ATPS: Elementos de máquinas II
Seminário: ATPS: Elementos de máquinas II. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 4/9/2014 • Seminário • 3.171 Palavras (13 Páginas) • 705 Visualizações
ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS
ENGENHARIA
8ª. Série
ELEMENTOS DE MÁQUINAS II
A atividade prática supervisionada (ATPS) é um método de ensino-aprendizagem desenvolvido por meio de um conjunto de atividades programadas e supervisionadas e que tem por objetivos:
Favorecer a aprendizagem.
Estimular a co-responsabilidade do aluno pelo aprendizado eficiente e eficaz.
Promover o estudo, a convivência e o trabalho em grupo.
Desenvolver os estudos independentes, sistemáticos e o autoaprendizado.
Oferecer diferenciados ambientes de aprendizagem.
Auxiliar no desenvolvimento das competências requeridas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação.
Promover a aplicação da teoria e conceitos para a solução de problemas relativos à profissão.
Direcionar o estudante para a emancipação intelectual.
Para atingir estes objetivos as atividades foram organizadas na forma de um desafio, que será solucionado por etapas ao longo do semestre letivo.
Participar ativamente deste desafio é essencial para o desenvolvimento das competências e habilidades requeridas na sua atuação no mercado de trabalho.
Aproveite esta oportunidade de estudar e aprender com desafios da vida profissional.
AUTOR:
Paulo Luiz da Silva Barros – FPJ
COMPETÊNCIAS E HABILIDADES
Ao concluir as etapas propostas neste desafio você terá desenvolvido as competências e habilidades descritas a seguir.
Capacidade de expressar graficamente os elementos fundamentais de um sistema de transmissão;
Capacidade de utilizar todos os cálculos necessários para construir um sistema de elevação;
Capacidade de dimensionar eixos, engrenagens, rolamentos, molas e correias, bem como dimensionar a motorização necessária para o seu funcionamento;
Habilidade para elaborar o cinematismo que compõe um sistema de elevação.
DESAFIO
O aluno ou grupo de alunos, ao final do desafio deverão apresentar um memorial de cálculo e um desenho esquemático para um sistema de elevação (figura 1).
No memorial deverá conter todos os cálculos dos momentos, definição da motorização, cálculos de correias, engrenagens, eixos e mancais de rolamento e um desenho esquemático do sistema de elevação.
O trabalho poderá ser elaborado em grupo de até 02 alunos com o mesmo final de RA (registro acadêmico), ou individualmente caso seja conveniente.
Este trabalho terá o valor de 02 pontos e será somado com o resultado da prova P2.
Figura 1 – Desenho esquemático de um elevador
ETAPA № 1
Aula tema: Definição do cinematismo do equipamento:.
Esta atividade é importante para que você possa iniciar o procedimento de cálculo para então determinar o cinematismo do projeto, acompanhar as explicações iniciais para não haver dúvida na execução da tarefa.
Para realizá-la é importante o aluno ler os capítulos 1, 2 e 3 do livro Elementos de Máquinas, do autor Sarkis Melconian, que será o livro adotado como livro texto da disciplina e seguir os passos descritos a seguir:
PASSO 1 – Cinematismo básico e dados de projeto.
O aluno deverá inicialmente acompanhar todas as explicações de como ele deverá fazer os cálculos de torque, rendimento e rotação em cada árvore, cada engrenagem e polia. Também serão estabelecidos todos os dados que comporão o projeto.
Nesta etapa o aluno criará um esquema cinemático padrão para todos (figura 2), onde serão solicitados os componentes que deverão estar obrigatoriamente no projeto.
Figura 2 – Cinematismo proposto para o elevador
DADOS PARA O PROJETO:
a) Definição da capacidade de carga do elevador:
Para RA finais 0 e 1 _______ F = 7000 N
Para RA finais 2 e 3 _______ F = 10000 N
Para RA finais 4 e 5 _______ F = 13000 N
Para RA finais 6 e 7 _______ F = 17000 N
Para RA finais 8 e 9 _______ F = 20000 N
b) Peso da cabine do elevador e contrapeso = 5000 N;
c) Velocidade de elevação: 1,5 m/segundo;
d) Cabo de aço: 8x19 Seale + AF, torção regular, traction steel, polido;
e) Rotação do motor: 1750 rpm
f) Material das engrenagens: SAE – 4340 adm -170 N/mm2
g) Dureza das engrenagens: 58 HRC (6010 HB)
h) Coeficiente de atrito entre correia e polia: μ0,25
i) Fator de serviço das correias: Fs = 1,2 – Funcionamento: 3 a 5 h/dia
j) Relação entre largura e diâmetro primitivo: b1/do1 = 0,5
k) Duração das engrenagens: 17.500 horas
l) Material dos Eixos: SAE-1045 Tensão de flexão = 60N/mm2 - Tensão de torção = 50N/mm2
m) Engrenagens ECDR: Z1-21 dentes; Z2-84 dentes; Z3-24 dentes; Z4-96 dentes;
n) Utilizar correia Hi-Power II;
o) Diâmetro do tambor do cabo: de 26 a 39 x diâmetro do cabo escolhido;
p) Quantidade de cabo: aprox. 100 metros lineares;
q) Fator de serviço para as engrenagens: φ = 1,25 (elevador de carga – uso 10h/dia);
r) Rendimentos: engrenagens = 0,97 / mancal rolamento = 0,99 / correia = 0,98;
s) Para o cálculo das molas, considerar a carga do elevador e uma deflexão de 50mm.
t) Calcular o diâmetro do eixo por rigidez (considerando condição 1 c/ flecha máxima L/2500 e ângulo máximo = 2,25º) e por reações e momentos (considerar o diâmetro maior);
u) Utilizar para os mancais, rolamentos autocompensadores de esferas ou rolos;
v) Considerar temperatura de trabalho de 60º C para o cálculo do rolamento e esforços dinâmicos entre 2,0 ≤ fl ≤ 3,0 (redutores), considerar estimativa otimista e pessimista para definição da vida útil do rolamento e viscosidade do óleo 150 cSt.
PASSO 2 – Definição do equilíbrio de forças.
O aluno inicialmente calculará de traz para frente, ou seja, partindo da carga estabelecida pelo final do RA.
Faça como na figura abaixo e inicie os cálculos:
Figura 3 – Equilíbrio das forças
PASSO 3 – Cálculo da força no cabo de aço e escolha do tipo de cabo.
Figura 4 – Esquema de forças
PASSO 4 – Cálculo do diâmetro do tambor e Momento torçor inicial no tambor.
PASSO 5 – Rotação no tambor:
Como a velocidade do elevador é fixada como sendo V = 1,5 m/s e após definir o diâmetro do tambor, calcule o perímetro do mesmo e calcule o período (T), a freqüência (f) e finalmente a rotação (n), que o tambor deverá girar para atingir a velocidade solicitada.
T = Perímetro/Velocidade (s)
f = 1/T (Hz)
n = 60.f (rpm)
Com esses dados obtidos, seguimos para a próxima etapa;
ETAPA № 2
Aula tema: Potência do Motor e definição dos torques do sistema:
Esta atividade é importante para que você aprender a dimensionar sistema de traz para frente para a definição inicial do motor ideal para o sistema de elevação.
Para realizá-la é importante seguir os passos descritos a seguir:
PASSO 1 – Cálculo dos momentos em cada ponto do sistema.
Neste passo o aluno calculará todos os momentos conforme a figura 2, até chegar à potência do motor, levando-se em conta os rendimentos de mancais de rolamento, de engrenagens e correias.
Ex.: Mt7 (momento no tambor), para se obter o Mt6, dividimos o momento Mt7 pelo rendimento do para de mancais (η = 0,99).
Para obter o Mt5, dividimos o Mt6 pelo rendimento de um par de engrenagens (η = 0,97 x ί3 = 4), assim sucessivamente até chegar à potência do motor mais próximo.
Obs.: A relação ί1, deverá ser acertada para podermos trabalhar com um motor de 1750 rpm.
Para o cálculo do motor utilizamos a fórmula:
Mt = 30. P/. n (Nm), onde:
Mt – Momento torçor no ponto 1 (Nm)
P – Potência em (Watt)
Π – Constante trigonométrica (3,141516...) (adm)
n - rotação no ponto 1 (rpm)
Isolando-se a potência (P), temos:
P = Mt1 . . n /30
Como 1 cv tem 735,5 W, dividimos a potência encontrada para chegarmos a potência em cv do motor. Consulte na internet os principais fabricantes de motores assíncrono de corrente alternada, para obter o motor mais próximo acima para ser utilizado em nosso projeto. Anexe o catálogo ao memorial descritivo final.
PASSO 2 – Cálculo dos momentos definitivos em relação ao motor escolhido
Neste passo o aluno calculará todos os momentos conforme a figura 2, até chegar à ao momento que será aplicado no tambor, só que desta vez em sentido contrário ao do passo 1.
Ex.: Mt1 = 30 . P/ . n
Para o cálculo do Mt2, multiplicamos o Mt1 por ί1 x rendimento da correia (η-0,98), assim sucessivamente até o Mt7 novamente.
ETAPA № 3
Aula tema: Cálculo de correias.
Esta atividade é importante para que você aprender a dimensionar correias de transmissão para o sistema proposto.
Para realizá-la é importante estudar o capítulo 4 do livro texto e seguir os passos descritos:
- Escolher adequadamente o tipo de correia bem como a quantidade necessária para a transmissão. Limite-se a uma quantidade de 06 correias, caso o cálculo solicite mais, escolha um perfil superior;
- Pesquise na internet ou em catálogos, pelo menos dois fabricantes de correias em “V” que é o modelo adotado e anexe ao seu memorial descritivo;
- Opte pelo modelo Hi-power II da Gates para o seu cálculo e seleção do tamanho;
PASSO 1: Cálculo da correia (tipo e tamanho)
Nesta etapa o aluno deverá calcular a correia estabelecendo o perfil e o tamanho da correia e o número de correias para se transmitir a potencia do motor escolhido. Conforme dados disponibilizados na Etapa 1 o Fator de serviço adotada é de Fs = 1,2.
PASSO 2: Cálculo dos esforços na transmissão da correia
Nesta etapa o aluno deverá calcular as forças F, F1 e F2 que posteriormente serão utilizadas para o cálculo do eixo, deverão ser utilizados ainda o capítulo 4 do livro texto para efetuar essa etapa.
ETAPA № 4
Aula tema: Cálculo das engrenagens.
Esta atividade é importante para que você possa aprender a dimensionar engrenagens.
Para realizá-la é importante fazer a leitura dos capítulos 5 e 6 do livro texto e seguir os passos descritos.
- Pesquise os tipos de engrenagens disponíveis para fazer transmissões e anexe imagens e características de cada uma ao seu memorial;
_ Para o nosso desafio, utilizaremos engrenagens cilíndricas de dentes retos;
PASSO 1: Cálculo do módulo e as Tensões dos pares de engrenagens.
O aluno nessa etapa deverá calcular as engrenagens pelo critério da pressão e pelo critério da resistência à flexão no pé do dente. Caso seja necessário, a engrenagem deverá ser recalculada para adequá-la.
PASSO 2: Preenchimento da tabela construtiva dos pares de engrenagens.
O aluno nessa etapa deverá calcular todas as características geométricas das engrenagens calculadas e anexadas ao memorial descritivo, levando-se em conta, caso a engrenagens tenham sido recalculada, devendo nesse caso ter as duas hipóteses conforme exemplo encontrado no nosso livro texto nas páginas 121 e 122.
ETAPA № 5
Aula tema: Cálculo dos eixos.
Esta atividade é importante para que você possa calcular os eixos da transmissão.
Para realizá-la é importante o aluno fazer a leitura do capítulo 12 do livro texto e seguir os passos descritos.
PASSO 1: Cálculo do eixo pelo método dos momentos.
O aluno deverá calcular todos os eixos pelo processo encontrado no livro texto, levando-se em conta as distâncias entre apoios conforme figura 1.
PASSO 2: Cálculo do eixo pelo método da rigidez.
O aluno deverá calcular todos os eixos pelo processo da rigidez, levando-se em conta um desvio máximo de 2,25º (θ) e flecha máxima considerar L/2500, conforme figura 5:
Figura 5
Obs.: Após calcular o eixo pelos dois processos, escolha o diâmetro do eixo que atenda aos dois processos.
ETAPA № 6
Aula tema: Cálculo de mancais de rolamentos e molas.
Esta atividade é importante para que você possa calcular os mancais de rolamento e molas.
Para realizá-la é importante o aluno estudar o capítulo 11 do livro texto que trata de rolamentos e o capitulo 10, que trata de molas e seguir os passos descritos.
PASSO 1: Cálculo dos mancais de rolamentos
O aluno deverá definir todos os diâmetros dos eixos para então escolher o tamanho do rolamento. No nosso projeto os rolamentos utilizados serão do tipo autocompensadores de rolos e esferas devido ao tipo de montagem que o projeto pede e pelo fato que não teremos forças axiais.
Calcularemos os rolamentos pelo critério da vida útil de acordo com a fórmula abaixo:
Lna = a1.a23.Lh (h)
Onde:
Lna – Vida útil (horas) (pela condição pessimista e otimista)
a1 – probabilidade de falha (5%) (0,62)
a23 – Interdependência entre temperatura e lubrificação (adm)
Lh – vida do rolamento em função do fator de carregamento. (h)
Para podermos escolher o rolamento mais adequado, devemos encontrar a carga dinâmica equivalente (P). Como o projeto não tem carga axial no rolamento, adotamos:
P = Fr
Onde:
P – Carga dinâmica equivalente (N);
Fr – Carga radial (N)
Para o cálculo da capacidade de carga dinâmica (C):
C = P. fl/fn
Onde:
C – Capacidade de carga dinâmica (N)
P - Carga dinâmica equivalente (N)
fl – Fator de esforço dinâmico (adm) (em função da aplicação – pg. 222 a 227)
fn – Fator de rotação (adm) (em função da rotação – pg. 228 – 229)
Com o valor da capacidade de carga dinâmica (C), o diâmetro do eixo, procuramos em um catálogo de rolamento para escolher o modelo mais próximo desse valor calculado.
Caso o aluno não tenha um catálogo de rolamento, podemos baixar da internet o catalogo desses componentes. Acesse: www.skf.com.br e busque no site o modelo de rolamento autocompensador de esferas e rolos e procure nas listas os tamanhos conforme o valor encontrado anteriormente.
Com o rolamento escolhido, aplicamos sua capacidade de carga dinâmica na fórmula, para encontrarmos o fl do rolamento e definirmos sua durabilidade.
fl = C.fn/P
Com o valor encontrado de fl, procuramos na tabela da pg. 228 o Lh em função do fl, que determinará a vida nominal em horas e será utilizado no final do cálculo.
Após escolher o rolamento, soma-se seu diâmetro externo com o diâmetro interno e divide-se por dois e acha-se o diâmetro médio para então inserir no gráfico 1 e achar a viscosidade 1 (υ1) em função da rotação do eixo na linha diagonal.
De posse da temperatura de trabalho do rolamento (60º para nosso trabalho), e a viscosidade do óleo utilizado (150 cSt), inserimos no gráfico 2 e encontramos a viscosidade relativa (υ). Nas ordenadas, marca-se a temperatura de trabalho, desloca-se na horizontal até a linha da viscosidade adotada na diagonal e finalmente traça-se até nas abscissas o valor da viscosidade (υ).
Com os dois valores encontrados, aplica-se a formula seguinte e insere-se o resultado encontrado nas abscissas do gráfico 3 e traça-se uma reta vertical até cortar os limites dos campos I, II e III, encontrando-se assim os limites otimistas e pessimistas (a23), para a vida útil para o rolamento.
χ = υ/υ1
Finalmente inserimos todos os valores na fórmula seguinte para determinar a vida útil do rolamento, substituindo o a23 inferior para a vida pessimista e o limite superior para a otimista.
Lna = a1.a23.Lh (h)
PASSO 2: Cálculo das molas
Após ter lido o capítulo 10 que trata sobre molas, o aluno deverá calcular esses componentes que trabalharão como amortecedores sob o elevador.
ETAPA № 7
Aula tema: Finalização do memorial de cálculo do sistema de elevação.
Esta atividade é importante para que você possa finalizar o desafio proposto no início dos trabalhos.
Para realizá-la é importante seguir o passo descrito:
PASSO ÚNICO:
Comece a preparar os cálculos para a conclusão do desafio proposto inicialmente. Execute o detalhamento do cinematismo.
Prepare também o desenho esquemático do elevador, conforme exemplo mostrado no início do desafio, não esquecendo dos demais detalhes que fazem parte do sistema.
O trabalho deverá ser finalizado à mão livre, com exceção dos desenhos, caso queiram fazer em CAD, deverão ser entregue junto com o memorial de cálculo revisado e passado a limpo, em caligrafia técnica e ordenado da seguinte forma:
1º - Cinematismo com os cálculos de torque e rotações;
2º - Cálculo da correia com um exemplo de tabela de um fabricante;
3º - Memorial de cálculo das engrenagens e todos os dados necessários para sua construção;
4º - Memorial de cálculo dos eixos;
5º - Memorial de cálculo dos rolamentos e molas;
6º - Desenho esquemático do sistema.
Todo trabalho deverá ser entregue fixado em uma pasta com fixador interno (pasta Romeu e Julieta), sendo que deverão conter do lado externo o nome do aluno, RA e nome da faculdade em uma etiqueta auto adesiva.
BIBLIOGRAFIA:
1) MELCONIAN, S.. Elementos de Máquinas. 4ª ed. São Paulo: Erica, 2003.
2) NORTON, Robert L.. Projeto de Máquinas : uma abordagem integrada. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2004.
3) NIEMANN, G.. Elementos de Máquinas . 1ª ed. São Paulo: Edgard Blucher, 1971.
4) PROVENZA, Francesco. Desenhista de Máquinas. São Paulo: Pro-Tec.
5) TELECURSO 2000, Desenho Técnico Mecânico. Editora Globo. 2000.
6) SILVA, Arlindo et al.. Desenho Técnico. 4.ed. Rio de Janeiro: LTC, 2006.
7) Catálogos da SKF, INA, NGK, etc
8) Catálogos de correias da Goodyear, Dayco, etc
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