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A LIMNOLOGIA NA ALEMANHA

Por:   •  26/9/2022  •  Pesquisas Acadêmicas  •  2.238 Palavras (9 Páginas)  •  141 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA

ENGENHARIA AMBIENTAL E ENERGIAS RENOVÁVEIS

INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL E DOS RECURSOS HÍDRICOS

EVELYN MAIRA PESSOA DE ALENCAR

GABRIEL AFONSO SOEIRO

PEDRO LUCAS MAGNO BULHÕES

REJEANE NAZARE DA SILVA NUNES

SHUIANNE MORAES LOBO

LIMNOLOGIA NA ALEMANHA

BELÉM-PA

2022

EVELYN MAIRA PESSOA DE ALENCAR

GABRIEL AFONSO SOEIRO

PEDRO LUCAS MAGNO BULHÕES

REJEANE NAZARE DA SILVA NUNES

SHUIANNE MORAES LOBO

LIMNOLOGIA NA ALEMANHA

Trabalho apresentado ao curso de graduação em Engenharia Ambiental e Energias Renováveis, na disciplina de limnologia Geral, ministrada pelo Prof. Msc. Dr.: Jefferson Murici Penafort.

BELÉM-PA

2022

  1. Foco Principal e Linhas de Pesquisa

A Limnologia trata-se de uma ciência disposta a estudar as águas interiores em todas as suas formas e origens, ou seja, seu conceito abrange uma variada linha de pesquisa. Nos estudos limnológicos alemães pode-se estender a estudos de biomas e ecossistemas, à níveis moleculares na área da bioquímica. Além disso, as análises biológicas, sistemas de água doce e as interações ocorrentes nas zonas aquático-terrestres também são tópicos constantemente discutidos no estudo da área, uma vez que através dessas interações faz-se possível compreender o funcionamento da região e suas características. Posto isso, ao analisar também as pesquisas desenvolvidas pelos cientistas abaixo apresentados, observa-se  que o foco principal de suas pesquisas foi a conceituação e aprimoramento de preceitos primordiais do objeto de estudo, visando o progresso do meio científico com qual, atualmente, a limnologia na Alemanha é reconhecida, a análise ecológica e a preservação das características físico-químicas e biológicas presentes nos lagos alemães, harmonizando a ação humana e a conservação dos bens ecossistêmicos encontrados em águas interiores.  

  1. Pesquisadores Alemães

August Thienemann, reconhecido como uma das figuras centrais no desenvolvimento da limnologia como ciência no início do século XX, estendeu seu trabalho tanto para o campo biológico quanto para o ecológico. Antes do período da Primeira Guerra Mundial, ele tratava da relação hierárquica de lagos e das dinâmicas de perturbação, chegando ao ponto que em 1918 constatou que a perturbação influenciava características da biodiversidade. Após análises feitas nas décadas de 1920 e 1930 foi possível fazer a identificação entre as relações das cadeias alimentares com os padrões dos ciclos de nutrientes.

Durante as décadas de 20 e 30, o pesquisador participou da Expedição Limnológica Sunda Alemã, que produziu novos e extensos resultados em limnologia tropical, desenvolveu pesquisas relacionadas a “Seetypenlehre” (relacionando as características físico-químicas dos lagos à sua produtividade biológica). Além disso, foi um dos precursores de termos ecológicos utilizados até os dias atuais, tais como a “oligotrofia” e a “eutrofia”.

Outrossim, também é reconhecido como principal especialista na fauna de quironomídeos  dos lagos e uma das vozes mais ativas para a conservação dos sistemas lacustres. Além disso, foi um dos co-fundadores da Associação Internacional de Limnologia Teórica e Aplicada e diretor do instituto Max Planck por quase quarenta anos. Por fim, durante o período de sua carreira, que durou 57 anos, publicou 460 publicações, incluindo diversas monografias importantes para o desenvolvimento científico dos quironomídeos e limnologia comparativa regional.

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Harald Sioli foi um agrônomo, pesquisador e professor universitário nascido em 1910 no Império Alemão, que focou seus estudos na grande área da Limnologia. Ele é grandemente conhecido em pelos seus 50 anos de pesquisas limnológicas na Amazônia,  que começaram ainda no período da primeira guerra mundial e permaneceram mesmo após a sua captura para um campo de concentração no Pará. Ele iniciou seus estudos no Conselho de Pesquisas da Alemanha e conseguiu uma bolsa de intercâmbio para o Instituto Biológico de São Paulo, em seguida, deu início às pesquisas nos corpos d’água na Amazônia juntamente ao Museu Paraense Emílio Goeldi e em 1957 retornou para a Alemanha a convite da Sociedade Max Planck para assumir a diretoria executiva e a chefia de uma seção independente da Hydrobiologische Anstalt der Max-Planck Gesellschaft em Plön como membro científico deste instituto e em 1966 tornou-se professor na Alemanha, sendo feitas viagens, praticamente anuais, para o Brasil para dar prosseguimento às suas pesquisas no território Amazônico, fazendo diversas expedições e pesquisas nas áreas de Várzea e Igapó.

Sioli, estudando os rios, contribuiu muito para a evolução do conceito da Limnologia, que antes estava muito centrada nos lagos. No Simpósio Internacional sobre os Grandes Rios da América Latina, em 1990, foi dedicado a ele, como o “Pai da Limnologia Fluviátil Sul-americana”. Ele não se limitou à análise das características físicas e químicas das águas da Amazônia e examinou, também, o impacto antrópico sobre as águas, como a contribuição das queimadas para o teor de bicarbonatos em águas extremamente ácidas e o desmatamento das margens e a proliferação do hospedeiro da esquistossomose. Com mais de 150 trabalhos publicados (entre livros e artigos científicos), Sioli foi co-fundador, com Djalma Batista, do periódico científico Amazoniana (cooperação entre o Instituto Max-Planck e INPA) que, junto com a Acta Amazonica (INPA), representa um dos maiores inventários científicos do mundo sobre a região.

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Karl Matthias Wantzen, limnólogo alemão, atualmente é professor da Universidade de Tours, na França, e membro de dois Centros de Pesquisa Interdisciplinar do Conselho Francês de Pesquisa (CNRS UMRs). As pesquisas e projetos de Wantzen buscam encontrar soluções harmoniosas para o uso humano dos rios e suas várzeas sem destruir as diversidades biológicas e entender como a ciência pode ajudar a melhorar a conservação da natureza. Para tanto, ele estudou diversas áreas do conhecimento, sendo as principais: Ecologia, Desenvolvimento Sustentável, Qualidade da Água, Gestão de Recursos Naturais, Diversidade de Espécies, entre outros. Ele realizou pesquisas no rio Reno, na Europa, e introduziu tecnologias para investigar a fauna de invertebrados nas águas superficiais e subterrâneas. Ele também desenvolveu um projeto sobre impactos ambientais na agricultura no Brasil e seu estudo de doutorado no Instituto Max-Planck foi classificado como “summa cum laude”. Ademais, coordenou um projeto de pesquisa financiado pelo Ministério de Pesquisa da Alemanha BMBF por oito anos na Universidade Federal de Mato Grosso, no Brasil, criando-se um programa de mestrado/doutorado e um novo instituto nacional de pesquisa. Este projeto concentrou-se em fornecer fundamentos científicos para gestão de planícies aluviais e zonas úmidas, conforme documentado por um livro de 31 capítulos, que ele co-editou. Em seguida, voltou para a Alemanha e formou um grupo de pesquisa sobre interações aquático-terrestres e sua tese de habilitação em ecologia, biodiversidade e gestão de corredores fluviais-planícies de inundação foi aceita em 2007. Ele contribuiu muito para o desenvolvimento de conceitos e teorias sobre funções de ecossistemas e biodiversidade, como o Flood-Pulse-Concept é um conceito global para processamento de matéria orgânica em sistemas aquáticos. É co-editor da série de livros “Aquatic Biodiversity in Latin America”, que ajuda a identificar organismos aquáticos e a aprimorar nosso conhecimento sobre sua ecologia. Em 2010 aceitou o cargo de professor catedrático de Ecologia Aquática na Universidade de Tours e hoje participa de conferências regulares e recebe convites para palestras para Brasil, Argentina, França, China e Filipinas e é atualmente objeto de seu 14º livro editado “Cultura do Rio – A vida como uma dança ao ritmo das águas”.

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