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Conceitos de Supply Chain Management aplicados na construção civil

Por:   •  14/6/2018  •  Dissertação  •  1.398 Palavras (6 Páginas)  •  561 Visualizações

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Conceitos de Supply Chain Management aplicados na construção civil ¹

Jessica Amaral

A definição Supply Chain Management, segundo o professor e doutor em Engenharia de Produção da USP, Hugo Yoshizaki (2000), é “a integração dos diversos processos de negócios e organizações, desde o usuário final até os fornecedores originais, que proporcionam os produtos, serviços e informações que agregam valor para o cliente”. Com isto, a definição de Logística, segundo Yoshizaki, assume-se “como parte integrante ou subconjunto do Supply Chain Management, ou seja, desde o usuário final até os fornecedores originais, que proporcionam os produtos, serviços e informações que agregam valor para o cliente”.

Desta forma, esta ferramenta surgiu para atender esta nova realidade mercadológica: facilitar o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição dos materiais até o ponto de consumo, através de um ágil fluxo de informação aumentando o elo entre os integrantes da cadeia com o objetivo de diminuir estoques, agregar valor, diminuir custos junto as informações geradas pelos hábitos de compras dos consumidores que comandam a cadeia para um resultado mais satisfatório para todos os componentes.

Sendo assim, juntamente com a filosofia da produção enxuta – Lean Manufacturing – que se baseia na eliminação progressiva de desperdícios de processos, produção de acordo com a demanda, just in time – no tem e quantidade pré-estabelecidos, a construção civil, que por muito anos se  fundamentou na área tecnoindustrial não possuindo um gerenciamento de fluxo acarretando, assim, contínuos desperdícios, se tornou em um segmento de mercado bem mais competitivo.

Pode-se dizer então que a Logística possibilitou o surgimento de novas técnicas de fabricação e construção e otimização da movimentação de materiais na obra. Com isso, o gerenciador da cadeia de suprimentos ganha destaque exigindo eficiência juntamente ao engenheiro de obras que apresentará a função de planejar, implementar e controlar o fluxo de materiais; serviço; mão de obra e armazenagem dos suprimentos (SIMEPRO, 2016).

Com isso, estudo das cadeias de suprimentos tem adquirido importância na construção civil ao longo dos anos “com o objetivo mútuo de alavancagem de posição estratégica e de melhoria de eficiências operacionais, que tem integração entre atividades realizadas no canteiro de obras para relação dessas com seus fornecedores, sejam eles de projetos, materiais e equipamentos, documentação legal, entre outros” (ALVES; TOMMELEI, 2007).

A gestão de estoques, de armazenagem e de transporte, se tornou as três mais importantes funções logísticas e o Supply Chain representa sua integração externa, pois estende a coordenação dos fluxos de materiais e de informações aos fornecedores, aos fornecedores dos fornecedores, aos clientes, aos clientes dos clientes até chegar ao cliente final (UFRJ, Coopead)

Na construção civil, isso significa a integração do canteiro de obras com os fornecedores dos fornecedores de seus suprimentos. No entanto, a realização de estudos sobre cadeia de suprimentos pode tornar-se um problema bastante complexo, visto que diferentes empresas e participantes estão envolvidos e, em geral, encontram-se geograficamente dispersos (ALVES; TOMMELEI, 2007).

Em seu artigo, Cadeias de suprimentos na construção civil: análise e simulação computacional, Thais C. L. Alves e Iris D. Tommelein (2007) simulam um modelo desenvolvido cujo objetivo é representar um projeto que requer a instalação de 1.850 dutos de ar-condicionado e representa, de forma geral, como uma cadeia de suprimentos trabalha de forma coletiva e busca servir de base para inferências (insights) sobre como variações nas diferentes partes da cadeia de suprimentos afetam o desempenho do sistema. Essas inferências podem auxiliar engenheiros e administradores na definição de estoques de segurança para os seus sistemas e como estes podem ser organizados.

Quatro cenários são apresentados para avaliar os resultados do modelo considerando-se diferentes situações. O indicador adotado para avaliar o modelo é o tempo que a cadeia de suprimentos leva para completar o projeto, que consiste na instalação de 1.850 dutos de ar-condicionado (ALVES; TOMMELEI, 2007).

Os cenários ilustraram o impacto da variabilidade em cadeias produtivas e a importância da comunicação entre diferentes partes de uma cadeia de suprimentos para evitar o acúmulo de estoques. O modelo também ilustrou os efeitos práticos do uso de um sistema puxado, baseado na definição de estoques mínimos para a solicitação de materiais.

Kanbans poderiam ser empregados para solicitar a fabricação e o envio ao canteiro dos materiais requeridos para a instalação em pequenos lotes, evitando, assim, altos níveis de estoque, superprodução e paralisação do fluxo de trabalho das equipes. Ficou evidenciado também, pela análise dos resultados, os efeitos nocivos causados pelo aumento de variabilidade e o emprego de grandes lotes, os quais, além de aumentar o tempo de conclusão dos projetos, causam efeitos indesejados nos campos da qualidade, do funcionamento global do sistema e no financeiro, entre outros. A análise dos cenários simulados possibilita o melhor entendimento de como funcionam as cadeias produtivas e a definição dos estoques necessários para o funcionamento das suas atividades (ALVES; TOMMELEI, 2007).

Já em um estudo de gerenciamento de suprimentos in loco numa construtora, conforme o artigo apresentado na SIMEPRO 2016, o questionário desenvolvido e aplicado com o intuito de compreender as práticas logísticas são aplicadas às obras. O questionário foi dividido em 5 partes: (Parte I) Logistica e políticas da empresa; (Parte II) Fornecedores; (Parte III) Controle dos Materiais; (Parte IV) Política de Estoque e (Parte V) Canteiro de Obra/Área de vivência.

Com isso, de forma sucinta, os pontos foram levantados como restrições operacionais da construtora, e são ele:

  • Sobrecarga do engenheiro civil;
  • Falta de autonomia do engenheiro civil que acarreta atrasos na produção/cronograma
  • Passagens obstruídas podendo ocasionar acidentes de trabalho;
  • Problemática na localização do canteiro de obra causando deslocamentos excessivos e improdutivos que não agregam valor;
  • Gestão visual feita sem pessoas qualificadas.

Segundo o artigo, a proposta de melhoria para os principais pontos problemáticos é o uso da ferramenta 5W1H, acrônimos em inglês que representam as principais perguntas que devem ser feitas, e respondidas, ao investigar, e relatar, um fato ou situação, sendo aplicável a várias atividades profissionais - Who? (Quem?); What? (O quê?); Where? (Onde?); When? (Quando?); Why? (Por que?); How? (Como?).

Além disso, de acordo com o artigo, notou-se que a construtora depende da experiência de um profissional para o controle de estoque, por meio de aferições, e que com esse método de controle há perda de tempo. Logo, visando facilitar o controle de estoque, tornando-o mais eficiente e visual, propõe-se a aplicação da ferramenta Kanban. (SIMEPRO, 2016).

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