A IMPORTÂNCIA DE UMA CENTRAL TERMOELÉTRICA EM SHOPPING DE GRANDE PORTE EM SITUAÇÕES DE CRISES ENERGÉTICAS
Por: Leandro Mutti • 27/10/2022 • Monografia • 3.479 Palavras (14 Páginas) • 82 Visualizações
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GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA
IMPORTÂNCIA DE UMA CENTRAL TERMOELÉTRICA EM SHOPPING DE GRANDE PORTE EM SITUAÇÕES DE CRISES ENERGÉTICAS
RODRIGO FERREIRA SANTOS
ALAGOINHAS
2021
RODRIGO FERREIRA SANTOS
IMPORTÂNCIA DE UMA CENTRAL TERMOELÉTRICA EM SHOPPING DE GRANDE PORTE EM SITUAÇÕES DE CRISES ENERGÉTICAS
Projeto de Pesquisa apresentado ao curso de Engenharia Mecânica, oferecido pela Faculdade de Ciências e Tecnologias da Bahia – FATEC, como requisito para conclusão do oitavo semestre.
Orientador (a): Leila Pires
ALAGOINHAS
2021
- Introdução
A crise energética é caracterizada por um momento de dificuldade de abastecimento de energia e ela gera consequências como a deterioração da economia e o aumento de custos para consumidor. Hoje, o Brasil tem a maior parte da sua energia produzida através das hidrelétricas, porém os anos de 2020 e 2021, foram marcados pela escassez de chuva em grande parte do território brasileiro, o que levou ao desabastecimento dos reservatórios de água e consequentemente a uma dificuldade em manter a produção de energia através das hidrelétricas, sendo necessário o acionamento das termelétricas para suprir a demanda de energia do país.
A escassez de chuva nos anos 2020 e 2021, trouxe à tona a lembrança de uma das mais graves crises energéticas que o Brasil sofreu no ano de 2001, o que demonstra a pouca falta de investimento no setor energético e na busca por novas fontes de energia, tanto no setor público como nos setores privados.
Pensando em quais alternativas os setores privados poderiam adotar para manter o funcionamento dos seus empreendimentos diante de situações de desabastecimento de energia, o presente trabalho tem o intuito de trazer à tona a importância da instalação de centrais termoelétricas em shopping de grande porte diante de cenário de crises energéticas, tendo como exemplo o antigo shopping Iguatemi, atualmente shopping da Bahia, que implementou uma central de usina termoelétrica de médio porte de cogeração de energia como fonte alternativa de geração de energia.
O sistema de cogeração torna-se uma das melhores opções, além da geração de empregos, a energia fornecida pelo sistema reduz o gasto que se teria caso a energia utilizada pelo shopping fosse completamente fornecida pelas companhias de eletricidade, isso impacta diretamente no bolso do consumidor final: os frequentadores do shopping.
A central de cogeração do shopping da Bahia é de propriedade do autoprodutor, entrou em operação em agosto de 2005 e opera interligada a concessionária Coelba, ou seja, após o desligamento da central, a energia elétrica é fornecida pela Coelba. O sistema de cogeração é aquele em que se faz simultaneamente, a geração de mais de um tipo de energia a partir do uso de um combustível. A central de cogeração do shopping da Bahia utiliza como o combustível o gás natural para produção de energia elétrica e térmica.
- Problema da Pesquisa
As crises energéticas não são uma realidade atual, desde os anos 2000 já era constantes os apagões devido ao desabastecimento de energia. Diante desse cenário de abastecimento incerto de energia e buscando sempre novas alternativas de fornecimento, levanta-se a questão de quais alternativas são viáveis e rentáveis para resolver esse problema, uma dessas opções é a implementação das centrais termoelétricas em shoppings, como é o caso da usina presente no shopping da Bahia, em Salvador.
Prezando pelo conforto de seus clientes, o shopping da Bahia buscou como alternativa o investimento na instalação de uma central de usina termoelétrica de médio porte que utiliza a cogeração como fonte de energia alternativa. O projeto teve início no ano de 2000 e entrou efetivamente em operação no ano de 2005.
No sistema de cogeração do shopping da Bahia o custo operacional da central é basicamente o total de três insumos (gás, água e energia elétrica importada) mais a operação e manutenção.
Seu funcionamento é basicamente da seguinte forma: motores a gás natural, acionam geradores que fornecem energia e gases da exaustão. Os gases de exaustão seguem para recuperadores onde parte do calor é transferido para o circuito de água quente, que segue para os chillers de absorção. Nos chillers de absorção a água quente proporciona a transferência do calor removido do shopping, transportado pela água gelada, para a água de condensação. A água de condensação é bombeada para as torres de refrigeração onde o calor retirado do interior do shopping, é finalmente ejetado para o ambiente externo.
Além de fornecer energia elétrica para o funcionamento do shopping, a implantação do sistema de cogeração é utilizada também no processo de climatização, uma das prioridades do shopping da Bahia. A climatização é realizada a partir da água gelada produzida por chillers de absorção que utilizam o vapor da queima como fonte de energia.
A implementação da central termoelétrica no shopping da Bahia mostrou-se bastante viável tanto técnica como economicamente, já que estudos fornecidos pela Coelba, mostrou que shoppings do porte do shopping da Bahia, tem um consumo de energia equivalente ao da 5ª cidade que mais consume energia dentro do estado da Bahia.
Diferente das hidrelétricas, as termoelétricas podem ser construídas em qualquer lugar, inclusive em centros urbanos, o que de certa maneira, possibilita uma distribuição individualizada, diminuindo a perda nas linhas de transmissão de distribuição, como é o caso do shopping da Bahia, Villa-Lobos e o Taboão.
Apesar das vantagens que esse sistema apresenta, ainda são poucos os shoppings que adotaram a sua implementação no território brasileiro: segundo dados bibliográfico, menos de 3% da energia consumida nos shoppings centers do país vem por meio de centrais de usinas termoelétricas de cogeração de energia.
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