A ANÁLISE E CARACTERIZAÇÃO DA ESTAMPABILIDADE DAS CHAPAS
Por: Natacha Bagnara • 27/10/2021 • Bibliografia • 1.628 Palavras (7 Páginas) • 146 Visualizações
2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS
2.1 ANÁLISE E CARACTERIZAÇÃO DA ESTAMPABILIDADE DAS CHAPAS
Para ajudar os projetistas a obter melhores resultados na produção de conformação de
chapas, muitos testes e formas de análise são realizados. Assim, para que um produto possa
ser fabricado em condições otimizadas, referentes às exigências de qualidade, como sua forma
mais econômica possível os responsáveis técnicos devem estar cientes de que parâmetros de
processo tenham sido especificados dentro de conceitos tecnológicos ideais. Segundo
Schaeffer (2004), para a determinação da estampabilidade das chapas pode-se citar os
seguintes testes:
- Testes de tração, nos fornecem a curva de tensão (ζ) vs. deformação (ε), indicando as
seguintes propriedades mecânicas: tensão de escoamento, tensão máxima, tensão de ruptura,
módulo de elasticidade, ductilidade, energia por unidade de volume etc.;
- A curva de escoamento, que também pode ser obtida a partir do ensaio de tração
simples, nos fornece informações sobre o índice de encruamento (n) do material e o
coeficiente de resistência;
- O Índice de anisotropia que caracteriza a influência das propriedades relacionadas
com os efeitos das direções de conformação do processo de laminação de chapas metálicas;
- As Curvas Limite de conformação que demonstram os limites máximos de
deformações relacionadas com as três direções principais de deformação;
- Os testes tecnológicos que procuram explicar os efeitos da combinação os testes
acima;
- Os testes para determinar o coeficiente de atrito e informações sobre a eficiência dos
lubrificantes utilizados.
2.1.1 Propriedades Mecânicas
Segundo Schaeffer (2004), o teste de tração é o mais comum para obter algumas
propriedades mecânicas, como:
- Módulo de elasticidade (E);
- Limite de Escoamento (ζ0,2 ou ζe);
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- Limite de Resistência ou Tensão Máxima (Rm);
- Alongamento (δ);
- Módulo de resiliência (Ur).
Este ensaio consiste na aplicação de carga de tração uniaxial crescente em um corpo
de prova específico até ocorrer a ruptura, registrando-se a força F (N) e o comprimento
instantâneo l1 (mm) (GARCIA; SPIM; SANTOS, 2000). A figura 2.1 mostra a forma de um
corpo de prova para o ensaio de tração segundo norma NBR6152.
Fig. 2.1- Desenho esquemático de um corpo de prova para Ensaio de Tração.
[Fonte: ABNT]
Com as medidas feitas no ensaio de tração da força (F) e do comprimento (l1) obtém
a tensão (ζ) e a deformação relativa (ε) em cada instante do ensaio (SCHAEFFER, 2004).
A tensão convencional, nominal ou de engenharia (ζ), segundo Garcia; Spim e
Santos (2000), é calculada por:
[N / mm2
] (2.1)
A deformação relativa (ε), segundo Garcia; Spim e Santos (2000), é obtida por:
[%] ou (2.2)
2.1.2 Curva de Escoamento
A tensão de escoamento (kf) é um dos parâmetros fundamentais para o processo de
conformação mecânica, pois através dela podemos quantificar a força, o trabalho, o
preenchimento da matriz, o desgaste e as tensões na ferramenta, entre outras características do
processo (KNOLL; LIMA; SCHAEFFER, 2007).
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Através de um ensaio de tração uniaxial, podemos obter a variação da Tensão de
Escoamento ou Limite de Escoamento (kf) que um material apresenta durante uma
deformação em função da deformação verdadeira (φ), medindo a força (F) e a variação do
comprimento (l) (SCHAEFFER, 2004).
Garcia; Spim e Santos (2000), ressaltam que o procedimento mais adequado para a
determinação do limite de escoamento consiste em descarregar e carregar novamente o corpo
de prova já na região plástica, permitindo a formação de histerese mecânica.
A tensão de escoamento (kf) a cada instante é obtida, segundo Schaeffer (2004), por:
[N / mm2
] (2.3)
onde:
(2.4)
A deformação verdadeira (φ) em cada instante é obtida, segundo Garcia; Spim e
Santos (2000), por:
[-] (2.5)
Na deformação a frio, a curva de escoamento pode ser escrita segundo Schaeffer
(2004), usando a seguinte equação matemática:
(2.6)
Em que:
n – índice de encruamento
C – constante do material
O índice de encruamento (n) é um importante indicador das características de
encruabilidade dos materiais. Quanto maior o “n” maior será a encruabilidade
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