AS VIDRARIAS VOLUMÉTRICAS E NÃO VOLUMÉTRICAS
Por: Júlia Santana • 9/4/2018 • Relatório de pesquisa • 1.779 Palavras (8 Páginas) • 10.341 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI
CAMPUS ALTO PARAOPEBA
VIDRARIAS VOLUMÉTRICAS E NÃO VOLUMÉTRICAS
RESUMO
A serventia das técnicas de medidas volumétricas e equipamentos em laboratório de química devem ser realizados de maneira apropriada para atender ao objetivo do experimento proposto de acordo com o grau de exatidão requerido para obter resultados confiáveis. Dessa forma, com o intuito de diminuir os erros sistemáticos nos resultados da amostra é necessário possuir conhecimento do tipo de vidraria utilizada e qual a sua finalidade. Ademais, é fundamental manipular, interpretar e ler os equipamentos de forma mais adequada possível.
Qualquer medida física possui um grau de incerteza, que é denominado intervalo de confiabilidade ou erro experimental o qual deve apresentar níveis baixos ou toleráveis, de modo que o resultado analítico possua uma confiabilidade aceitável [1]. O objetivo da prática proposta foi observar o erro experimental de diferentes tipos de vidrarias. Dentro desse contexto, existem vidrarias volumétricas as quais possuem alto grau de exatidão, e as vidrarias não volumétricas. Quando se deseja medir um volume exato, não se deve optar por utilizar vidrarias não volumétricas, como o béquer e o erlenmeyer, mas sim vidrarias volumétricas já que o usuário terá confiabilidade nos seus resultados. As vidrarias volumétricas podem se classificar em dois tipos: TC (to-contain), utilizada para contenção de liquido, em que se encontram, por exemplo, provetas e balões volumétricos; e vidrarias TD (to-deliver) utilizada como transporte de líquido, incluindo, por exemplo, pipetas graduadas e volumétricas, e buretas [2].
Dessa forma, com o objetivo de evitar erros determinados, tais como pessoais, instrumentais, e de método, é de extrema importância associar o tipo do equipamento a ser utilizado com o intuito requerido antes que o experimento químico seja efetuado. Assim, juntamente com o cuidado e atenção pessoal na escolha do método e no manuseio de equipamentos, se o grau de incerteza da medida for baixo o resultado obtido será classificado como aceitável.
1. RESULTADOS E DISCUSSÃO
O uso de vidrarias em laboratórios é indispensável, seja para dissolver substâncias, aquecer amostras ou armazenar materiais de laboratório[3]. Portanto, é de extrema importância ter conhecimento sobre a vidraria a ser utilizada.
Ao se realizar uma medição volumétrica, o usuário deve determinar o grau de exatidão requerido, a partir do qual será escolhido o instrumento volumétrico apropriado[4].
Existem vidrarias volumétricas e não volumétricas. O termo “vidraria volumétrica” é referente a recipientes de vidro que são projetados para medir volume de líquidos com alto grau de exatidão[2]. São exemplos de vidrarias volumétricas: bureta, proveta, pipeta (graduada e volumétrica) e balão volumétrico[4].
Já como vidrarias não volumétricas, pode-se citar o béquer e o erlenmeyer.
Na parte (a) do experimento, verificou-se a precisão de três vidrarias volumétricas (proveta, pipeta volumétrica e balão volumétrico) a partir da medição de 25 mL de água em cada uma delas, seguida da pesagem em béquer seco. A Tabela 1 mostra as massas aferidas em balança analítica, descontando-se o peso do béquer seco.
Tabela 1. Massa de água obtida após aferição em vidrarias volumétricas distintas.
Aparato experimental Massa (g)
Proveta de 50 mL 23,5845
Pipeta volumétrica de 25 mL 24,9045
Balão volumétrico de 25 mL 24,6945
Considerando a densidade da água igual a 1 g.mL-1, esperava-se que a massa pesada se aproximasse de 25g, entretanto isto não foi observado.
Há uma diferença entre as vidrarias utilizadas. Enquanto a proveta e a pipeta volumétrica são instrumentos do tipo TD, o balão volumétrico é uma vidraria do tipo TC.
Vidrarias do tipo TD são projetadas para escoar o volume especificado na temperatura de calibração, levando-se em conta a película de líquido que fica aderida às suas paredes internas. Já vidrarias do tipo TC são projetadas para conter um volume especificado na temperatura de calibração, não podendo ser utilizadas para transferência de líquidos devido à película líquida que fica aderida às suas paredes internas[2].
Logo, é possível inferir que, ao realizar a transferência da água contida no balão volumétrico para o béquer, houve uma perda de líquido devido à película que ficou aderida à superfície do balão.
Além disso, ao se trabalhar com medições de volume, deve-se ficar atento à leitura correta do menisco, sendo este um pré-requisito para uma aferição exata [4].
O menisco pode se curvar para cima ou para baixo. No primeiro caso, sua parte inferior deverá coincidir com a linha de aferição (líquidos transparentes), enquanto no segundo caso será considerada a parte superior (líquidos escuros) [5]. A Figura 1 mostra a leitura correta do menisco quando se trata de líquidos transparentes, como a água utilizada neste experimento.
Figura 1. Leitura correta do menisco (Brand, 2018) [2].
Para se fazer a leitura correta, é necessário executar uma técnica importante: a paralaxe. Nesta técnica é observada a posição do olho do observador, que deverá estar sempre no mesmo nível da marca de aferição do aparato[5]. A Figura 2 mostra a forma correta de fazer a leitura.
Figura 2. Execução correta da técnica de paralaxe (ANSELMO, 2010) [4].
Desta forma, pode-se também atribuir o distanciamento dos resultados em relação à massa esperada a uma leitura errônea do menisco no momento em que os volumes foram medidos nos instrumentos em questão, caracterizando um erro de paralaxe.
Na parte (b) do experimento, utilizou-se como instrumento de partida um erlenmeyer para medição de 50 mL de água. A partir deste momento, fez-se a transferência do líquido
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