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História Do Transporte Rodoviário

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Por:   •  18/9/2014  •  Artigo  •  1.523 Palavras (7 Páginas)  •  289 Visualizações

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História do Transporte Rodoviário

A história do transporte rodoviário se confunde com a própria história de desenvolvimento do País. Afinal, pelas estradas brasileiras passam as principais riquezas da nação. Entretanto, apesar do sistema ser estratégico para a economia, a falta de investimentos nesse setor vem provocando a deterioração das rodovias, encarecimento da distribuição, entraves no crescimento, além de acidentes e mortes.

O desenvolvimento do Brasil está intimamente ligado à evolução do transporte rodoviário de cargas, que é indiscutivelmente o principal sistema logístico do País. A história desse segmento remonta há séculos, quando as primeiras civilizações já apresentavam necessidade de transportar alimentos, roupas e suprimentos necessários à sua sobrevivência.

Com o decorrer dos anos e o advento de novas tecnologias, os meios de transporte foram evoluindo, passando da tração animal até os modernos veículos que se locomovem atualmente pelos diversos países.

No Brasil, o grande marco da história do transporte rodoviário foi à chegada da Família Real ao Rio de Janeiro, em 1808, que provocou uma profunda mudança na estrutura na cidade e gerou uma nova demanda por transporte.

De lá para cá, as transformações no setor foram constantes. Os primeiros investimentos na infra-estrutura rodoviária brasileira ocorreram na década de 1920, durante o Governo de Washington Luís. Nesse mesmo período, surge na Alemanha o primeiro caminhão a diesel, que logo depois teve sua produção em série iniciada.

Essa época marca também a fabricação do primeiro caminhão no Brasil. Lançado em 1929, o veículo foi produzido pelos engenheiros mecânicos Prestes & Cia. Toda matéria-prima utilizada no caminhão, inclusive o motor, chassi, rodas e cárteres de aço, foi concebida com produtos nacionais. O principal construtor foi o Dr. José Augusto Prestes. O modelo era um auto- caminhão para cargas, com capacidade para sete toneladas e equipado com um motor de 60 HP.

Até os anos 20, o transporte de cargas e passageiros no País era concentrado no sistema ferroviário. O transporte rodoviário era visto ainda como dispendioso e demorado. Esse cenário permaneceu até o início do declínio das ferrovias, que começou com a crise mundial de 1929. Nessa época, o principal produto transportado pelas ferrovias, o café, deixou de ser um negócio rentável. Além disso, com a Segunda Guerra Mundial, as ferrovias brasileiras entraram em declínio e saturação total.

Foi quando os governos decidiram investir na construção de estradas de rodagem. A justificativa era de que esse tipo de sistema seria uma forma mais rápida e de menor custo para a integração física do território brasileiro. Com isso, o rodoviarismo foi ganhando força no País.

As primeiras grandes rodovias

Com o aquecimento das atividades industriais no Brasil e no mundo, nos anos 1950 o setor viveu seu ápice. Aproveitando o desenvolvimento da indústria automobilística mundial, que crescia a passos largos, o presidente Juscelino Kubitschek torna-se o responsável pela instalação de grandes fabricantes de automóveis no Brasil. O discurso usado para atrair as montadoras era, justamente, o apoio do Governo à construção de rodovias.

A partir daí, com o crescimento das cidades, que favoreceu a expansão da malha rodoviária brasileira, houve uma grande evolução no setor, não só em termos de extensão de estradas, mas principalmente no papel que o sistema rodoviário passou a ter na economia e no espaço geográfico brasileiro, uma vez que conseguia integrar as diversas regiões.

Foram justamente nessa época que o Brasil ganhou grandes rodovias, como a Transamazônica, que começa na cidade de João Pessoa/PB e deveria chegar até a fronteira do Peru; a Brasília-Acre, integrando internamente o Centro-Oeste e chegando até a região amazônica na sua parte ocidental; a Cuiabá-Santarém, ligando o Mato Grosso ao Estado do Amazonas; a Porto Velho - Manaus, ligando Rondônia ao Estado do Amazonas; entre outras. No Sudeste, a primeira grande estrada foi a Rodovia Presidente Dutra (Via Dutra), ligando as duas principais metrópoles do País.

Em 1970, novos fatos políticos mudaram o cenário mundial. Com a eclosão da crise do petróleo, os países mais desenvolvidos buscaram desenvolver uma política visando aperfeiçoar o transporte urbano nas grandes cidades, bem como procurar soluções alternativas para a crise de abastecimento de suas frotas rodoviárias.

No Brasil, o reflexo da crise veio nas décadas de 1980 e 1990, quando se limitou obras de vulto no setor, provocando uma deterioração do sistema rodoviário.

Riqueza sobre rodas

Nos últimos anos, o transporte rodoviário de cargas tem aumentado substancialmente no Brasil, com o crescimento do número de empresas transportadoras que atuam no segmento. O País conta com uma rede de 1.751.868 quilômetros de estradas e rodovias nacionais (a quarta maior do mundo), por onde passam 56% de todas as cargas movimentadas no território brasileiro.

Temos também autoestradas. Cerca de 10 mil quilômetros do sistema rodoviário brasileiro é composto por esses tipos de vias, localizadas principalmente no Estado de São Paulo.

Mas, apesar de ser o principal sistema logístico, o transporte rodoviário de cargas sofre com as más condições das estradas. O fato é que a falta de manutenção do sistema viário gera custos de distribuição, que encarecem o sistema logístico nacional, bem como facilitam a sonegação fiscal e, conseqüentemente, a escassez de investimentos neste modal.

Para se ter ideia, cerca de 30% de toda a extensão da malha viária brasileira está danificada pela falta de manutenção. Além disso, existem muitas vias sem pavimentação, especialmente em parte relevante das ligações interurbanas no País. Em algumas regiões de grande demanda, especialmente no Norte e Nordeste, o transporte ainda ocorre por estradas de terra ou com estado de conservação precário. Isso provoca prejuízos para o transporte de cargas, bem como acidentes e mortes.

O estado geral das rodovias brasileiras é também ruim nas vias federais devido ao alto trânsito de veículos. Os caminhões geralmente trafegam com carga superior a permitida, e não há balanças para pesagem.

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