AS ONDAS SONORAS
Por: marisacarrierolo • 18/2/2018 • Trabalho acadêmico • 2.332 Palavras (10 Páginas) • 449 Visualizações
Natureza do som
O som é definido como a propagação de uma frente de compressão mecânica ou onda longitudinal, se propagando tridimensionalmente pelo espaço e apenas em meios materiais, como o ar ou a água.
Para que esta propagação ocorra, é necessário que aconteçam compressões e rarefações em propagação do meio. Estas ondas se propagam de forma longitudinal. Quando passa, a onda sonora não arrasta as partículas de ar, por exemplo, apenas faz com que estas vibrem em torno de sua posição de equilíbrio.
Os corpos em vibração produzem sons, é familiar na experiência cotidiana. Para que o efeito atinja nossos ouvidos, ele precisa ser transmitido através de um meio material. O som de uma campainha tocando dentro de um recipiente, no qual se produz o vácuo deixa de ser ouvido, conforme observado por Robert Boyle em 1960.
Os sons se propagam em fluidos, tanto na atmosfera como em líquidos: sons continuam audíveis de baixo da água. Também se propaga em sólidos: colando o ouvido a terra, pode se detectar um tropel de cavalos distantes.
Oscilações harmônicas podem produzir sons audíveis pelo ouvido humano somente no intervalo limitado de frequência, aproximadamente entre 20 Hz e 20 Khz (um bom aparelho de son deve ser capaz de reprodução fiel dentro dessa faixa).
Intervalo Acústico | Razão de freqüência |
Uníssono | 1:1 |
Oitava | 2:1 |
Quinta | 3:2 |
Quarta | 4:3 |
Terça maior | 5:4 |
Terça menor | 6:5 |
Sexta maior | 5:3 |
Sexta menor | 8:5 |
Tom maior (M) | 9:8 |
Tom menor (m) | 10:9 |
Semitom (s) | 16:15 |
O fato de que o som se propaga través de um meio material, sem que haja transporte de material de um ponto ao outro, já é uma indicação de sua natureza ondulatória. A velocidade finita de propagação do som é evidenciada pelo intervalo de tempo decorrido entre o clarão de um relâmpago e o ruído de um trovão que o acompanha. A reflexão do som também é um efeito familiar manifestado na produção de ecos.
Efeitos tipicamente ondulatórios obtidos com som incluem efeitos de interferência, tais como os batimentos, e também de difração.
Podemos inferir dessas observações que a transmissão do som através da atmosfera corresponde a propagação de ondas. Qual é a natureza destas ondas?
Um fluido como atmosfera não pode transmitir tensões tangenciais, de modo que as ondas sonoras na atmosfera são ondas longitudinais, associadas à variação de pressão, ou seja, a compressões e rarefações, como as ondas ao longo de uma mola.
Em geral conforme vamos ver, essas variações são extremamente pequenas quando comparadas com a pressão atmosférica (valor de equilíbrio).
Podemos obter uma ideia intuitiva do mecanismo de propagação de uma onda sonora considerando o que acontece quando se golpeia um gongo (figura 01)
[pic 1]
Figura 01
A (figura -01) mostra, numa vista lateral como o gongo se deforma, vibrando entre as posições extremas A e B (as deflexões da placa estão grandemente exageradas na figura).
Quando o gongo está na posição A, ele comprime as porções adjacentes da atmosfera, e a compressão vai – se transmitindo sucessivamente de cada camada as camadas adjacentes (onda de compressão). Quando o gongo retorna para trás, passando a posição B, cria – se uma zona de rarefação, e o ar da região contigua se desloca para preenche – lá, e assim sucessivamente, produzindo uma onda de expansão. A onda sonora resulta da propagação das duas camadas de condensação e de rarefação alternadas.
O deslocamento de ar provocado pelo gongo muda a densidade do ar na camada adjacente (condensação ou rarefação), o que povoca uma mudança de pressão (compressão ou descompressão). Por sua vez a variação da pressão produz o deslocamento da camada de ar contigua, e assim por diante. O mecanismo dinâmico de propagação da onda pode, portanto ser sintetizado no seguinte ciclo.[pic 2]
[pic 3][pic 4]
[pic 5][pic 6]
[pic 7][pic 8][pic 9]
ONDAS SONORAS
Relação densidade – pressão
Para uma dada mudança de densidade, qual é a mudança de pressão correspondente? Geralmente, para uma dada massa de fluído M ocupando um volume V, um acréscimo de pressão (∆ P > 0) provoca uma diminuição (∆V < 0) de volume. A magnitude da variação percentual de volume correspondente é ∆ V / V, e a razão (para variações infinitesimais)
[pic 10]
(1)
Chama – se o modulo de compressibilidade o modulo de fluido. Quanto mais compressivo ele for maior a variação percentual de volume provocada por uma dada variação de pressão, e por conseguinte maior será o valor de K.
O inverso B de K chama se modulo de elasticidade volumétrica:
[pic 11]
(1.1)
A densidade p do fluido é:
= M/V[pic 12]
(1.2)
De modo que a variação de densidade correspondente é, por diferenciação:
[pic 13]
(1.3)
Assim se escreve:
[pic 14]
(1.4)
Numa onda sonora, as variações de pressão e densidade são extremamente pequenas em relação aos valores de equilíbrio dessas grandezas, ou seja, a onda constitui uma pequena perturbação.
Se chamarmos de os valores não perturbados (de equilíbrio) da pressão e da densidade, respectivamente, e de P e p os valores na presença da onda temos então:[pic 15]
P =[pic 16]
(1.5)
[pic 17]
(1.6)
Onde
│p│ <<[pic 18]
(1.7)
Assim, a variação de pressão máxima que nosso ouvido pode tolerar sem provocar sensação de dor em uma onda sonora é inferior a um milésimo da pressão atmosférica: l p / l <10 -³.[pic 19]
Podemos, portanto, com excelente aproximação, escrever:
[pic 20]
(1.8)
Onde o índice 0 indica que a derivada é calculada em torno dos valores de equilíbrio. A razão pela qual escrevemos uma derivada parcial é que a pressão depende não só da densidade como também da temperatura.
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