A CARACTERIZAÇÃO DOS RESÍDUOS URBANOS

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

Professor Carlos Roberto Bavaresco

CARACTERIZAÇÃO DOS RESÍDUOS URBANOS

Palhoça, 2017.

1. DEFINIÇÃO

Resíduo sólido é a designação usada para nominar o “lixo” sólido e semissólido, originado de atividades industriais, hospitalares, domesticas, comercial, agrícolas, de serviços e de varrição. Os lodos derivados de sistemas de tratamento de água estão inseridos nesta definição.

Grande parte dos resíduos sólidos podem ser inseridos novamente no ciclo de consumo, com o aumento das técnicas e processos que visam a diminuição de perdas e maior consciência ambiental.

2. CARACTERÍSTICAS

                

As características dos resíduos variam conforme a cidade, atividade predominante, clima e hábitos e costumes da população.

Consiste em definir os principais aspectos físicos, químicos e biológicos. Com base nos parâmetros analisados, pode-se definir a que fim serão utilizados, dando melhor destinação.

2.1 Características Físicas

• Composição gravimétrica: traduz o percentual de cada componente em relação ao peso total do lixo;
• Peso específico: é a relação entre o peso e o volume dos resíduos (N/m³). Sua determinação é fundamental para o dimensionamento de equipamentos e instalações;
• Teor de umidade: varia de acordo com as estações do ano e incidência de chuvas, e tem influência decisiva nos processos de tratamento e destinação do lixo;
• Grau de compactação: indica a redução de volume que uma massa de lixo pode sofrer quando submetida a uma pressão determinada. A compressividade do lixo situa-se entre 1:3 e 1:4 para uma pressão equivalente a 4 kg/cm².
• Geração per capita: relaciona quantidade do lixo gerado diariamente e o número de habitantes de determinada região. Muitos técnicos consideram de 0,5 a 0,8 kg/habitante/dia como a faixa de variação média para o Brasil.

2.2 Características Químicas

• Poder calorífico: indica a capacidade potencial de um material desprender determinada quantidade de calor quando submetido à queima;
• Potencial de hidrogênio (pH): indica o teor de acidez ou alcalinidade do material;
• Teores de cinzas, matéria orgânica, carbono, nitrogênio, potássio, cálcio, fósforo, resíduo mineral total, resíduo mineral solúvel e gorduras: importante conhecer, principalmente quando se estudam processos de tratamento aplicáveis ao lixo;
• Relação carbono/nitrogênio: indica o grau de decomposição da matéria orgânica do lixo nos processos de tratamento/disposição final.

2.3 Características Biológicas

        Para definir métodos de tratamento adequados, é importante realizar um estudo da população microbiana e dos agentes patogênicos presentes no lixo urbano, ao lado das suas características químicas.

3. CLASSIFICAÇÃO

        Para melhor classificação dos resíduos, é necessário identificar o processo ou atividade que deu origem, além de seus constituintes e características com listagens de resíduos e substâncias cujo impacto à saúde e ao meio ambiente é conhecido.

Os resíduos sólidos podem ser classificados em lixo residencial, comercial, industrial, hospitalar, especiais e outros.

• Resíduo residencial: também chamado de comum ou domiciliar, é formado por lixos provenientes das residências, dos prédios públicos, do comércio e das escolas. Tem como principal componente a matéria orgânica. Faz parte também desse lixo uma grande variedade de materiais recicláveis, entre eles, o papel, o papelão, os plásticos, as latinhas etc;

• Resíduo comercial: oriundo de estabelecimentos comerciais como lojas, lanchonetes, restaurantes, escritórios, hotéis, bancos, etc;
• Resíduo industrial: em geral é responsável pela contaminação do solo, do ar e de recursos hídricos. É todo e qualquer resíduo resultante de atividades industriais, biológicos, químicos ou rejeitos radioativos, estando neste grupo o lixo proveniente das construções;
• Resíduo hospitalar: resíduos especiais ou sépticos que são restos provenientes das salas de cirurgias, das áreas de internação e isolamento; e resíduos comuns, que são os restos de alimentos, papeis, etc;
• Resíduos especiais: resíduos de produção transiente, como veículos abandonados, podas de jardins e praças, mobiliário, animais mortos, descargas clandestinas, etc.
• Outros: os resíduos não contidos nos itens anteriores e provenientes de sistema de varredura e limpeza de galerias e bocas de lobo.

4. CATEGORIZAÇÃO

        A categoria pode ser definida de acordo com os riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública para que possam ser gerenciados adequadamente.