A Bi-Odeterioração e e Proteção de Materiais Lignocelulósicos

3. As madeiras de folhosas frequentemente contêm substâncias como taninos, ligninas e extrativos fenólicos, que têm propriedades repelentes ou inibidoras para insetos. Os taninos, por exemplo, são compostos que conferem sabor amargo à madeira e possuem propriedades inseticidas naturais, tornando a madeira menos atraente para besouros como o Lyctus sp. Para o fungo Neolentinus lepideus, a resistência da madeira de folhosas está relacionada à sua estrutura anatômica complexa e à presença de substâncias químicas que inibem o crescimento fúngico. As fibras densas e duras dessas madeiras dificultam a penetração do fungo, enquanto os extrativos fenólicos presentes na madeira têm propriedades antifúngicas.

4. Os fungos xilófagos necessitam de umidade acima de 20% para a translocação de enzimas. Portanto, madeiras devidamente secas, com um teor de umidade abaixo desse limite, não oferecem um ambiente favorável para o desenvolvimento desses fungos. As larvas de Lyctus sp. se desenvolvem em madeiras com teor de umidade geralmente abaixo de 12%. Assim, mesmo em madeiras secas, o Lyctus sp. pode representar uma ameaça se as condições, como a presença de amido na madeira, forem favoráveis. Os cupins de madeira seca são adaptados para sobreviver em ambientes com baixa umidade. Eles têm a capacidade de extrair a umidade necessária para a sobrevivência de suas fezes, acondicionando-as em cápsulas, permitindo que infestem madeiras secas.

7. O CCA é um preservativo químico eficaz para proteger a madeira contra insetos e fungos, proporcionando durabilidade em ambientes externos. No entanto, o CCA contém arsênio, um composto tóxico. Se o banco estiver em um local onde as pessoas terão contato frequente com a madeira (como tocar, sentar ou encostar), é aconselhável escolher alternativas mais seguras, pois o arsênio pode representar um risco à saúde humana.

8. Não é recomendável o uso de madeira tratada com CCA para a confecção de uma mesa de escritório. Móveis de escritório, incluindo mesas, estão em contato direto e prolongado com seus usuários. Isso aumenta o risco de exposição ao arsênio, que é um composto tóxico. Esses riscos são ainda mais significativos em espaços fechados ou com pouca ventilação. Além disso, o CCA pode afetar a estética da madeira, alterando sua cor para tons verdes ou acinzentados, e o seu cheiro, o que pode ser indesejável em um ambiente interno como um escritório.

10. O fluxo de fluidos nas folhosas se dá através dos vasos condutores. A permeabilidade dessas madeiras pode facilitar a penetração e distribuição de líquidos. No entanto, os vasos podem apresentar obtruções (tiloses) que impedem o fluxo de fluidos. Já as coníferas possuem traqueídeos como principais elementos condutores. O fluxo de fluidos se dá através das pontuações dos trqueídeos. Esses traqueídeos são mais estreitos e podem apresentar pontos de resistência à penetração de líquidos, como obstruções nas pontuações (torus).

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Tipos de elementos de vasos (BURGER & RICHTER, 1991)

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Vasos com tiloses (CHIMELO, 1986)

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Modelo de fluxo nas folhosas. A importância relativa do fluxo é indicado pelo tamanho da seta

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Tipos de traqueídeos do lenho das coníferal: A – pontuações aureoladas entre traqueídeos; B – pontuações areoladas entre traqueídeos axial e radial; C – pontuações entre traqueídeos e células de raio. (CHIMELO, 1986)

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Diagrama de uma pontuação areolada. A – pontuação não aspirada. B – pontuação aspirada. C – vista frontal do torus (CHIMELO, 1986)

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Representação esquemática da corculação de líquidos através das pontuações areoladas dos traqueídeos axiais (BURGUER & RICHTER, 1991)

11. Silicatos, como sílica e outros minerais, podem conferir dureza e resistência mecânica à madeira. Isso pode dificultar a penetração e a ação de organismos marinhos, como moluscos e crustáceos, além de perderem a eficiência do aparelho bucal devido a escarificação. Além disso, certos minerais têm propriedades hidrofóbicas, o que pode ajudar a proteger a madeira contra a absorção excessiva de água do mar.