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Produção de Espinafre da Nova Zelândia

Por:   •  27/6/2016  •  Trabalho acadêmico  •  2.171 Palavras (9 Páginas)  •  723 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL

CAMPUS CHAPECÓ

CURSO DE AGRONOMIA

DISCIPLINA: OLERICULTURA

DION LENO MORAIS

PRODUÇÃO DE ESPINAFRE DA NOVA ZELÂNDIA (Tetragonia expansa)

CHAPECÓ

2016

INTRODUÇÃO

        As hortaliças são plantas de consistência herbácea, geralmente de ciclo curto e tratos culturais intensivos, cujas partes comestíveis (folhas, hastes, flores, frutos, raízes) são diretamente utilizadas na alimentação humana, seja in natura ou com pouco processamento (EMBRAPA, 2007).

        A produção de hortaliças no Brasil aumentou de 8,9 mil para 17,4 mil toneladas de 1980 até 2006. Em 2008 esse valor subiu para 19,3 toneladas, totalizando cerca de 800 mil hectares cultivados (EMBRAPA, 2010).  O crescimento na produção de hortaliças está atrelado a vários fatores, dentro os quais se podem citar: mudança de hábito dos consumidores nos últimos anos, que estão procurando cada vez mais aderir a uma alimentação saudável e também aumento do poder aquisitivo dos consumidores.

        Outro fator é que a olericultura viabiliza o aproveitamento de áreas consideradas problemáticas, com baixa fertilidade, pedregosos, alagados e outras, desde que essas áreas passem pelos manejos requeridos pela cultura que será cultivada (FILGUEIRA, 2005).

        Sabe-se que a agricultura familiar é responsável por mais de 70% dos alimentos produzidos no Brasil, entre estes alimentos a olericultura tem destaque, isso se deve porque as propriedades são de porte pequeno, o que impossibilita a implantação de grandes culturas, os tipos de solos, que em geral são fracos tornando a produção de hortaliças uma saída viável para os produtores, pois não será preciso de grandes investimentos para produzir.

        O consumo per capita no Brasil varia muito de região para região, ficando na média de 30 quilogramas por habitante por ano, este numero é relativamente baixo se comparado a outros países Europeus, Asiáticos e da América do Norte, onde a média é 115 quilogramas por habitante por ano (MELO, 2011).

        O fato do consumo no Brasil ainda ser baixo é o um bom fator para a Olericultura, tendo em vista que a tendência é aumentar a demanda e consequente produção, permitindo que algumas produções sejam ampliadas e até mesmo a inserção de novos produtores.

        Dentre as várias hortaliças consumidas no Brasil o espinafre tem apresentado um aumento significativo, pois seu preço é relativamente baixo e possui em sua composição ferro, cálcio, fósforo, potássio, magnésio, sódio, enxofre, cloro e silício, além de várias vitaminas. Suas folhas verde-escuras contêm antioxidantes e bioflavonóides que ajudam a bloquear substâncias causadoras de câncer (SILVA, 2009).

        O espinafre da Nova Zelândia (Tetragonia expansa) é uma hortaliça da família Aizoaceae, é comumente confundida com o espinafre verdadeiro (Spinacea oleracea) que pertence à família das Chenopodiaceae, no Brasil a primeira espécie é mais utilizada (Silva, 2009).

        O espinafre da Nova Zelândia é uma planta herbácea, de hábito rasteiro, com um caule principal, ereto e curto, da base do qual surgem seis ou mais ramos laterais, radiais, que crescem horizontalmente, e as folhas são de coloração verde-escura, com tamanho menor em relação ao espinafre verdadeiro. É cultivado o ano todo, em ampla faixa termo-climática, produzindo melhor em temperaturas cálidas ou amenas, não sendo recomendada para invernos frios de regiões de altitude. A propagação do espinafre é feita em bandejas, e, quando as mudas apresentam de quatro a cinco folhas, devem ser transplantadas para o local definitivo (FILGUEIRA, 2003).

        Nos últimos anos algumas pesquisas constataram que o ferro e o cálcio presente na constituição do espinafre são pouco ou nada absorvidos pelo nosso corpo devido ao alto teor de ácido oxalacético presente no vegetal inibe a absorção e a boa utilização desses minerais pelo nosso organismo. Outra preocupação real acionada ao consumo do espinafre esta no possível efeito tóxico que a ingestão de grandes quantidades da planta ou do espinafre cru pode causar aos seres humanos. Em estudos realizados pela ESALQ, constatou-se que os ácidos fítico e oxálatico presente nas folhas de espinafre causaram a morte dos animais, tanto com as folhas cruas ou cozidas (SALGADO, 2016). Tendo em vista os problemas relatados à cima deve-se tomar cuidado ao consumir o espinafre, preferencialmente consumirem-lo cozido, em sopas, refogados.  

MATERIAL E MÉTODOS

        O espinafre foi plantado na área experimental da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), campus de Chapecó, SC, o qual tem localização 27°07’09’’ de latitude Sul e 52°42’28” de longitude Oeste, sua latitude é de 610 metros.

        O clima da região é do tipo Cfa, segundo a classificação de Köeppen, ou seja, subtropical úmido mesotérmico, verões quentes e invernos apresentando geadas freqüentes, com tendência de concentração das chuvas nos meses de verão, sem estação seca definida (DENARDIN apud SANTA CATARINA, 1991).

        O cultivo foi realizado em canteiros, mais especificamente em um com 1,20 metros de largura e 3 metros de comprimento, totalizando 3,6 metros quadrados, tais medidas também correspondem às proporções da encanteiradeira que será usada.

        O primeiro passo quando se pensar em plantar qualquer cultura e ter em mãos o histórico da área, desta forma é possível saber se já houve alguns cultivos de plantas da mesma família e que possivelmente poderá deixar doenças que poderão atacar a nova cultura. Neste caso usaremos uma aérea onde nunca foi plantado nenhum tipo de hortaliças, prevenindo assim possíveis patógenos.

        O passo seguinte é verificar quais as exigências da planta, como pH, drenagem do solo, tipo de solo, e outros fatores. Com base nisso deve ser realizada uma analise do solo, para que se possa corrigir o pH de acordo com o que a planta melhor se desenvolve. O espinafre requer um solo com pH entre 6 e 7,5, saturação de bases do solo aproximada de 80% e teor de magnésio próximo de 9 cmolc/dm³, não sendo necessário a correção do solo da área experimental, pois o mesmo possui pH entre 5,9 à 6,2 e saturação de bases 73,92%.

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