A decisão sobre Angra 3 não deveria ter sido apreciada pelo Congresso Nacional?
Por: rafapguima • 21/9/2015 • Trabalho acadêmico • 737 Palavras (3 Páginas) • 257 Visualizações
- A decisão sobre Angra 3 não deveria ter sido apreciada pelo Congresso Nacional?
Há uma controvérsia legal em relação à construção de Angra 3.
A obra para sua construção, que começou em 1984, foi autorizada pelo procedimento legal em vigor à época, onde a autorização para instalações nucleares se dava sob a forma de decreto presidencial. Dessa maneira, no ano de 1975, o então presidente da República, autorizou a estruturação de uma terceira unidade de usina nuclear.
Porém, a lei atual exige a autorização do Congresso Nacional para a instalação de usinas nucleares. E estabelece também que lei federal deverá determinar o local em que as mesmas deverão ser instaladas.
Entretanto, o MPF defendeu a tese de que o Ibama não poderia prosseguir no processo de licenciamento ambiental sem que houvesse, previamente, a lei específica autorizando a localização do empreendimento, de acordo com a Constituição Federal. Não seria, portanto, razoável o Congresso aprovar uma lei que autorizasse a localização de uma usina nuclear sem ter garantia da viabilidade ambiental do local onde ela será instalada.
Caso contrário, o Congresso Nacional estaria sem qualquer referencial para emitir sua decisão, seja sobre a aprovação da construção da usina, seja sobre o local onde a mesma deverá ser construída.
Todavia, o planejamento para a construção de Angra 3 se iniciou muito antes da ordem constitucional atual. Portanto, não seria aplicável à Angra 3 a exigência prevista da Constituição Federal de 1988, dispensando assim as exigências de autorização do Congresso Nacional para a construção de usinas nucleares, bem como a disposição sobre a localização das mesmas.
- Por que as obras de Angra 3 foram paralisadas?
Uma série de fatores políticos e econômicos contribuiu para a desaceleração do Programa Nuclear Brasileiro. O principal fator foi a crise econômica mundial, com fortes repercussões no Brasil, nas décadas de 1980 e 1990.
- Quando as obras foram paralisadas?
Em relação à obra civil, as atividades ocorreram por cerca de dois anos, entre 1984 e 1986, período no qual foram realizados cortes de rocha, aberturas de cavas para blocos de fundação e preparação parcial do sítio, além de terem sido executadas as instalações parciais de infraestrutura do canteiro de obras.
- Quando as obras foram reiniciadas?
No dia 31 de maio de 2010, quando foi realizado o início da concretagem da laje de fundação do edifício do reator da Usina.
- Quando Angra 3 entrará em operação comercial?
O atual planejamento da Eletronuclear tem como meta a entrada em operação de Angra 3 em 2018.
- Angra 3 é uma usina de última geração?
A usina de última geração similar a Angra 3 é Olkiluoto 3, na Finlândia. Ocorre que, ao longo da construção de Angra 2 e do projeto de Angra 3, diversas melhorias técnicas foram introduzidas no projeto. Dessa forma, Angra 2 e Angra 3 refletem, hoje, o atual estado da técnica em termos de centrais nucleares PWR de sua geração.
- Qual será o tipo de reator de Angra 3?
O reator de Angra 3 será idêntico ao de Angra 2, do tipo PWR, com projeto da Siemens/KWU.
- Qual será a potência nominal da Usina?
A potência elétrica (bruta) de Angra 3 será de 1.405 MW.
- Por que no cronograma da Aneel Angra 3 aparece com 1.350 MW de potência, já que no projeto da Usina a potência será de 1.405 MW?
A potência do projeto original de Angra 3 (assim como de Angra 2) é de fato 1.350 MW. Ocorre que, a partir de testes operacionais em Angra 2, se constatou a real viabilidade e a pertinência de aumentar a potência da Usina para 1.405 MW. Tal alteração demandará investimento de pequena monta, quando comparado aos benefícios de uma maior geração por parte de nossas usinas.
Especificamente quanto à Aneel, mensalmente é emitido um relatório informando àquele órgão sobre o andamento das obras de Angra 3. Nesse relatório já é comunicado que a potência de Angra 3 é 1.405 MW.
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