qualidades de bebida. Ao contrário do que ocorre em outros países produtores, que, pela própria extensão, têm menor área cultivada, a diversidade do Brasil tem relação com espécies e variedades.

Assim, é possível observar que, no Brasil, há variedade de espécies, haja vista a necessidade de diversificar visando o consumo interno e a exportação do grão.

2.2.1 Importância econômica e social do café

        Por ser o maior produtor de café do mundo, o café já demonstra que é economicamente fundamental para o Brasil. Afinal, a sua produção serve tanto para consumo interno como para exportação. Considerando esta realidade, é essencial falar também da importância social do café, já que é um dos maiores geradores de empregos no Brasil no que diz respeito à atividade agrícola (MATIELLO et al., 2002).

        A população brasileira que trabalha com café só aumenta com o passar dos anos, fazendo com que estes indivíduos tenham, além de fonte de renda, acesso à saúde e à educação, não apenas para eles como também para os seus familiares. Assim, o café cumpre uma função social, além da econômica.

2.3 Principais cultivares utilizadas no Brasil

        As duas principais espécies de café produzidas no Brasil são: café arábica e café robusta. Ambas são bastante produzidas no Brasil e no mundo.

        Sobre o café arábica, de acordo com Moragado (2008, p. 10):