A Barragem da Pampulha
Por: Lorrainy Corrêa • 15/5/2018 • Trabalho acadêmico • 1.542 Palavras (7 Páginas) • 320 Visualizações
1- INTRODUÇÃO
As barragens vêm ao longo do tempo desenvolvendo um papel importante no sentido de promover a garantia de abastecimento de água e segurança de várias populações seja no cenário nacional ou mundial. Para entendimento dos assuntos relacionados a estas barreiras artificiais que necessitam cada vez mais de método de segurança. Nesse sentido, podem-se conceituar as barragens como sendo uma construção no sentido de formar um barramento em um determinado curso d’água para que esta seja represada para atender a várias finalidades. Sendo a água essencial para a grande maioria das atividades humanas, as barragens desempenham importante papel no desenvolvimento socioeconômico de uma região. Atualmente, as principais discussões acerca das barragens estão relacionadas aos seus aspectos como projetos, construção e manutenção, tendo como foco, a segurança, uma vez que, cada barragem apresenta um risco específico à população localizada à jusante.
No Brasil, na década de 70 foi marcada por grandes obras de barragens e grandes entusiasmos, com o foco em hidrelétricas. Poucos enxergaram barragens de outros setores, que era primordial para suprir o aumento da demanda por água para abastecimento e irrigação, e ousaram, construindo grandes e pequenas barragens, mas com grandes problemas e carentes em recursos técnicos e financeiros.
A Lei 12.334/2010 estabelece o PNSB (Política Nacional de Segurança de Barragens): que a segurança de uma barragem deve ser considerada nas suas fases de planejamento, projeto, construção, primeiro enchimento e primeiro verti mento, operação, desativação; a população deve ser informada e estimulada a participar, direta ou indiretamente, das ações preventivas e emergenciais; o empreendedor e o responsável legal pela segurança da barragem, cabendo-lhe o desenvolvimento de ações para garanti-la; a promoção de mecanismos de participação e controle social e, que a segurança de uma barragem influi diretamente na sua sustentabilidade e no alcance de seus potenciais efeitos sociais e ambientais.
2- Barragens da Pampulha
A construção da barragem da Pampulha foi iniciada em 1936, e teve como responsável pela obra o empreiteiro Ajax Rabello. À época os estudos e projetos foram realizados pelo engenheiro e também empreiteiro, Henrique Novais, que orientou a obra durante sua primeira fase de construção, entre 1936 a 1938, quando a barragem foi elevada a altura de 11,5 construída com 3 km e em seguida colocada em funcionamento e inaugurada, e passou a ser local de lazer e turismo. Ao assumir a Prefeitura do Município de Belo Horizonte, o prefeito Juscelino Kubitschek deu partida a um programa de reorganização da ocupação urbana da cidade. Com isso, projetou para o entorno da Lagoa da Pampulha um bairro voltado a famílias de renda alta.
A Barragem da Pampulha foi construída com o objetivo de formar um reservatório de água, própria para o consumo de uma grande parte da população da capital, de Belo Horizonte que eram de responsabilidade do DMAE (Departamento Municipal de Água e Esgoto) em meados dos anos 70, as responsabilidades foram transferidas para COMAG (Companhia Mineira de Águas e Esgotos) que mais tarde foi transformada em COPASA (Companhia de Saneamento do Estado de Minas Gerais).
Entre os anos de 1938 a 1940, a COPASA buscou tratar a água para eliminar o agente causador de esquistossomose, que contaminava a água da lagoa. Com a intenção de eliminar o parasita, foi iniciada a criação de patos e marrecos na lagoa com o objetivo de que as aves viessem a se alimentar dos caramujos hospedeiros da lagoa. Os caramujos se proliferavam de tal forma que era possível encontrar montes de um metro de altura às margens da lagoa.
Mas esse cenário não representou o maior desafio enfrentado pelas autoridades públicas que ainda teriam que tratar de problemas mais alarmantes relativos à barragem da Pampulha.
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Figura 1- Lagoa se tornou atração turística na década de 50
2. 1- Problema na Barragem
Em Maio do ano de 1954, ou seja, 11 anos após a inauguração da segunda etapa e 16 anos após o termino da primeira etapa, os jornais de Belo Horizonte noticiavam o vazamento de água da barragem. No dia 16 de maio de 1954, começou a ser visível o primeiro vazamento da barragem. Desconhecido o motivo do vazamento, as autoridades locais começaram a se mobilizar no anseio de evitar uma tragédia. Para isso, foram articuladas ações na intenção de encontrar o local da fenda e provocar o escoamento da água, o que levaria ao esvaziamento da lagoa. Foi possível localizar a fenda na placa de concreto armado que revestia o talude de montante. Tentou-se vedar a fenda de aproximadamente 0,6 m de largura e 2,5 m de altura. No entanto, as tentativas foram frustradas. Sem obter resultados positivos toda a área no entorno da lagoa foi evacuada. Inclusive o aeroporto da Pampulha, que os voos foram redirecionados para outras regiões.
Em uma nova tentativa de gerar a redução do nível da água, foi provocada uma abertura de emergência na ombreira direita da barragem. Mas a comporta do fundo do vertedouro não funcionou. Duas aberturas na comporta do vertedouro foram feita a partir do uso de dinamites. Com a ação foi possível escoar 30% da água do reservatório, o que resultou na baixa de água acima da fenda.
Controlado vazamento passava a ser prioridade a reconstrução da barragem e a descoberta do motivo do rompimento, até então desconhecido. Foi criada uma comissão de engenheiros para descobrir as causas dos problemas. Logo no início a comissão identificou o desaparecimento de informações como falta de especificações, ordens de serviços, relatórios sobre os processos técnicos operados durante a construção da barragem. Não obtendo conhecimento das condições em que foi realizada a construção da barragem. Para conhecer as condições em que a construção da barragem foi construída, a comissão de engenheiros teve que se contentar com as informações oferecidas pelos engenheiros responsáveis pela barragem Ajax Rabello e Álvaro Andrade. Por não contarem com muitas informações, decidiu-se refazer a planta da barragem, no desejo de desvendar como ela havia sido construída.
Com razões teóricas do rompimento, a erosão interna dos caminhos de percolação da água no corpo da barragem, num ponto situado próximo ao seu topo, além do emperramento da comporta do vertedouro, não permitindo o alívio da pressão da água, devido à construção de um tubo de canalização de 0,20 m de diâmetro em vez de 0,60 m assim o tubo de saída deveria ter o mesmo diâmetro que o da entrada. Com a posição incorreta em que os drenos foram colocados provocou a intensa pressão na barragem e aconteceu a tragédia maior: a barragem rompeu. Milhões de metros cúbicos de água se direcionavam rumo ao aeroporto e inundaram toda a região. O pequeno Córrego do Onça transformou-se num abundante rio, estendendo-se até o Rio das Velhas que também transbordou. Entre os prejuízos, a perda de plantações e animais, o desmoronamento de casas e a interrupção dos serviços de luz além do alagamento das pistas do aeroporto, a orla também tinham suas condições ameaçadas. Não houve vítimas, mas os prejuízos materiais forma incalculáveis.
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