A NEOPLASIA MALIGNA NO AMBIENTE DE TRABALHO
Por: FABIAMARTINS • 19/11/2018 • Artigo • 4.607 Palavras (19 Páginas) • 289 Visualizações
[pic 1] Universidade Candido Mendes
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO
FÁBIA MARTINS ALCANFÔR FRANCO
A NEOPLASIA MALIGNA NO AMBIENTE DE TRABALHO
O ambiente de trabalho como gerador de doença
Brasília
2018
FÁBIA MARTINS ALCANFÔR FRANCO
A NEOPLASIA MALIGNA NO AMBIENTE DE TRABALHO
O ambiente de trabalho como gerador de doença
Monografia apresentada à Universidade Candido Mendes como exigência parcial à obtenção do título de Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho
Orientador: Luiz Roberto Pires Domingues Júnior
Brasília
2018
A NEOPLASIA MALIGNA NO AMBIENTE DE TRABALHO
[1]Fábia Martins Alcanfôr Franco
Resumo
Dentro das relações entre o trabalho e a saúde, a saúde do trabalhador constitui uma área da Saúde Pública que é objeto de estudo e intervenção. Os fatores de riscos inerentes à função exercida como, por exemplo: riscos físicos, químicos e biológicos são determinantes para a saúde do trabalhador. Entretanto, é notório que nas últimas décadas mudanças foram observadas no processo do ambiente de trabalho decorrentes da incorporação de tecnologias e estratégias gerenciais com o intuito de atender cada vez uma sociedade moderna e, consequentemente, assim como novas formas de adoecimento dos trabalhadores, destacando-se as neoplasias como decorrência da exposição a agentes carcinogênicos presentes no ambiente de trabalho.
Para atingir o objetivo proposto pelo tema deste trabalho, realizou-se uma pesquisa bibliográfica e observou-se que, toda atividade humana está exposta a fatores ambientais que podem proporcionar riscos de doenças, sendo evidentes de forma mais significativa no ambiente de trabalho que por sua vez possui agentes nocivos inerentes à atividade que de alguma forma aumentam o risco de surgimento de doenças.
Palavras-chave: Saúde do trabalhador, agentes carcinogênicos, ambiente de trabalho, agentes nocivos.
Abstract
Within the relationships between work and health, the Worker Health constitutes an area of public health that is the subject of study and intervention. The risk factors inherent in the function performed, such as physical, chemical and biological risks, are determinant for the health of the worker. However, it is clear that in the last decades changes have been observed in the process of the work environment due to the incorporation of technologies and management strategies with the aim of attending to a modern society and, consequently, as well as new forms of illness of the workers, malignant neoplasm as a result of exposure to carcinogenic agents present in the work environment.
In order to reach the objective proposed by the theme of this study, a bibliographical research was carried out and it was observed that, all human activity is exposed to environmental factors that can provide risks of diseases, being evident in a more significant way in the work environment than by its harmful agents inherent to the activity that in some way increase the risk of disease onset.
Keywords: Occupational health, carcinogenic agents, work environment, harmful agents.
- Câncer Magnitude do problema
Durante o século XX, inúmeras substâncias cancerígenas presentes em diferentes ambientes de trabalho foram identificadas. A International Agency for Research on Cancer (IARC) revisa permanentemente a literatura científica e promove inúmeros estudos a respeito da carcinogenicidade de substâncias químicas e de processos industriais, classificando-os em quatro categorias no que se refere ao potencial carcinogênico:
- Grupo 1, quando a substância ou mistura é carcinogênica para o homem;
- Grupo 2a, quando a substância ou mistura é provavelmente carcinogênica para o homem;
- Grupo 2b, quando a substância ou mistura é possivelmente carcinogênica para o homem;
- Grupo 3, quando a substância não é classificável como carcinogênica para o homem; e
- Grupo 4, quando a substância ou mistura provavelmente não é carcinogênica para o homem.
O câncer é a segunda causa de morte no Brasil. A mortalidade por câncer vem aumentando, inclusive em menores de 50 anos.
Cerca de 30% das mortes poderiam ser evitadas por meio de ações de detecção precoce articuladas à ampliação do acesso ao tratamento adequado dos casos. Ainda cerca de 30% dos casos poderiam ser evitados por meio de ações de prevenção primária.
As estimativas para o biênio 2016 -2017, de acordo com INCA –MS formam de que:
- Surgiriam 600.000 casos novos de câncer, incluindo os casos de pele não melanoma;
- Desconsiderando os casos de câncer de pele não melanoma, estimou-se um total de 420 mil casos novos;
- Os tipos mais incidentes seriam os cânceres de pele não melanoma:
Homens: próstata (28,6%), pulmão (8,1%), intestino (7,8%), estômago (6%) e cavidade oral (5,2%);
Mulheres: mama (28,1%), intestino (8,6%), colo de útero (7,9%), pulmão (5,3%) e estômago (3,7%).
O câncer ocupacional surge da exposição por muitos anos a agentes carcinogênicos presentes no ambiente de trabalho, mesmo após interrompida a exposição, e representa de 2% a 4% dos casos de câncer. A localização do câncer ocupacional está associada ao local do corpo humano em que a substância entra em contato durante o processo do trabalho.
O câncer ocupacional ainda representa uma parcela muito pequena dentre as causas atribuíveis, conforme mostra o gráfico a seguir:
[pic 2]
- O Câncer Ocupacional
As doenças em sua relação com o trabalho podem ser classificadas de duas formas. A primeira é como doença profissional, quando existe relação direta com condições de trabalho específicas, a exemplo do desenvolvimento de osteossarcoma em adultos por exposição à radiação ionizante e do mesotelioma de pleura por exposição ocupacional ao asbesto (amianto). A nomenclatura adequada para esse tipo de doença é câncer ocupacional (Brasil, 2001). A segunda forma, que engloba a maioria das neoplasias, é a doença relacionada ao trabalho, isto é, que tem sua frequência, surgimento ou gravidade modificados pelo trabalho. Segundo a classificação de Shilling (1984), no caso da doença ocupacional, o trabalho é causa necessária e, no caso de doenças relacionadas ao trabalho, esse pode ser entendido como um fator de risco, ou seja, um atributo ou uma exposição que está associada com uma probabilidade aumentada de ocorrência de uma doença. Para a maioria dos cânceres, a nomenclatura adequada é de câncer relacionado ao trabalho. Na prática, a caracterização etiológica ou de nexo causal será essencialmente de natureza epidemiológica, seja pela observação de um excesso de frequência em determinados grupos ocupacionais ou profissões, seja pela ampliação quantitativa ou qualitativa do espectro de determinantes causais, que podem ser conhecidos a partir do estudo dos ambientes e das condições de trabalho. A eliminação desses fatores de risco reduz a incidência ou modifica o curso evolutivo da doença ou agravo à saúde (Brasil, 2006).
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