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Trabalho Saúde Coletiva, Produção e Ambiente

Por:   •  24/8/2021  •  Relatório de pesquisa  •  1.399 Palavras (6 Páginas)  •  157 Visualizações

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Modelo da Determinação Social da Saúde e da Doença

Saúde Coletiva, Produção e Ambiente

Sumário

O Modelo de Explicação Multicausal e Unicausal        2

O Modelo da Determinação Social da Saúde e Doença        3

Nexo Causal entre Trabalho e Doença - Análise de Duas Reportagens        4

3.2 A pandemia e o agronegócio no Brasil por Allan Rodrigo de Campos Silva        5

Conclusão        6

Modelo da Determinação Social da Saúde e da Doença

Resumo

“O modelo da determinação social da saúde e da doença procura articular as diferentes dimensões da vida, envolvidas nesse processo. Assim, são considerados os aspectos históricos, econômicos, sociais, culturais, biológicos, ambientais e psicológicos que configuram uma determinada realidade sanitária.“ (Carlos Batistella)

Neste documento, será apresentado um pouco do processo histórico relacionado à saúde e doença até o modelo da determinação social da saúde e da doença se fortalecer, atual Determinantes Sociais de Saúde. Além disso, serão analisados e comparados, dois textos atuais que se relacionam a este tema.

  1. O Modelo de Explicação Multicausal e Unicausal

É de suma importância destacar essas teorias biológicas, antes de descrever sobre o modelo da determinação social. O modelo Unicausal, que surgiu a partir do século XIX, reconhece uma causa única e fundamental para a produção da doença, sempre localizada fora do organismo da pessoa (os vírus e as bactérias) e compreende a saúde como a ausência da doença, mas essa teoria mascarava os efeitos sociais produzidos pelo sistema de exploração capitalista. Após o vigor das explicações unicausais começando a enfraquecer, na segunda metade do século XX, surgiu o modelo multicausal e várias abordagens foram propostas para compreender o processo saúde-doença como síntese de múltiplas determinações, pois considerava que características individuais, comportamentais, fatores de risco, estilo de vida, entre outras coisas, influenciam no aparecimento das doenças.

  1. O Modelo da Determinação Social da Saúde e Doença

No século XX, a Epidemiologia social, considera a doença como produto das condições de vida e de trabalho de cada grupo social, o modelo multicausal já não explica mais todas as doenças. Mesmo os países com bons índices sociais têm curvas crescentes de doenças como obesidade, câncer e doenças cardiovasculares porque elas são explicadas pelas relações sociais, não são explicadas apenas pela biologia. Logo, este modelo privilegia o social como o fator mais importante.

A determinação social da saúde e doença, parte do princípio que a concepção de saúde x doença é parte de um grupo social, não apenas de um só indivíduo e seus fatores biológicos. Isto é, resulta de um ato de coletividade incluindo diversos fatores característicos de cada grupo social, por exemplo: meio em que vive, fator econômico, fatores culturais.

A qualidade de vida de cada grupo social é diferente, sendo também diferente a sua exposição a processos de risco que produzem o aparecimento de doenças e formas de morte específicas, assim como seu acesso a bens e serviços. (Breilh e Granda, 1986).

Todas as teorias anteriores deram origem ao que hoje se chama de Determinantes Sociais de Saúde (DSS), que define que as condições de vida e trabalho das pessoas influenciam em sua situação de saúde.

  1. Nexo Causal entre Trabalho e Doença - Análise de Duas Reportagens

Em uma ocasião atual, podemos falar sobre o Covid-19 como exemplo, uma infecção respiratória aguda causada pelo coronavírus. Por isso, neste tópico, irei descrever sobre dois textos que citam dois ambientes de trabalho diferentes e o impacto da pandemia em cada um deles.

3.1 Covid-19 na trilha do trabalho precário e vulnerável: o caso dos frigoríficos por Fernando Mendonça Heck e Lindberg Nascimento Júnior

“Levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de junho de 2020, indicou que, entre as pessoas que disseram ter algum sintoma de síndrome respiratória, 68,3% eram pretos ou pardos, contra apenas 30,3% de brancos. Na comparação entre mulheres e homens, para elas os dados indicaram 57,8%, ante 42,2% no que se referia à apresentação dos sintomas. Esses números sugerem questões de extrema importância para a análise da pandemia: desmentem a “democracia” da contaminação pelo vírus e apontam para a necessidade de abordar a determinação social do processo saúde-doença.”

O texto destaca a grande desigualdade enfrentada por Brasileiros na pandemia, que em condições básicas de saúde precárias, como nas favelas, têm que enfrentar todo o dia os perigos da contaminação para levar sustento para sua casa, já que não possuem o direito ao trabalho remoto nem ao isolamento. Níveis de contágio e mortalidade são muito maiores que nas áreas nobres da região, pois é onde há falta de saneamento, baixa presença e a difícil situação dos equipamentos de saúde.

No texto de Fernando Mendonça e Lindberg Nascimento, o ambiente de trabalho citado são os frigoríficos,que é um setor de bastante importância econômica. Neste ambiente e nos seus arredores, onde os trabalhadores habitam, foram lugares alvos de contaminação significativa do vírus.

Nessa situação podemos descrever os fatores ocupacionais, como condições precárias de trabalho e situação de vulnerabilidade que favorecem a exposição ao contágio por Covid-19. Isso ocorre também com muitos estrangeiros que aceitam trabalhar nessas condições e vivem em alojamento próximos ao local de trabalho.

Em ambientes de trabalho como este dos frigoríficos, a distância física de 2 metros não é suficiente para evitar a transmissão, sendo necessárias medidas adicionais, como melhor ventilação e fluxo de ar, instalação de dispositivos de filtragem e uso de máscaras faciais de alta qualidade para minimizar os riscos de infecção. 

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