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Abordagem Sistêmica da Administração

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Por:   •  18/2/2014  •  Seminário  •  4.017 Palavras (17 Páginas)  •  372 Visualizações

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Abordagem Sistêmica da Administração

A curiosidade e a necessidade de se verificar a maneira pela qual eram estruturadas as organizações trouxeram contribuições significativas para

a busca da eficiência. A fim de avaliar de que maneira os sistemas organizacionais e administrativos eram estruturados e quais mecanismos eram necessários para que funcionassem como o previsto, matemáticos e sociólogos encontraram um ponto comum na investigação de como as organizações funcionavam como sistemas.

O primeiro autor a desenvolver essas idéias foi Norbert Wiener (1864-1964). Wiener foi o matemático, pesquisador do Instituto de Tecnologia de Massachusetts e trabalhou na criação de mísseis dirigidos. A partir deste trabalho, aprofundou seu interesse pela manipulação de informações, no seu livro relata o resultado de seu estudo sobre controle e comunicação no animal e na máquina, além de detectar uma analogia entre máquinas e o cérebro e sistema nervoso do homem. Os trabalhos iniciais de Wiener sobre computadores e neurologia levaram-no a estudar padrões de comportamento de controle que ele acreditava serem significativos. Em seu livro ele define a cibernética como o estudo da regulação e controle em sistemas, com ênfase sobre a natureza do feedback. Além disso, a cibernética trata dos métodos pelos quais os sistemas e seus subsistemas utilizam o seu próprio output para aferir o efeito e realizar os ajustamentos necessários. O processo fundamental de output, feedback e ajustamento é o tema central da cibernética.

Mas é Anthony Stafford Beer, um inglês excêntrico, nascido 1926, quem transforma a cibernética em instrumento prático da Administração. Ele definiu a cibernética como a ciência da organização eficaz, sua tese fundamental postula que as organizações são como pessoas; têm um “cérebro” e um sistema nervoso central. Segundo o autor, muitos dos problemas empresariais repousam na incompreensão clara de como seus sistemas funcionam. Assim, a raiz do problema está na maneira pela qual os sistemas se criam dentro das organizações. E a melhor forma de entender como uma organização funciona é ignorar o “organograma oficial”, que apenas diz teoricamente o que deveria acontecer, “mapeando” como cada parte da organização realmente reage em face das ações das outras partes. Desse modo, acredita o autor, os efeitos de quaisquer mudanças no sistema podem ser previstos de antemão e corrigidos.

Suponhamos que uma organização se empenhe em formular determinados conceitos sobre suas atividades concretas, para poder generalizá-los e aplicá-los futuramente. A organização, ao aplicar esses conceitos, pode confirmá-los ou não. Caso não sejam confirmados, a organização inicia todo o processo – observação, análise, formulação de conceitos, generalização e experimentação futura.

Esse processo é reiterado e circular, e enquanto a organização existir o processo não cessará. A circularidade torna-se, então, um hábito. No encadeamento das atividades organizacionais, o processo também não é linear, ocorrendo sempre a circularidade do feedback.

De acordo com Jay Forrester (1918), professor da Sloam School of Management do Instituto de Tecnologia de Massachussetts, todos falam de sistemas, mas poucos se apercebem de quão difusos são os sistemas na criação de dificuldades que nos perturbam, e de como o termo sistema abrange uma vasta amplitude do nosso universo, desde o físico até o organizacional. Kenneth Bouding fez uma classificação dos sistemas presentes em nosso universo, distribuindo-os em uma hierarquia de nove níveis:

1- O primeiro nível é o da estrutura estática. Poderia ser chamado o nível das estruturas.

2- O segundo nível é o do sistema dinâmico simples, com movimentos predeterminados e necessários. Poderia ser chamado o nível do determinismo.

3- O terceiro nível é o dos sistemas dos mecanismos de controle ou cibernético, que poderia receber o nome de nível do termostato, pois é autoregulável na manutenção do equilíbrio.

4- O quarto nível é o da estrutura do sistema aberto ou da estrutura que se mantém sozinha. É o nível em que a vida começa a se diferenciar da não-vida e poderia ser chamado o nível da célula.

5- O quinto nível é o genérico-social, exemplificado pela planta e que domina o mundo empírico dos botânicos.

6- O sexto é o nível animal, que se caracteriza pela mobilidade.

7- O sétimo é o nível humano, isto é, aquele que vê o ser humano, individualmente considerado, como um sistema provido de autoconsciência e capaz de utilizar a linguagem e o simbolismo.

8- O oitavo nível é o do sistema social, que tem por base uma organização humana, onde se tomam em consideração o conteúdo e o sentido das mensagens, a natureza e as dimensões dos sistemas de valores, a transmutação das imagens em registros históricos, as simbolizações da arte, da música e da poesia e a complexa gama das emoções humanas.

9- Por último, os sistemas transcendentais, que são os sistemas supremos e absolutos, desconhecíveis, aos quais não é possível escapar, mas que também apresentariam estrutura e relacionamento sistemático.

A teoria Geral dos Sistemas

O aparecimento da Teoria geral dos sistemas forneceu uma base para a unificação dos conhecimentos científicos nas últimas décadas. Ludwig

von Bertalanffy (1901-1972) concebeu esse nome no início da década de 1920, criando em 1954 a Societyfor General Systems Research.

Bertalanffy introduziu esse nome para descrever as características principais das organizações como sistemas, pouco antes da Segunda Guerra Mundial.

A Teoria Geral dos Sistemas, segundo o próprio Bertalanffy, tem por finalidade identificar as propriedades, princípios e leis característicos dos sistemas em geral, independentemente do tipo de cada um, da natureza de seus elementos componentes e das relações entre eles. De acordo com o autor, existem certos modelos ou sistemas que, independentemente de sua especificidade, são aplicáveis a qualquer área de conhecimento. Tais modelos impulsionariam uma tendência em direção a teorias generalizadas. Assim, como princípios gerais que na verdade, são idéias vinculadas ao desenvolvimento e ao surgimento da automação e da cibernética,

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