TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Bacia do rio jequitinhonha

Por:   •  19/4/2016  •  Trabalho acadêmico  •  4.697 Palavras (19 Páginas)  •  1.057 Visualizações

Página 1 de 19

1.

APRESENTAÇÃO

O presente trabalho objetiva um estudo sucinto e aplicado à bacia hidrográfica do Rio Jequitinhonha, apresentando em sua introdução um breve contexto histórico embasado em dados bibliográficos existentes, contextualizando suas principais características como, localização, hidrografia, relevo, clima, cultura e atividades antrópicas de cunho econômico que marcaram e ainda marcam a trajetória da existência da bacia do Rio Jequitinhonha.

2.

INTRODUÇÃO

A Bacia hidrográfica do rio Jequitinhonha é dividida em Alto, Médio e Baixo Jequitinhonha, estes em conjunto abrangem cerca de 63 municípios, a maioria localizada no nordeste de Minas Gerais e uma pequena parte no sudeste da Bahia, sendo que em 94% estão no primeiro estado e apenas 6% no segundo. O rio Jequitinhonha nasce na Serra do Espinhaço, município de Diamantina, a uma altitude de aproximadamente 1.200 metros e percorre 920 quilômetros até desaguar em sua foz no oceano Atlântico. Seus principais afluentes são, pela margem direita os rios Araçuaí, Piauí e São Miguel, e pela margem esquerda os rios Itacambiruçu, Salinas, São Pedro e São Francisco (SANTOS, 2004 & BELO HORIZONTE, 2015).

O rio Jequitinhonha abriga duas Usinas Hidrelétricas, sendo elas a de Irapé, Murta e Itapebi, sendo que a maior delas é Irapé, com capacidade para 360 MW. Esta abrange os municípios de Berilo e Grão Mogol, atualmente tem potência estimada em 390 MW, quantidade bem acima do esperado quando se iniciou sua construção no ano de 2002. É a barragem mais alta do Brasil, com cerca de 208 metros de altura, ocupa o segundo lugar na América Latina e terceiro lugar no mundo. A Usina é bastante significativa na disposição hidrelétrica para o país, embora os impactos ambientais e sociais ainda sejam marcantes para a população ribeirinha que ocupava a área. A usina inundou diversos municípios e as famílias tiveram que desocupar a área, deixado ali hábitos antigos de cultivo às margens do rio (ONS, 2008; DIAS & PEREIRA, 2014).

Uma característica marcante da bacia é a questão socioeconômica, o Vale do Jequitinhonha vem sofrendo com a alta incidência de pobreza e o êxodo rural, além de problemas sociais, como baixa escolaridade e baixa renda per capita. As principais fontes de renda da região são os programas do governo, bolsas que auxiliam a renda, caracterizando-se como uma região de economia sem produção, em que os municípios são dependentes desses programas de bolsas. Outro fator relevante são as características naturais do vale, que sofre constantemente com a seca, e a falta de recursos e incentivos para a produção no vale, o que obriga diversas famílias a irem procurar emprego e moradia em outras regiões. (TUPY & TOYOSHIMA, 2013).

Apesar desses problemas ambientais econômicos e sociais, o Vale do Jequitinhonha é visto principalmente por alguns de seus municípios como vale da oportunidade, onde é possível o desenvolvimento econômico e social sem necessariamente ter que deixar o vale.

De acordo com Nascimento (2009), apesar da carência social a região apresenta uma cultura rica e diversificada, com grupos folclóricos e artesanatos. Nos tempos áureos da mineração a região foi ocupada por diversos colonizadores, pois era bastante rica em pedras preciosas. Nestes tempos um grande número de imigrantes chegou para explorar o vale, no entanto atualmente ocorre o oposto, pois é grande o número de pessoas que deixam a região para procurar melhores condições em outros lugares.

É preciso a criação e implantação de políticas públicas para mudar essa realidade, o Vale precisa ser valorizado tanto pelos seus moradores, quanto por quem está de fora. É preciso investir em técnicas de agricultura e agropecuária, principais atividades da região, mas, além disso, desenvolver políticas públicas em que os moradores do vale tenham oportunidade de crescer e ter qualidade de vida, com saúde, educação, saneamento básico e segurança.

3.

PROBLEMAS AMBIENTAIS NA

BACIA DO RIO JEQUITINHONHA

  1. EROSÃO E SEDIMENTAÇÃO

O rio Jequitinhonha é o recurso natural mais importante da região. Os solos da bacia em sua maioria apresentam grande suscetibilidade à erosão. Pode ser por suas características intrínsecas, presença do substrato rochoso em pequena profundidade, características topográficas e pela desnudação. Além disso, atividades humanas de desmatamento para fins agropastoris, de mineração e garimpagem em seu alto curso e em alguns dos seus afluentes têm causado modificações no ciclo hidrológico, formação de densos terracetes de pisoteio nas encostas. Mostra-se assoreamento extensivo em todo o leito da bacia do Jequitinhonha.

Segundo Silqueira et al. (2015) “o desmatamento, principalmente das áreas de mata ciliar, tem aumentado os focos de erosão e favorecido o carreamento de sedimentos e, consequentemente, o assoreamento dos corpos de água.”

As atividades de garimpo e mineração desenvolvidas no leito do rio acarreta o revolvimento do fundo dos rios, ocasionando a degradação dos remanescentes da vegetação ciliar e contaminação da água com resíduos sólidos, graxas e óleos.

Os problemas de erosão que ocasionam no alto curso do Jequitinhonha são conhecidos e refletem em todo vale. O assoreamento se demonstra em maior gravidade na área da foz.  No alto e média bacia, os topos planos das chapadas apresentam grandes extensões de reflorestamentos, predominância de vegetação de cerrado.

  1. QUALIDADE DA ÁGUA DA BACIA DO JEQUITINHONHA

De acordo com o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (s/d), a Bacia Hidrográfica do Médio e Baixo Rio Jequitinhonha fica localizada nas mesorregiões do Vale do Jequitinhonha e Norte de Minas, abrangendo os municípios de Salinas, Araçuaí, Pedra Azul e Almenara. Estes, compreendem um total de 29 sedes municipais e apresentam  área de drenagem equivalente a 29.774 km², a mesma abastece  aproximadamente 392.539 habitantes.

Ainda segundo o IGAM (s/d), a bacia do Jequitinhonha apresenta um dos melhores resultados do estado quando o assunto é qualidade de água. Estudos realizados no ano de 2008, tendo por base a contaminação em decorrência de matéria orgânica, fecal, sólidos, nutrientes e contaminação por tóxicos (CT), indicam um índice de qualidade de água (IQA) bom. Muito embora, exista contaminação dos corpos d'água, porém, em quantidades consideradas inofensivas. Em contrapartida o rio Salinas, pertencente à mesma bacia, no trecho monitorado a jusante de Rubelita, ainda não conseguiu apresentar resultados satisfatórios, sendo classificado com nível médio.  Com relação à Qualidade das Águas do rio Araçuaí, em 2005 foram realizadas pesquisas que consideram bom em todos os pontos de amostragem.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (33.5 Kb)   pdf (380.7 Kb)   docx (520.7 Kb)  
Continuar por mais 18 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com