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A CASCA DO BARU COMO ADITIVO ALTERNATIVO NA ARGAMASSA DE REVESTIMENTO E ASSENTAMENTO

Por:   •  2/6/2019  •  Artigo  •  1.812 Palavras (8 Páginas)  •  291 Visualizações

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FACULDADE SANTO AGOSTINHO - FASA

BANCA DE QUALIFICAÇÃO DO PROJETO DE TCC I

ENGENHARIA CIVIL

A CASCA DO BARU COMO ADITIVO ALTERNATIVO NA ARGAMASSA DE REVESTIMENTO E ASSENTAMENTO.

Acadêmicos: Kristin Rafaela Santos de Oliva

                      Samuel Figueiredo Silva

Orientador: Maria Alice Bicalho

MONTES CLAROS - MG

2019


1 TEMA

Delimitação

Casca do Baru triturada na Argamassa de revestimento e a cinza como aditivo na Argamassa de assentamento.

Problema

        

O endocarpo do Baru possui ainda característica lenhosa, sendo inclusive utilizado para produção de carvão vegetal (SANO, RIBEIRO, BRITO, 2004). Um estudo realizado por Vaske (2012) comprovou que a adição de cinza proveniente de madeira de eucalipto forneceu ao concreto aumento na sua resistência à compressão. Portanto a cinza do endocarpo lenhoso do Baru poderá conferir aumento na resistência à compressão ao ser adicionada em argamassa de assentamento?

Martinho (2017) realizou um estudo em que foram realizados testes com compósitos de argamassa com adição de “pellets” de madeira triturado, a fim de obter resultados do seu comportamento de resistência à compressão e à tração na flexão. Usando a mesma metodologia, a Casca do Baru triturada ao ser incorporada à argamassa irá conferir ao compósito aumento em sua resistência de aderência à tração?

Hipótese

Partiu-se do pressuposto de que a casca triturada do Baru e a cinza do endocarpo lenhoso do fruto podem ser utilizadas, respectivamente, como aditivo alternativo em argamassa de revestimento e assentamento, tendo em vista estudos anteriores a respeito de adição de “pellets” de madeira triturado e cinza de madeira a compósitos de argamassa.

Justificativa

O Baru, Dipteryx alata, é uma amêndoa típica do cerrado brasileiro, árvore da família Leguminosae (SANO, RIBEIRO, BRITO, 2004), que ocorre nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais e Distrito Federal. Possui apenas uma semente por fruto, do qual pode se aproveitar a polpa, o endocarpo e a semente (CARRAZA; ÁVILA, 2010). O endocarpo é do tipo lenhoso (FERREIRA et al, 1998) e pode ser utilizado para produção de carvão vegetal, em artesanato e na fabricação de ácido pirolenhoso, que é a fase líquida obtida após a queima do carvão. 

Porém o endocarpo desse fruto, mesmo representando 65% do fruto (CARRAZA; ÁVILA, 2010), em sua maioria, é depositado em lixões, à beira de estradas ou queimado com a finalidade de torrar a semente. Este fato revela o quanto esse subproduto é pouco investigado no meio científico (SIQUEIRA et. al, 2018). O aumento da extração desse fruto tem como consequência o descarte inadequado dos resíduos, uma vez que nem todos os produtores veem na casca utilidade para geração de renda.  A reaproveitamento de subprodutos agrícolas e industriais como materiais na construção civil tem se tornado tendência no país como um todo (MASUERO et al, 1996).

Sendo assim, três pontos justificam a realização do estudo I) pouca pesquisa no meio científico a respeito do endocarpo lenhoso do Baru, que é evidenciado pelo seu descarte inadequado; II) regionalidade do fruto, uma vez que este é típico do cerrado e III) característica lenhosa (FERREIRA et. al, 1998) do endocarpo do Baru, o que pressupõe seu comportamento parecido com o da madeira. Essas características mostram seu potencial para ser utilizado na engenharia civil, tendo em vista trabalhos anteriores acerca de adições alternativas em compósitos de argamassa (MARTINHO, 2017; VASKE, 2012).

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Analisar o comportamento e a qualidade da argamassa com adição da casca triturada e da cinza da casca do Baru.

2.2 Objetivos específicos

  • Verificar a resistência à compressão da argamassa de assentamento com a cinza casca do baru como aditivo.
  • Verificar a aderência à tração com a casca triturada do Baru adicionada à argamassa de revestimento com o teste de arrancamento.
  • Gerar um comparativo entre a argamassa com casca triturada, a cinza da casca e a argamassa convencional (cimento, areia e água).

 

3 MATERIAIS E MÉTODOS

 Inicialmente o trabalho tem objetivo exploratório, buscando em bibliografias informações sobre aditivos de origem vegetal em argamassa e sobre adição de cinza de materiais lenhosos em argamassa. Serão explorados livros e manuais relacionado à compósitos de argamassa, bem como normas técnicas brasileiras para a correta execução dos procedimentos em laboratório.

Será, também, uma pesquisa de cunho descritivo, uma vez que será observado e analisado o comportamento da argamassa ao ser adicionada a casca do Baru. Serão analisadas as características e fatores que influem sobre o seu comportamento.

A pesquisa terá caráter comparativo em que a argamassa convencional e a argamassa com a casca do Baru, em traços pré-definidos, serão analisados e comparados. O problema será abordado de forma quali-quantitativa, expondo as características da argamassa produzida.

3.1 Área de estudo

Os testes serão realizados no Laboratório da Faculdade de Ciência Exatas Santo Agostinho - campus JK, na cidade de Montes Claros. Em virtude de não ser possível a realização do teste de Arrancamento neste laboratório por falta de equipamentos, ele será realizado no laboratório da CEPAGE no bairro Ibituruna, na mesma cidade.

3.2 Coleta de dados

        A coleta dos dados será pautada na forma como a casca do Baru será obtida e nas porcentagens e traços que serão considerados, da cinza e da casca triturada, para a execução dos corpos de prova.

Obtenção da Casca do Baru

Para a realização da pesquisa será necessário adquirir a casca do Baru de sua região nativa, sem que a distância torne o trabalho economicamente inviável. Será obtida da cidade de São Romão – MG (latitude 16º22'07" sul e a longitude 45º04'10" oeste), que se localiza a 189 Km de Montes Claros.

Porcentagens e traços

 De acordo com o Manual de Revestimento de Argamassas (ABCP – Associação Brasileira de Cimento Portland) a granulometria dos agregados possui influência direta sobre a quantidade de aglomerante e água na mistura. Sendo que quanto mais fino for o agregado (que é o caso da cinza), melhor será a trabalhabilidade, em contrapartida maior será retração na secagem.

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