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EFEITO DA REDUÇÃO DA SEÇÃO TRANSVERSAL DE PILARES NO CONSUMO DE ÁGUA

Por:   •  10/6/2018  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.270 Palavras (6 Páginas)  •  179 Visualizações

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EFEITO DA REDUÇÃO DA SEÇÃO TRANSVERSAL DE PILARES NO CONSUMO DE ÁGUA

MARANGUANHE, Renan Silva[1]

SCARTON, Jéssica Griffo[2]

PINHEIRO JR., Eduardo França[3]

Chagas, Davi de Jesus[4]

INTRODUÇÃO

O crescimento do setor de construção civil e o crescimento desenfreado da população, aliados ao descaso ambiental, tem levado ao aumento do consumo negligenciado de água, sem preocupação com o seu uso racional, gerando ainda um aumento no gasto de outros insumos e aumento no número de resíduos sólidos, líquidos e gasosos despejados na natureza, muitas vezes de forma irregular. A Construção Civil é responsável por exorbitante parte do consumo de água potável no mundo, além de utilizar mais da metade dos recursos naturais extraídos do planeta (CBCS, 2014).

A Construção Civil é responsável por boa parte do consumo de água potável no mundo. Em áreas urbanizadas o consumo é de cerca de 50% da água potável fornecida à região, podendo chegar a 84%, como ocorre em Vitória – ES (CESAN, 2009). Atualmente, o consumo de cimento é maior que o de alimentos e o de concreto só perde para o de água (VAHAN AGOPYAN, 2013).

Para a produção de um metro cúbico de concreto, se gasta em média 160 a 200 litros de água (PESSARELLO, 2008, p.41). Na fabricação do concreto na obra, a água desempenha um papel muito importante na resistência à compressão final do mesmo, quanto menor a quantidade de água usada na relação a/c (água/cimento) no traço do concreto, maior será a resistência à compressão, portanto, menor será a seção transversal, reduzindo o espaço ocupado pelos pilares.

Desta forma, o objetivo deste artigo é demonstrar a economia de água e o ganho de espaço com a redução da seção transversal dos pilares, a partir do aumento da resistência do concreto, seja pela relação a/c presente no traço, peloaumento no fck do concreto ou pelo uso de aditivos.

DESENVOLVIMENTO

        

Em termos de sustentabilidade, o concreto armado consome muito menos energia do que o alumínio, o aço, o vidro, e também emite proporcionalmente menos gases e partículas poluentes (ARNALDO FORTI BATTAGIN, 2002). Tal consumo pode ser reduzido através do uso da quantidade menor de água no traço, no uso de um concreto de fck mais elevado ou com o uso de aditivos superplastificantes.

Sabe-se que a durabilidade e a resistência do concreto estão diretamente ligadas à relação água/cimento utilizada no traço, conforme a Figura 1.

Figura 1 – Curva de Abrams

[pic 1]

Fonte: Rodrigues, 1998.

Entretanto, existe um mínimo requerido de água que se deve usar no traço, a menor relação água/cimento capaz de proporcionar uma hidratação completa do concreto é a de 0,42 (COLLEPARDI, 1980), resultado este obtido em um sistema fechado, não condizente com um ambiente de construção, sendo necessário elevar ainda mais o uso de água em ambientes de uso real. Muitas vezes sendo necessário o uso de aditivos para reduzir o consumo de água usado no traço.

Os superplastificantes são aditivos que têm fundamental importância para fazer a dispersão das partículas de cimento na mistura, no controle de um traço com relação água/aglomerante muito baixa e para reduzir a quantidade de água na mistura (IBRACON, MEHTA E MONTEIRO). O uso de superplastificantes no traço do concreto pode representar uma redução de 20% a 25% da relação a/c dependendo do traço utilizado, consequentemente elevando a resistência à compressão final do concreto.

O uso do CAD (Concreto de alto desempenho), também ajuda a reduzir o volume de água utilizado, pois apresenta fck mais elevado quando comparado com cimentos convencionais, sendo necessário menor volume de concreto na execução da estrutura.

Esses métodos, além de gerarem uma grande economia de água e materiais no geral, ainda contribuem para um ganho considerável de espaço na obra, pois com a redução de água no traço ou o aumento do fck do cimento há um ganho na resistência à compressão do concreto, gerando assim, a possibilidade de pilares mais esbeltos, tendo em vista que normalmente são as partes da estrutura que são expostas as maiores tensões de compressão. Em um pilar de 40x40 cm, uma mudança de 25 MPa para 35 MPa pode gerar uma redução de 45% (FRANCISCO GRAZIANO, 2006). Ou seja, com o concreto de 25 fck, para cada metro de altura do pilar, seriam usados 1600 cm³ de concreto, com o cimento de 35 fck esse número seria reduzido para 880 cm³ de concreto, gerando economia de todos os materiais envolvidos no traço, além do ganho já mencionado de espaço.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

        O cálculo do volume de água no concreto é viável para obras de todos os portes, especialmente para pequenas, pois não é necessário nenhum investimento inicial, apenas cálculos, sendo possível gerar uma economia considerável no valor final da obra. Tratando-se ainda de uma atitude sustentável, visando a redução de água direta no traço e indiretamente através da redução do processamento e extração de outros insumos utilizados no concreto, tendo em vista que os mesmos se utilizam de água em tais processos.

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