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Desafios E Oportunidades No Transporte Ferroviário De Carga No Brasil

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Por:   •  14/3/2015  •  1.719 Palavras (7 Páginas)  •  614 Visualizações

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Desafios e oportunidades no transporte ferroviário de carga no Brasil

1. O Transporte Ferroviário de Cargas e os Desafios das Concessionárias.

O transporte de cargas no Brasil vem exigindo dos especialistas em logística, cada vez mais alternativas que venham a diminuir custos através de soluções que apontem para o aumento do volume da carga transportada e a redução do tempo de deslocamento, aliado é claro com menores tarifas das empresas transportadoras.

Não obstante aos problemas diretamente ligados á questões técnicas, as empresas que necessitam escoar sua produção ao mercado consumidor ainda enfrentam a insegurança no trajeto, as más condições das vias sejam rodoviárias ou ferroviárias que podem colocar em risco a carga e a falta de mão de obra qualificada para a manutenção destes veículos principalmente no segmento ferroviário, onde podemos denominar de “apagão” ou blackout do recurso humano.

1.2. Investimentos

Os investimentos e a Segurança no transporte ferroviário Nos últimos anos temos tido a oportunidade de observar um efeito interessante no segmento ferroviário, mais especificamente no transporte de cargas que denomino de “despertar” se considerarmos que o setor esteve desaquecido por mais de 20 anos e “adormeceu” com a falta de investimentos públicos, de manutenção das vias e a extinção dos cursos de qualificação técnica existentes.

Este efeito tem conduzido as empresas concessionárias do transporte de cargas por via férrea a elaborar novos planejamentos para o futuro, com investimentos para aumentar a demanda no transporte de sua carga, reduzir o tempo em carga e descarga, nas pesquisas em nova tecnologia embarcada para locomotivas e naturalmente a dinamizar as estratégias na oferta ao mercado de um transporte ferroviário seguro e com qualidade. Segundo os dados da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), de 2000 a 2010 estes investimentos alcançaram a marca de R$ 23,6 bilhões por parte das concessionárias contra R$ 925 milhões apenas pelo governo federal. O transporte ferroviário está se tornando portanto, uma excelente alternativa no campo logístico se considerarmos volume transportado e perspectivas de crescimento.

As empresas que projetam vagões por exemplo, algumas destas no Brasil, colocam como uma de suas prioridades o transporte seguro da carga para que esta alcance seu destino intacta, seja ela açúcar ou grãos, embora o minério de ferro representou em 2010 73% no total de carga transportada. O tipo de carga nunca foi fator de seletividade, mas a forma como ela é conduzida. Por isto são projetados tipos de vagões de acordo com a necessidade do cliente onde os únicos fatores considerados como limitadores são a o trajeto (altura de túneis) e a via (raio da linha férrea).

1.3. Desafios

Mas há desafios também para os projetistas de vagões, estes diretamente ligados ao procedimento para a descarga. As palavras chaves neste caso são segurança e tempo. Ou seja, segurança para os manipuladores da operação de descarga e redução do tempo desta operação. São diversos fatores que podem implicar em demasiado tempo na descarga ou até no fracasso da operação com o tombamento do vagão por exemplo. Portanto, uma estrutura que viabilize a descarga com rapidez e segurança é primordial.

Vantagens com o transporte ferroviário

Mas porquê escolher o transporte ferroviário? Não posso conduzir minha carga até meu cliente através da rodovia? Se surgir uma pergunta como esta podemos considerar o seguinte cenário a título de exemplo: determinado produtor de grande porte possui colheita de soja em períodos sazonais ao longo do ano, porém quando ela ocorre seu volume é grande e constante com espaço de estocagem insuficiente, o que conduz a uma necessidade de escoamento da produção de forma rápida. Isto significa claro, grande volume. Se considerarmos que a carga necessita atravessar o Estado para chegar até o porto temos aí um quadro onde o transporte por ferrovia se mostra uma excelente alternativa. A ALL MN (América Latina Logística Malha Norte S/A, ex Ferro Norte), transportou em 2003 nada mais que 84 milhões (Tku/ano) de produtos agrícolas e este número saltou para 6.817 milhões em 2010.

Os cálculos irão demonstrar isto com facilidade onde, quanto maior o volume transportado menor o custo em relação ao transporte rodoviário. Para a concessionária o número de vagões será determinado pela carga, onde este determinará o número de locomotivas presentes na composição para que o transporte seja seguro e viável. Quando a ferrovia era administrada pelo poder público através da RFFSA, a seleção do modal se concretizava considerando a segurança da carga e não custos. Isto nos faz chegar a conclusão que a empresa produtora não confiava neste meio de transporte pelo simples fato de que o governo não possuía habilidade

em gerenciar ferrovias. Até hoje os dados ainda não são precisos, haja visto a ANTT informar que nossa malha ferroviária transportou 162 bilhões de Tku (tonelada Km útil) porém com números de 2001.

Sendo assim, com o advento da iniciativa privada investindo e administrando as ferrovias existentes, observa-se um cenário significativamente favorável para as empresas produtoras

reavaliarem sua decisão.

Sumariamente, podemos descrever a situação ideal do transporte via modal ferroviário para o cliente como sendo dentro do menor tempo possível, com o maior volume, carga intacta no destino final e o menor tempo de carga e descarga. Nesta mesma linha, a situação ideal do transporte para a empresa concessionária é, ausência de umidade na via otimizando a velocidade, menor consumo de combustível e identificação imediata de avarias no vagão da composição. Diga-se de passagem, dados de consumo de combustível ferroviário são elementos que mensuram a produtividade e o desempenho da empresa de transporte no setor, com relatórios oficiais emitidos pela ANTT e EPE (Empresa de Pesquisa Energética).

Além disso, as emissões de CO² também são monitoradas e calculadas segundo a fórmula:

Ei = C x Fei

Onde:

Ei = emissão anual de poluente i, em gpoluente/ano

C = consumo anual de combustível - diesel, em Kgcombustível/ano

Fei

...

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