Estudo de contaminação dos solos por lixiviação proveniente do Chorume
Por: Mário Sérgio Pereira Andrade • 9/3/2017 • Trabalho acadêmico • 3.395 Palavras (14 Páginas) • 474 Visualizações
Estudo de contaminação dos solos por lixiviação proveniente do Chorume
Bruna Braga Pacheco de Assis [1]
Camila Cristina Ribeiro Lisboa [2]
Katia Lucas de Oliveira [3]
Mário Sérgio Pereira Andrade[4]
Milena Prata do Nascimento Viera[5]
Orientadora: Marínis Almeida [6]
RESUMO
Diante da situação que encontra-se o tratamento dos resíduos urbanos na atual sociedade, que descarta incorretamente os materiais considerados inutilizáveis, e através da existência das más gestões governamentais que não implantam o devido tratamento ou até mesmo reaproveitamento destes resíduos. Devido a essa destinação incorreta, são geradas grandes quantidades de líquidos percolados (chorume) que provocam uma alta contaminação do solo e lençóis freáticos. Busca-se, a partir de pesquisas dos devidos tratamentos que devem ser aplicados aos resíduos demonstrar as vantagens do descarte correto do chorume ou até mesmo de seu reuso a fim de garantir a qualidade do solo e dos efluentes próximos ao local de descarte. Apresentando assim o aterro sanitário como a melhor opção de descarte de rejeitos, pois com essa destinação haverá o controle e tratamento dos lixiviados. Através destas pesquisas objetiva-se também trazer mais informações a população em geral de como eliminar corretamente seus resíduos a fim de conduzir a todos a uma sociedade mais consciente e sustentável.
Palavras-chave: contaminação do solo, liquido percolado, aterro sanitário, tratamento do chorume, reuso do chorume
1 INTRODUÇÃO
O aumento da população e a necessidade de desenvolvimento fazem com que constantemente as comunidades estejam em processo de construção. Mas com esse processo, o meio ambiente é o mais afetado e sofre os impactos devido aos resíduos gerados, utilização das matérias-primas dentre outros recursos necessários a esse fim. É fundamental que se trabalhe sempre de maneira sustentável, buscando reduzir ao máximo tais impactos.
É essencial preocupar com a minimização do volume desses resíduos gerados atualmente. Uma forma de contribuir com a sustentabilidade nos processos de construção é evitando o desperdício de materiais e reutilizando estes, quando ao final do trabalho.
Os resíduos sólidos se decompõem dando origem aos líquidos percolados, com isso cresce a preocupação da degradação ambiental. Diante de tudo o que se descarta sem maior preocupação, se gera o liquido percolado (lixiviado ou chorume) que é uma mistura de compostos orgânicos e inorgânicos, nas suas formas dissolvidas e coloidais, formado durante a decomposição química dos resíduos, sendo um causador de contaminação dos solos. O percolado, lixiviado ou chorume pode ser caracterizado como a parte líquida da massa de resíduos, que percola através desta, carreando materiais dissolvidos ou suspensos, que constituirão cargas poluidoras ao meio ambiente. O chorume é composto pelo líquido que entra na massa de resíduos, proveniente de fontes externas, tais como sistema de drenagem superficial, chuvas, lençóis freáticos, nascentes e aqueles resultantes da decomposição dos resíduos sólidos.
Em termos ambientais, a disposição inadequada dos resíduos sólidos pode contribuir para a poluição do ar, das águas, do solo, estética e promover impactos negativos sobre a fauna e flora dos ecossistemas locais. Em relação aos aspectos sanitários, o principal problema está na proliferação de vetores, mecânicos ou biológicos, de importância à saúde pública, capazes de transmitirem diversas enfermidades ao homem.
2 DESENVOLVIMENTO
O solo é a camada mais fina da crosta terrestre e está presente em sua superfície externa, sendo um recurso finito, limitado e não renovável. De acordo com Haberli et al, (1991 apud. AZEVÊDO,2008) “A formação de uma camada de solo de 30 cm leva 1000 a 10000 anos a estar completa”, devido a essa lenta formação deve-se preservar o solo mantendo sua integridade física e química. A poluição desta camada fina é definida pela a adição de materiais que ao entrarem em contato com o solo provoca reações químicas que modificam suas características naturais comprometendo assim, sua utilização.
Para que o solo mantenha a sua capacidade de suporte dos princípios naturais, é basal que as suas características estruturais permaneçam em equilíbrio com os múltiplos sistemas ecológicos. A redução da biodiversidade nos solos torna-os mais vulneráveis à degradação, no entanto essa biodiversidade é constantemente utilizada como um indicador genérico de saúde ambiental.
O solo exerce uma grande diversidade de funções vitais, de caráter ambiental, ecológico, social e econômico, compondo um importante elemento paisagístico, patrimonial e físico para o crescimento de infra-estrutura e atividades humanas. No solo que encontramos a maior quantidade e multiplicidade de organismos vivos, que convém de reservatório de nutrientes.
As principais consequências proveniente da contaminação do solo são os seguintes itens: Perda de suas funções e qualidades devido a introdução de poluentes; desfertilização e saturação; alteração da tipologia; alteração da densidade e consistência e aptidão para drenagem natural; alteração da profundidade do solo; lixiviação de contaminantes provenientes de aterro e etc.
Para proteger e preservar a qualidade do solo necessita-se de tratar os resíduos domésticos e industriais; resguardando as florestas; utilizando materiais reciclados e produtos ecológicos.
Infelizmente, a maioria dos resíduos sólidos são depositados no solo sem qualquer controle ou tratamento. Na maioria dos municípios o lixo doméstico recolhido pelos caminhões coletores é levado para os lixões que não possuem as medidas de segurança necessárias que evitem a poluição do meio ambiente. De acordo com a PSNB Pesquisa Nacional de Saneamento 2000 (IBGE 2002), apenas 32,2% dos municípios brasileiros destinam adequadamente seus resíduos sólidos (13,8% em aterros sanitários e 18,4% em aterros controlados) e em 63,6% dos municípios são depositados em locais irregulares os vulgos “lixões”. Nesses locais o resíduo é simplesmente descarregado no solo. Essa disposição inadequada promove a contaminação do solo, do ar e das águas, além, de comprometer a saúde da população, devido a proliferação de doenças causando, portanto, impactos sócio-ambientais nas áreas onde são estabelecidas, geram mau-cheiro, desvalorização das áreas ao redor e a presença de catadores que passam a se estabelecer no local.
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