HISTÓRICO DA MULHER NA SOCIEDADE
Por: Pedro Henrique Araújo • 15/9/2016 • Monografia • 2.006 Palavras (9 Páginas) • 292 Visualizações
Histórico da mulher na sociedade
Pré-história
Na Pré-história, a figura feminina tinha um enorme peso na sociedade de todo o mundo. A mulher detinha o poder, porém, as sociedades eram nela centradas, devido à fertilidade.
A função reprodutora, que cabe à mulher, contudo, favoreceu o processo de subordinação ao homem, sendo ela considerada frágil, indefesa e incapaz de comandar o grupo familiar.
Antiguidade
Na antiguidade, a mulher também tinha um papel central, sendo considerada um ser sagrado, por possuir o “dom Divino” da reprodução. Além disso, o advento da agropecuária possibilitou o sedentarismo e a menor valorização da força física.
As mulheres eram valorizadas em algumas culturas s como sacerdotisas ou, mesmo, guerreiras (Amazonas).
Roma e a origem do patriarcado
A sociedade romana era centrada no casamento e na família, sendo a religião e o culto aos deuses seus. Eles garantiam poder “de vida e morte” do chefe da família (pai) sobre os filhos, escravos e a mulher.
Este fenômeno, chamado pater familias, tem sua origem nos povos hebreus, que foram os primeiros a chamar a Deusa Mãe de Pai ou Deus, centralizando o culto e a religião na figura masculina.
Idade Média
Mulheres tinham acesso a grande parte das profissões e direito a propriedade, chegando a estudar em universidades, ainda que em número muito inferior ao de homens.
Idade Moderna
Durante mais de 300 anos, a mesma Europa que viu nascer a Idade Moderna, presenciou a conquista do Novo Mundo, a ascensão da burguesia comercial e o fim do domínio feudal, fez das fogueiras um instrumento de repressão e morte para milhares de mulheres condenadas por bruxaria.
A frase seguinte, de ensaísta Richard Steel, descreve perfeitamente o papel da mulher na sociedade moderna:
“Uma mulher é uma filha, uma irmã, uma esposa, uma mãe, um mero apêndice da sociedade.”
Idade Contemporânea
Até o século XX, quando da transformação da obstetrícia, advento de métodos contraceptivos e controle da natalidade, as mulheres passavam grande parte de suas vidas grávidas.
A mulher era vista comoo um utensílio, com as funções de reprodução, criação dos filhos e afazeres domésticos.
A maneira como a mulher é vista e inserida na sociedade e no mundo do trabalho passa a mudar mais rapidamente com a eclosão do movimento feminista, que se manifesta no Brasil – tardiamente – nas duas primeiras décadas do século XX, observado, principalmente, nas greves de 1917, na Semana de Arte Moderna de 1922 e na fundação do Partido Comunista do Brasil.
Em 1932, as mulheres conquistam o direito ao voto no Brasil, mas é também nesta época que os padrões de domesticidade tornam-se ponto comum no meio social.
Neste período, lutou-se por mudanças na legislação trabalhista e igualdade salarial.
Entre os anos 30 e 60, ocorre a emergência de um movimento expressivo e organizado feminista, que questionou a opressão machista, a sexualidade feminina, entre outros tópicos. Ocorre também uma entrada maciça das mulheres no mercado de trabalho, impulsionada pelo “milagre econômico”.
A música teve um papel relevante neste processo, com o Movimento Tropicalista cantando o amor livre, Chico Buarque, a separação e tantos outros.
A mulher vem ocupando cada vez mais espaço na sociedade e no mercado de trabalho nos últimos anos, graças a fatores como:
- O crescimento da industrialização (relegando, em teoria, a força física à irrelevância);
- A redução da taxa de fertilidade, graças à modernização constante de métodos contraceptivos, que, contudo, continuam destinados somente às mulheres, delegando a elas, ainda, a responsabilidade pela prevenção;
- Maior nível de escolaridade apresentado pelas mulheres.
Não foi conquistada, contudo, a total igualdade de gênero, o que pode ser observado:
- Pela citada responsabilização da mulher pela prevenção à gravidez e pela criação dos filhos caso os tenha
- Pela já conhecida jornada dupla, extremamente comum nos lares brasileiros;
- Pela dificuldade de ingressar em algumas instituições militares;
- Pelo alto número de casos de violência (combatidos pela Lei Maria da Penha, 11.340) e feminicídios (Lei 13.104) registrados: no Brasil, a cada 12 segundos uma mulher é violentada, de acordo com uma pesquisa da Secretaria de Políticas para Mulheres do Governo Federal, a cada 10 minutos, uma mulher é estuprada, de acordo com o Mapa da Violência, e a cada 90 minutos uma mulher é assassinada, de acordo com o IPEA;
- Pela persistente presença da cultura do estupro na sociedade;
- Pela cobrança de valores inferiores na entrada de estabelecimentos, como casas noturnas e de shows: prática machista que usa as mulheres como “iscas” para atrair homens (que geralmente consomem mais) para o local;
- Pela desigualdade de salários: mulheres chegam a ganhar 30% a menos para o mesmo cargo na mesma empresa;
- Pela ideia persistente de que “calcalling” é um elogio a ser apreciado;
- Pela objetificação da mulher, aspecto cultural do Brasil, infelizmente palpável no sistema televisivo;
- Pela imposição de um padrão feminino ideal, desconsiderando a diversidade física e psicológica e a própria natureza humana da mulher, com suas particularidades;
- Pela falta de representação feminina (das minorias em geral) na política;
- Pela menor ocorrência de mulheres (das minorias em geral) em cargos de chefia;
- Pelo preconceito enfrentado quando se busca empregos ditos masculinos, o que apresenta ligação com o seguinte dado do IBGE:
Ainda hoje, existe grande concentração na ocupação de cargos por mulheres, que ocupam postos geralmente condizentes com a noção clássica do papel feminino:
80% das mulheres são professoras, cabeleireiras, manicures, funcionárias públicas ou da área da saúde, ou trabalhadoras domésticas – com maior contingente.
Papéis de gênero
Segundo definições de Anthony Giddens:
Sexo: define as diferenças anatômicas e fisiológicas que definem os corpos masculino e feminino;
Gênero: diz respeito às diferenças psicológicas, sociais e culturais entre homens e mulheres. O gênero está ligado a noções socialmente construídas de masculinidade e feminilidade e não é necessariamente um produto direto do sexo biológico de um indivíduo.
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