A Bacia do Rio Itapecuru
Por: Ana Schulien • 7/12/2018 • Trabalho acadêmico • 1.462 Palavras (6 Páginas) • 622 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO – UFMA
CURSO ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA
PROFESSOR: Fernando DISCIPLINA: Corpos Hídricos
ACADÊMICA: Ana Caroline Schulien de Lima - 2016061889
ESTUDO SOBRE A BACIA DO RIO ITAPECURU
São Luís – 2018
- INTRODUÇÃO
A bacia hidrográfica do Itapecuru situa-se na parte centro-oeste do estado do Maranhão, entre as coordenadas 2°51’ a 6°56’ Lat. S e 43°02’ a 43°58’ Long. W (Figura 1). Abrange uma área de 52.972,1 km², o que corresponde a cerca de 16% das terras do Maranhão (Alcântara, 2004). Segundo Batista (1997), o nome ITAPECURU é de origem indígena que etimologicamente significa: ITA = Pedra; PE = caminho; CURU = grande, “caminho da pedra grande”.
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Figura 1 - Localização da Bacia do Itapecuru.
Fonte: UEMA/UGEO (2009).
O rio Itapecuru nasce nos contrafortes das serras da Crueira, Itapecuru e Apercatas, percorrendo uma extensão de aproximadamente 1.050 Km até sua desembocadura na baía o Arraial, a sul da ilha de são Luís. Compreende um total de 45 municípios, sendo 10 localizados às margens do rio. Possui uma população de aproximadamente 1.401.698 habitantes e uma densidade populacional de 26,5 hab/Km² (Manual de Treinamento de Agentes Ambientais, 1999). Entre as cidades que se encontram nas suas margens, destacam-se: Caxias, Mirador, Colinas, Codó, Aldeias Altas, Timbiras, Coroatá, Pirademas, Itapecuru-Mirim, Santa Rita e Rosário.
É o mais extenso rio maranhense que atravessa diferentes gradientes de topografias, apresenta consequentemente diferentes regiões climáticas. Possui um regime de chuvas bem definidos em dois períodos: chuvoso, que se inicia no mês de dezembro e se estende até abril, e seca, que começa no mês de junho até o mês de novembro. É responsável por grande parte do abastecimento de agua na capital São Luis e de Caxias.
- CARACTERIZAÇÃO DA BACIA DO RIO ITAPECURU
Segundo Bezerra (1984), o rio Itapecuru pode ser caracterizado fisicamente por 3 regiões distintas: Alto, médio e baixo curso (Figura 2). Os critérios nos quais SUDENE se baseou para dividir o curso do rio foram as características da rede de drenagem, formas de relevo da bacia e navegabilidade.
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Figura 2 - Divisão morfológica do rio Itapecuru.
Fonte: Alcântara (2004).
Alto Itapecuru – compreende o trecho que vai da nascente, na serra de Croeiras até a cidade de Colinas. Possui 250 km de extensão e inicialmente poucos metros de largura e profundidade. Geomorfologicamente há uma predominância de chapadões, chapadas e cuestas, apresentando um relevo forte ondulado.
Segundo Aranha (1992), essa região é de difícil navegação e apenas em canoas pequenas, até o trecho que o Itapecuru se encontra na altura de Colinas, com o rio Alpergatas, seu mais importante afluente, que passa a contribuir significativamente com a cota de água.
Nesta área, de chapadas, há a predominância de solos latossolos amarelos e latossolos vermelho-amarelo profundos, de textura média e argilosa. Nas encostas são encontrados solos litólicos com presença ou não de cascalhos.
Médio Itapecuru – começa no município de Colinas e vai até o município de Caxias, num curso de aproximadamente 180 ou 230 km. O desnível do trecho é de cerca de 70 metros, sendo a declividade média de 30cm/km (Medeiros, 2001).
Os solos que predominam nessa região, são solos arenosos profundos, acentualmente drenados permeável e de baixa capacidade de retenção de umidade. Ocorrem também solos alagados pouco profundos, mal drenados (solos hidromórficos).
Esta área apresente uma situação morfológica denominada testemunhos, onde predomina o relevo de chapadas baixas e uma superfície suave ondulado e forte ondulado, com diferença de altitude de 60 metros (Barradas, 1996).
Baixo Itapecuru – O trecho vai de Caxias até a foz do Itapecuru, na Baia do Arraial, tem aproximadamente 360 km de extensão. Possui uma geomorfologia caracterizada pela presença da superfície maranhense com testemunho e na sua foz pelo Golfão Maranhense, com um relevo de superfície suave ondulado.
Segundo Bezerra (1984), este é o trecho que compreende maior navegabilidade. No entanto, está é prejudicada pela baixa declividade do terreno que propicia a formação de bancos de areia a partir de Itapecuru-Mirin até a foz, e pela Cachoeira de Vera Cruz que interrompe o tráfego por ocasião da baixa-mar.
Nessa região predominam solos da classe dos plintosolos sujeitos a excesso de umidade durante um período de tempo devido a diferenças textuais entre horizontes arenosos e argilosos.
- ATIVIDADES SÓCIO-ECONÔMICO-AMBIENTAIS E SEUS IMPACTOS NA BACIA RIO ITAPECURU
Na região do alto Itapecuru, observa-se, que entre as atividades econômicas desenvolvidas na área, a pecuária é explorada em regime intensivo. O processo de plantio sofreu uma substituição da roça pela agricultura mecanizada para produção de soja, entre outros. Além de que, essa região é caracterizada por ter o cerrado muito espaçado, árvores de pequeno e médio porte, e que já se encontra bastante comprometida em toda a bacia, por conta das queimadas e extrativismo vegetal para produção de madeira e carvão vegetal, que tem crescido significativamente nos últimos anos, principalmente nos municípios de Caxias e Codó.
No médio Itapecuru, a cobertura vegetal predominante é a mata de cocais, notadamente o babaçu (Orbignia phalerata), a carnaúba (Copernicia cerifera) e o buriti (Mauritia flexuosa) distribui-se ainda no baixo curso. Logo, a atividade extrativista predominante incide no babaçu. A produção é essencialmente extrativista e a exploração é feita de forma predatória e antieconômica. Predatória porque não há preocupação futura, as palmeiras são intensamente devastadas, os cocos são queimados ainda fechados para produção de carvão, devido à grande procura a população rural está chamando de “ouro preto dos cocais”. E antieconômica porque o volume de produção não responde monetariamente ao trabalho empregado pelo pequeno coletor, especificamente a mão-de-obra feminina, que são os que mais trabalham e menos recebem.
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