ATIVIDADE 4 - PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE
Por: karlarsp • 30/6/2017 • Trabalho acadêmico • 1.220 Palavras (5 Páginas) • 721 Visualizações
Como vocês podem ter notado o caderno de estudos traz um resumo das principais fontes de poluição, mas não tem a pretensão alguma de esgotar o tema, o que desejamos é incutir nos senhores que esta variável (meio ambiente) deve ser considerada e efetivamente trabalhada pelos engenheiros de segurança do trabalho.
Na Unidade I delineiam-se as principais causas e ou fontes de poluição, e por incrível que pareça tal situação se faz presente em microcosmos onde um especialista em segurança do trabalho poderá atuar. A proposta aqui é a seguinte: apresentaremos uma situação real de uma atividade econômica tão corriqueira que promoverá os diversos tipos de poluição, e os senhores deverão desenvolver um plano de ação para a solução do caso sem contudo inviabilizar a atividade econômica da empresa. Vamos lá?
Trata-se de uma Santa Casa de Misericórdia (hospital sem fins lucrativos com administração privada, mas vinculado ao Sistema Único de Saúde) inaugurado no inicio da década de 1980, para atender uma população de 70.000 habitantes, com um corpo profissional de 450 pessoas. É praxe o gap de até 120 dias para recebimento das consultas, exames e cirurgias realizadas, tanto pelo SUS como por outros planos de saúde. Hoje depois de 30 anos de inaugurado o hospital não sofreu nenhuma intervenção de reforma pesada, somente reformas pequenas e reparos emergenciais, sem alterar o perfil da infraestrutura existente. Este hospital passou a atender uma população de 210.000 pessoas, um crescimento de 300%, e o corpo técnico cresceu somente 10%. Com as constantes alterações da cobertura mínima exigida para os planos de saúde, e com a necessidade de manter a relação com as operadoras de plano de saúde, a Santa Casa, ampliou os procedimentos que realizava, sobrecarregando a infraestrutura, já precária, por mais de 30 anos sem intervenção e manutenção devidas. Listemos algumas: 1. A Santa Casa foi favorecida por emendas de parlamentares da região e adquiriu diversos aparelhos de diagnóstico de última geração, que foram instalados sem que a rede elétrica existente fosse capaz de atender a nova demanda – consequência: equipamentos novos fechados e ainda embalados, e picos de energia, com frequência de curtos circuitos em diversos pontos do hospital; 2. O sistema de tratamento de esgoto dimensionado dentro da Santa Casa (uma pequena ETE), com o objetivo de evitar o encaminhamento para a rede de possíveis contaminantes, não atende mais a demanda (pois cresceu 3 vezes), e é comum o seu transbordamento contaminando o solo e a área onde se localiza a ETE (sem falar do mau cheiro) – com o crescimento da demanda, passar ao lado da ETE para chegar ao hospital passou a ser normal para uma parcela dos pacientes; 3. Antes da Lei nº12.305/2010 e da RDC nº306/2004 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária o resíduo de serviço de saúde era coletado pela municipalidade sem custo adicional para o hospital. Agora o serviço é privado e para diminuir custos parte do resíduo mais perigoso é levado por um dos diretores e enterrado num terreno baldio ao lado do hospital próximo a uma nascente, e o grosso do resíduo é levado em caminhões abertos (onde se permite o escoamento de chorume) para o lixão da prefeitura onde é depositado – o caminhão pertence à Santa Casa e quem realiza o serviço é o pessoal de limpeza e conservação do hospital. 4. Finalmente, para se atender a demanda por vapor e água quente o hospital as caldeiras (duas) funcionam mais de 18 horas por dia, quando tinham sido projetadas para funcionarem cada uma 12 horas, utilizando óleo diesel, mas devido a grande demanda foi feito adaptações na caldeira para que a mesma trabalha-se acima de seu regime de trabalho e o combustível foi substituído por BPF, que é mais barato que o óleo diesel, mas que se a caldeira não estiver bem regulada, a emissão de fuligem (fumaça preta) pela chaminé é flagrante, ficando aquele cheiro característico no ar.
Bem senhores, o que é demostrado aqui é o retrato de vários hospitais existentes neste imenso país. Focando tão somente nas questões ambientais (não abordaremos nenhuma questão se segurança do trabalho), gostariam que me indicassem na forma de tabela as principais fontes de poluição as suas consequências diretas para a atividade desenvolvida e a solução que os senhores encontraram para equaciona-las e/ou mitiga-las, garantindo a sobrevivência da atividade (lembre-se é a Santa Casa que paga o seu salário).
Boa elucubração.
Resposta:
Principais Fontes de Poluição | Consequências diretas para a atividade desenvolvida – hospitalar | Solução indicada para equacionamento/mitigação |
ETE | Sem dimensionamento adequado para demanda atual, causando transbordamento e consequente contaminação do solo e mau cheiro ao redor do local é constante para pacientes e transeuntes. Se situação não for tratada, hospital está sujeito a sanções legais em âmbito criminal, civil e ambiental. Legislação atual prevê prisão de responsável técnico e multa para os envolvidos. | Necessária avaliação técnica para redimensionamento da ETE e troca para uma que esteja adequada ao público atual atendido. Além disso, é possível implantar ações ambientais para otimização e economia de água: captação e armazenamento de água de chuva para uso geral, opção e tratamento de água de reuso, para alimentar uso em vasos sanitários, por exemplo. |
Resíduos hospitalares – destinação de resíduos em terreno baldio | Os resíduos destinados em terreno baldio próximo ao hospital está configurando um aterro sanitário clandestino e ilegal. Esses resíduos geram contaminação no solo, podem atingir lençol freático da nascente próxima e contaminá-lo, atingindo assim toda a população que possa ser abastecida de água por essa nascente, toda a fauna e flora no leito do rio/córrego. Diversas leis ambientais estão sendo descumpridas e podem gerar processos prejudicando os responsáveis e o funcionamento do hospital. | Um Plano de Gerenciamento de Resíduos deve ser elaborado e a destinação dos resíduos deve ser realizada conforme legislação vigente. |
Resíduos hospitalares – destinação aterro (lixão) municipal | Um caminhão sem identificação não pode encaminhar resíduos hospitalares a um aterro não qualificado para recebimento. Se esse chorume escorrer do caminhão, poderá ocorrer contaminação de diversos locais, não necessariamente ligados ao hospital, mas que atingem a população local. Essa destinação está sujeita à fiscalização legal e se encontrada irregularidade, sanções e penalidades serão aplicadas contra o hospital e seus responsáveis. | Um Plano de Gerenciamento de Resíduos deve ser elaborado, empresa especializada deve ser contratada e a destinação dos resíduos deve ser realizada conforme legislação vigente. |
Caldeiras – queima de BPF | Caldeira trabalhando acima do regime de trabalho especificado em projeto – de 12 horas para 18 horas atuais – , além da adaptação para combustível BPF, e devido à má regulação da caldeira, emissão em excesso de fuligem e cheiro característico tem causado poluição no ar. | A caldeira deve passar por uma vistoria técnica afim de avaliar se o uso das mesmas ainda é possível, mesmo que em regime de trabalho normal. Isso, tendo em vista as adaptações irregulares efetuadas. As caldeiras em diversas empresas são vistas com um mal necessário para a produção, sem receber a atenção necessária para uma combustão eficiente com menores emissões de gases. Sugestão é que seja feita uma análise para aquisição de caldeiras mais modernas, com uso de combustível com menor poluição ambiental (gás natural, por exemplo) e com maior eficiência, o custo possa ser diluído em seu tempo de uso. |
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