A REMEDIAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS
Por: jpsrodrigues • 28/5/2015 • Pesquisas Acadêmicas • 2.866 Palavras (12 Páginas) • 231 Visualizações
1 INTRODUÇÃO
A preocupação com as questões ambientais é algo relativamente recente. Devido a isso, muitos danos já foram causados ao meio ambiente, principalmente aqueles relacionados à poluição causada por indústrias que deixaram como legado à nossa geração centenas de km² de áreas contaminadas por resíduos industriais. Mesmo hoje, com toda a fiscalização existente, inúmeras indústrias ainda insistem em destinar seus resíduos da forma incorreta, de modo que, com o tempo estes resíduos vão contaminando o solo, os lençóis freáticos e até mesmo o ar. Prejudicando a vida de milhares de pessoas direta ou indiretamente.
Depois que a contaminação ocorre, a única solução possível é tentar recuperar a área contaminada através de técnicas específicas que acabam saindo caro. Mesmo assim, alguns tipos ou graus de contaminação (como a radioativa, por exemplo, em que o grau de contaminação é muito alto) envolvem investimentos e quantidade de tempo tão grandes, que tornam o processo de recuperação inviável.
Quando se inicia o trabalho de recuperação de uma área contaminada, deve se fazer primeiro uma avaliação do local, que envolve: uma investigação preliminar para avaliar o histórico do local; em seguida, uma investigação confirmatória onde será constatada se efetivamente há contaminação ou não; e, depois, sendo constatada a contaminação, deve-se fazer uma investigação detalhada onde se verifica os tipos de contaminantes, grau de contaminação, etc.. Depois de constatada a contaminação e a situação geral da área é feita uma análise de risco, seguida por ensaio piloto e elaboração do projeto de remediação para verificar qual a melhor técnica de recuperação a ser empregada no local. Confirmado o melhor procedimento a seguir inicia-se a recuperação da área propriamente dita que chamamos de “remediação”.
Quanto aos tipos de técnicas empregadas na recuperação das áreas degradadas podemos classificá-las de acordo com o local onde são empregadas em: “in situ”, quando são empregadas diretamente no local onde ocorreu a contaminação, e “ex situ”, quando para que seja feita a remediação é necessário remover a terra, onde será feito o tratamento. Este último tipo de remediação, por envolver o transporte do material contaminado, costuma ser bem mais caro, mas em alguns casos é o único meio que pode surtir efeito. Feita esta classificação podemos ainda, classificar o tratamento em “biológico”, quando é feito através do uso de plantas, bactérias ou outros microorganismos vivos, “térmico”, quando é feito através da variação de temperatura, “químico”, quando é feito utilizando-se produtos químicos, ou “físico-químico”, quando envolve processos químicos e físicos (como a lavagem com uso de produtos químicos).
Neste trabalho iremos abordar o processo de tratamento que utiliza a ocorrência natural de microrganismos para degradar substâncias toxicamente perigosas, transformando-as em substâncias menos ou não tóxicas. Este processo é chamado de biorremediação.
2 TÉCNICAS DE BIORREMEDIAÇÃO
Apesar de fundamentadas em um único processo básico (biodegradação), as técnicas de biorremediação envolvem variações de tratamentos” in situ" (no local) e "ex situ" (fora do local) que pode envolver inúmeros procedimentos. A maioria dessas estratégias se aplica aos tratamentos de superfície, enquanto algumas são específicas para a biorremediação em sub-superfície como é o caso da bioventilação, que consiste na injeção de ar no solo (ou camada) contaminado para estimular a degradação do contaminante.
Vários contaminantes podem ser tratados biologicamente com sucesso. Estes incluem petróleo bruto, hidrocarbonetos do petróleo como gasolina (que contém benzeno, xileno, tolueno e etilbenzeno) óleo ¬diesel, combustível de avião, preservativos de madeira, solventes diversos, lodo de esgoto urbano industrial, e outros compostos xenobióticos ou biogênicos, existindo mais de 300 compostos individuais.
2.1 Tipos e Estratégias para Biorremediação do Solo
2.1.1 Passiva
Segundo MULLIGAN & YONG a biorremediação passiva ou intrínseca, também denominada atenuação natural, são técnicas in situ, nas quais o contaminante permanece no local e, através de processos naturais como biodegradação, volatilização, diluição e sorção, ocorre a descontaminação do ambiente.
2.1.2 Bioestimuladora
Trata-se de uma técnica in situ em que nutrientes orgânicos e inorgânicos podem ser adicionados ao solo, como N e P, visando estimular a atividade dos microrganismos degradadores. A bioestimulação deve ser precedida de criteriosa avaliação, visando determinar os nutrientes e as doses que necessitam ser adicionados ao solo.
2.1.3 Biventilação
É uma forma de bioestimulação por meio da adição de gases estimulantes, como O2 e CH4, para aumentar a atividade microbiana decompositora.
2.1.4 Bioaumentação
A bioaumentação, que é a inoculação de um local contaminado com microrganismos com alto potencial de degradação dos contaminantes. Essa prática é recomendada quando há baixa taxa de degradação de um contaminante no solo, que pode ser resultado do número reduzido ou inexistente de microrganismos com habilidade de degradação do composto.
2.1.5 Landfarming
Para DOELMAN & BREEDVELK a Landfarming é uma técnica de biorremediação muita utilizada para o tratamento de solos contaminados com hidrocarbonetos. Os microrganismos heterotróficos da camada superficial do solo são estimulados a degradar os contaminantes ali presentes, transformando-os em substâncias inertes como o material orgânico estabilizado, água e CO2. Esta estimulação ocorre através do revolvimento do solo por operações de aração e gradagem (visando a aerar e homogeneizar as camadas com diferentes concentrações de contaminantes), além da adição de corretivos, fertilizantes e, se necessário, de água através da irrigação. Pode-se ainda bioaumentar o solo com microrganismos de reconhecida capacidade de degradação desses contaminantes e adicionar surfactantes, visando a aumentar a biodisponibilidade
...