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Por:   •  3/10/2014  •  868 Palavras (4 Páginas)  •  358 Visualizações

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Exclusão digital

O resultado de uma revolução tecnológica geralmente só fica evidente quando esta já se alastrou. Podemos citar os exemplos da Revolução Industrial e da Segunda Revolução Industrial – também denominada Segunda Revolução Tecnológica -, percebida nos últimos anos do século XIX, quando o uso intensivo de novas fontes de energia, principalmente elétrica e o petróleo, acabou alterando a vida das cidades, das famílias e das nações. Estamos vivenciando hoje outra revolução tecnológica: a revolução da informação.

Alguns autores chamam este processo de Revolução das Novas Tecnologias da Informação, outros de Revolução Digital. Por que chamar esse processo de revolução? Porque a informatização penetrou na sociedade tal como a energia elétrica, resultante da Segunda Revolução Tecnológica, modificou a vida das pessoas. O computador, ícone da nova revolução, ligado em rede está alterando a relação das pessoas com o tempo e o espaço.

As redes informacionais permitem ampliar a capacidade de pensar de modo inimaginável. A nova revolução tecnológica ampliou a inteligência humana. Estamos falando de uma tecnologia que permite o armazenamento, o processamento e a análise de informações. Permite realizar bilhões de relações entre milhares de dados por segundo.

Enquanto a primeira e a segunda revoluções tecnológicas ampliaram a capacidade física e a precisão das atividades humanas, esta revolução amplifica a mente. Eis o maior perigo de se chegar atrasado a ela. Essa revolução, exatamente por fundar-se nas tecnologias da inteligência, amplia exponencialmente as diferenças na capacidade de tratar informações e transformá-las em conhecimento.

Ser um excluído digital não significa apenas desconhecer a informática básica. Significa estar excluído de um mundo de informações e possibilidades que desenvolvem a capacidade cognitiva do ser humano. Não ter acesso e não dominar as novas tecnologias da era da informação é tão prejudicial para o desenvolvimento intelectual quanto ser analfabeto funcional. Os excluídos nos dois casos ficam à margem de todas as possibilidades de desenvolvimento pessoal.

As oportunidades dos incluídos são bem maiores do que os que vivem o apartheid digital. Para se obter um emprego, cada vez mais é preciso ter destreza no uso do computador e dominar as tecnologias da Internet. De que adianta uma secretária que sabe editar um texto no Word se não sabe enviar o texto anexo por e-mail? Concursos públicos para todas as áreas de nível médio e superior já exigem conhecimentos de Internet, confirmando a necessidade do domínio das novas tecnologias da informação e das comunicações para o trabalho.

A Internet já se tornou o maior repositório de informações do mundo. A produção de informação na forma digital já supera de longe a produção impressa. As principais atividades econômicas, governamentais e boa parte da produção cultural da sociedade estão migrando para rede. A organização da economia e do trabalho será cada vez mais mediada por computador. Estar fora da rede é ficar fora dos principais fluxos de informação. Desconhecer seus procedimentos básicos é amargar a nova ignorância.

Por razões óbvias os ricos têm mais acesso à Internet. Segundo o CGI.BR – Comitê Gestor da Internet no Brasil, somente 41% dos brasileiros já acessaram a Internet. Na Região Sul, 46% dos residentes já se conectaram à rede, ao passo que 68% dos habitantes

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