Competências Versus Mercado De Trabalho: Um Estudo De Caso No Curso De Administração Da Faculdade Y
Trabalho Escolar: Competências Versus Mercado De Trabalho: Um Estudo De Caso No Curso De Administração Da Faculdade Y. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Michelle12 • 9/12/2013 • 4.495 Palavras (18 Páginas) • 582 Visualizações
INTRODUÇÃO
As inovações tecnológicas e organizacionais têm provocado grandes
transformações no mundo organizacional e como conseqüência, novas competências,
habilidades e atitudes têm sido requeridas aos indivíduos pelo mercado de trabalho.
Em um passado recente, a simples conquista de um diploma de ensino superior,
representava uma clara perspectiva de emprego e condições de trabalho. Todavia,
Fleury e Fleury (2001), argumentam que trabalho não é mais o conjunto de tarefas
associadas descritivamente ao cargo, mas se torna o prolongamento direto da
competência que o indivíduo mobiliza em face de uma situação profissional cada vez
mais mutável e complexa.
Diante de um processo de aprendizagem contínua, as faculdades exercem uma
contribuição valiosa no desenvolvimento do saber. Mas será que a missão de formar e
preparar o aluno perante as exigências do mercado está sendo eficaz?
Quando o curso superior não atinge seu objetivo, acaba provocando um
descompasso entre o produto final oferecido pelas escolas e as necessidades
organizacionais, levando as empresas a garimpar profissionais no mercado na urgência
de aumentar sua competitividade ou mesmo fazendo com que as mesmas desenvolvam
mecanismos próprios para formar e capacitar sua própria mão de obra, o que está se
tornando uma tendência, haja vista à criação das Universidades Corporativas por
inúmeras empresas de grande porte.
Nesse sentido, este artigo pretende comparar duas realidades: a primeira diz
respeito às competências desenvolvidas durante o processo da formação acadêmica do
Curso de Administração da Faculdade Y de Vitória - ES; e a segunda, averiguar quais
são as competências que o mercado de trabalho está buscando, especificamente, nos
Administradores, a fim de gerir resultados à organização.
Este estudo de caso teve uma investigação com caráter exploratório uma vez
que os estudos referentes ao tema podem ser considerados escassos. Para a coleta de
dados utilizou-se uma abordagem qualitativa por meio de entrevistas não-diretivas e
análise documental da Matriz curricular do Curso de Administração. Referente ao
tratamento dos dados coletados foi utilizado o método de análise de conteúdo.
A decisão de analisar este tema deu-se não somente pela relevância do assunto,
mas também, por constatar carência de análise que pudesse levantar questões
pertinentes à formação profissional do Administrador.
O ingresso em um curso superior geralmente é cercado de grande expectativa,
marcado pela euforia e idealização de que o novo ambiente educacional satisfaça
necessidades, promova mudanças pessoais e transforme o aluno em um profissional
capacitado. Entretanto, o reconhecimento desse profissional será validado pelo
mercado de trabalho através de competências capazes de agregar valor à organização.
Segundo Zarifian (2003), a educação profissional requer além do domínio
operacional, a compreensão global do processo produtivo, com a apreensão do saber
tecnológico, a valorização da cultura do trabalho e a mobilização dos valores
necessários à tomada de decisão.
Para um melhor entendimento do assunto serão explorados no referencial
teórico os temas considerados pertinentes: competências, formação acadêmica e
exigências do trabalho.
2.1 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1.1 COMPETÊNCIAS
Muitos estudiosos compreendem a competência como o conjunto de três
elementos: conhecimentos (saber), habilidades (saber fazer) e atitudes (saber agir)
necessárias para que o indivíduo desenvolva suas atribuições e responsabilidades. Esse
enfoque é pouco instrumental, uma vez que o fato de as pessoas possuírem esses
atributos não é garantia de que elas irão agregar valor à organização (DUTRA, 2010).
Para melhor entendimento sobre competência, é importante destacarmos
algumas vertentes sobre o tema. Os estudos e modelos desenvolvidos durante as
décadas de 70, 80 e 90 por autores americanos como McClelland (1973), Boyatzis
(1982) e Spencer e Spencer (1993), afirmavam que competência é o conjunto de
qualificações que a pessoa tem para executar um trabalho com um nível superior de
desempenho. (Fleury e Fleury, 2001 apud Spencer e Spencer, 1993; McLagan, 1996;
Mirabile, 1997).
Em evolução a esta definição de competência, nas décadas de 80 e 90, os
autores europeus Lê Boterf (1994) e Zarifian (1996) desenvolveram conceitos e
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