ESTUDO SOBRE VARIAÇÃO DA BASE QUÍMICA DO ADITIVO PLASTIFICANTE NO CONCRETO AUTO ADENSÁVEL
Por: robertadiel • 11/2/2019 • Artigo • 1.886 Palavras (8 Páginas) • 335 Visualizações
ESTUDO SOBRE VARIAÇÃO DA BASE QUÍMICA DO ADITIVO PLASTIFICANTE NO CONCRETO AUTO ADENSÁVEL
Roberta Diel [1]
Eduardo Roberto Batiston [2]
[1] Acadêmica do Curso de Engenharia Civil, Universidade Comunitária Regional de Chapecó, e-mail: robertadiel@unochapeco.edu.br.
[2] Doutor em Engenharia Civil, Universidade Comunitária Regional de Chapecó, e-mail: erbatiston@unochapeco.edu.br.
RESUMO
O concreto auto adensável vem sendo um grande aliado para a construção civil, principalmente por possuir características únicas como sua capacidade de executar formas complexas, diminuir o número de trabalhadores, entre outros. Para que um concreto convencional se torne um concreto auto adensável é necessário o uso de aditivos, sendo que estes estão presentes no mercado em diversas marcas e características. A base química do aditivo tem grande influência nos resultados do concreto, como o tempo de pega e resistência a compressão. Para este estudo foram avaliadas as características do concreto auto adensável quando utilizado aditivo plastificante de base química lignosulfonato e naftaleno e aditivo superplastificante de base química policarboxilato. Para a avaliação das características reológicas do concreto foram realizados os ensaios de espalhamento, caixa L e funil V, comparando os resultados experimentais com os valores disponíveis na literatura. Além disso, corpos de prova foram moldados para avaliar a resistência à compressão do concreto em diferentes idades no estado endurecido. Os resultados obtidos mostram o aditivo superplastificante de base química policarboxilato como o mais eficiente, sendo que este apresentou em todas as etapas boa fluidez e coesão, homogeneidade e em nenhum momento apresentou segregação. Os resultados no ensaio de compressão também se mostraram superiores quando comparados aos concretos com utilização dos aditivos lignosulfonato e naftaleno.
Palavras-chave: Concreto auto adensável. Aditivo. Base química.
1 INTRODUÇÃO
Já há algum tempo vêm-se estudando a possibilidade de criar novos tipos de misturas que melhorem o desempenho do concreto. Essa preocupação surgiu através da verificação de que o concreto convencional possui algumas deficiências e em alguns casos não consegue atender o que lhe é solicitado.
Nesse contexto surge o concreto auto adensável (CAA), que é capaz de preencher as formas e passar por obstáculos apenas com a ação do seu peso próprio, não necessitando de nenhum meio de adensamento.
Entre as principais vantagens encontradas quando se faz o uso do CAA está a economia pela ausência de vibração, melhor trabalhabilidade do concreto, redução do número de trabalhadores na etapa de concretagem e a possibilidade de deixar o ambiente de trabalho mais tranquilo devido a ausência de ruídos ocasionados pelos equipamentos de adensamento.
Os materiais utilizados para a produção do CAA podem ser os mesmos utilizados para a produção de concretos convencionais, apenas utilizando maior quantidade de finos e também aditivos plastificantes e superplastificantes, proporcionando maior facilidade de bombeamento, homogeneidade, resistência e durabilidade.
Definir o tipo de aditivo e conhecer sua base química altera e explica diretamente os resultados finais do concreto. As bases químicas encontradas nos aditivos plastificantes e superplastificantes são os lignossulfanatos, melanina, naftaleno e policarboxilato.
O que deve ser observado com cautela no uso de aditivos é a dosagem utilizada, sendo esta uma relação entre aditivo e cimento. Essa relação ocorre pois o sucesso do uso do aditivo está diretamente ligado ao tipo de cimento utilizado na mistura, pois podem ocorrer incompatibilidades. A quantidade ideal de aditivo pode ser observada em testes laboratoriais, sendo observado o momento em que a mistura não apresenta melhora na fluidez, conhecido como o ponto de saturação. A partir desse ponto o concreto pode apresentar segregação ou exsudação além de um tempo excessivo para efetuar a pega.
2 MATERIAIS E MÉTODOS
Antes de produzir o concreto realizou-se a caracterização dos materiais, gerando a curva granulométrica do agregado miúdo e graúdo, valores de massa específica, massa unitária e material pulverulento.
Os concretos foram avaliados no estado fresco através dos ensaios de espalhamento, caixa L e funil V conforme NBR 15823 (ABNT, 2010). Para avaliar a resistência a compressão foram moldados 09 corpos de prova para cada traço e os mesmos rompidos em 07, 21 e 28 dias, sendo rompido 03 corpos de prova em cada idade. Todos os ensaios foram realizados no Laboratório de Tecnologia do Concreto da UNOCHAPECO.
O traço base foi calculado por Soares (2014), sendo este obtido com o método experimental de Tutikian e Dal Molin (2004). Somente o aditivo foi utilizado em proporções diferentes em cada traço, podendo ser verificado na tabela 01 abaixo.
Tabela 01 – Traços utilizados
Traço | Brita | Areia | Cimento | Água | Relação cimento/aditivo |
Referência | 813,7 kg | 970,7 kg | 356,9 kg | 221,27 litros | 0% |
Lignossulfonato | 813,7 kg | 970,7 kg | 356,9 kg | 221,27 litros | 1,50% |
Naftaleno | 813,7 kg | 970,7 kg | 356,9 kg | 221,27 litros | 1,20% |
Policarboxilato | 813,7 kg | 970,7 kg | 356,9 kg | 221,27 litros | 0,60% |
Determinados todos os pesos dos materiais constituintes do traço de concreto, os mesmos foram separados, pesados na balança e levados até a betoneira, podendo assim dar início a mistura e realização dos testes propostos.
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