Logística Humanitária
Por: carolver • 17/10/2016 • Trabalho acadêmico • 2.647 Palavras (11 Páginas) • 497 Visualizações
LOGISTICA HUMANITÁRIA
- INTRODUÇÃO
A logística humanitária visa à mobilização de pessoas a fim de buscar conhecimentos e recursos para o auxilio e a assistência humanitária para as comunidades que foram afetadas por desastres, segundo Teixeira (2013).
De acordo com Thomas e Mizushima (2005), para efetuar essa logística é necessário realizar processos de planejamento, implementação e controle da eficácia, fluxo eficiente de custos, armazenagem e movimentação de bens, materiais e informações.
Segundo Akhtar et al (2012), é quase impossível para uma organização individual preencher todas as necessidades da população afetada ou reconstruir a infraestrutura atingida, sendo necessário a atuação de uma grande diversidade de atores envolvidos, afinal, a soma das capacidades individuais potencializam a capacidade total de atendimento.
O objetivo desse artigo é a analisar os processos envolvendo a logística humanitária e como esta sendo aplicada no Brasil e no mundo.
- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A logística humanitária se dá através da logística com a cadeia de suprimentos, com o objetivo de diminuir o tempo e distancia dos serviços e movimentação de materiais. Santos, Villa e Burgarelli (2012, p.3) diz que “A logística humanitária é a função que visa o fluxo de pessoas e materiais de forma adequada e em tempo oportuno na cadeia de assistência, com o objetivo principal de atender de maneira correta o maior número de pessoas”. Ela é composta por um planejamento de controle de fluxo envolvendo o transporte, armazenamento, rastreamento, monitoramento e etc. especializado em catástrofes.
De acordo com Fernando, Salazar, Judith, Cavazos, Gabriel e Vargas, um dos principais fatores é o sistema de alimentos transformado em uma cadeia de produção para consumo, onde os alimentos devem ir aos mais necessitados. Essas cadeias de ajuda são sem fins lucrativos com foco nos alimentos, agua, produtos médicos e outros. Eles enfatizam que as cadeias de fornecimento são de extrema importância, onde a resposta é mais rápida para o local afetado, iniciando-se assim a fase de reconstrução e inventário estratégico com uma logística adequada.
“De maneira geral, a logística humanitária propõe o uso efetivo dos conceitos logísticos adaptados às especificidades da cadeia de assistência humanitária. Esses conceitos podem ser o grande diferencial no sentido de maximizar a eficiência e o tempo de resposta à situação de emergência.” (Santos, Villar e Burgarelli, 2012). Comparados com os processos logísticos conhecidos hoje em dia, alguns pontos de maiores desafios e importâncias na aplicação da logística humanitária são: ligados à infraestrutura, localização de centrais de assistência, distribuição de recursos, coordenação de processos. Quando comparados a logística empresarial é feita uma adaptação a logística humanitária como mostra a tabela abaixo:
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Tabela: Comparação entre logística humanitária e logística empresarial
Fonte: http://www.simpoi.fgvsp.br/arquivo/2012/artigos/E2012_T00038_PCN66459.pdf
De acordo com Coelho (2009) a logística humanitária possui 2 etapas.
A primeira é sobre a preparação, onde a informação é o principal aspecto, como inicialmente é necessário saber a demanda sobre a população atingida, conhecimento sobre os locais que foram atingidos com o objetivo de tentar diminuir o impacto do desastre, ou seja, prevenindo-o.
A segunda etapa é a ação rápida, onde através da informação obtida anteriormente, facilita a movimentação e a agilidade na busca de ajuda para os necessitados. Para facilitar o processo é necessário ter uma entidade que cuidará especificamente dos desastres, havendo uma hierarquia para melhores tomadas de decisões, sendo elas de ajuda, resgate centros de emergência, etc.
Os fatores de extrema importância que devem ser considerados, como a localização, é fundamental para a rapidez no atendimento do local, junto aos custos de instalação e transporte. Esses transportes são inicialmente aviões e helicópteros, pois além da agilidade cobrem uma área maior de atuação principalmente em lugares inacessíveis, onde também envolve custos. Outro fator importante são os locais de coleta de doações que devem ser estabelecidos previamente e divulgados, onde a distribuição é feita em pequenos lotes para toda uma região atingida.
De acordo com Leandro (2013), o aumento da população e os ataques da natureza com relação ao desenvolvimento dela, torna a gestão de desastres ambientais um fator necessário e importante, pois trata como deverá ser mobilizado um país a partir de uma possível situação de desastre natural. Inicialmente o autor explica que alguns países como Canadá, Austrália, Estados Unidos e Nova Zelândia tratam a gestão em três estágios como mostra a figura abaixo:
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Imagem: Modelo de três fases
Fonte: http://www.ibeas.org.br/congresso/Trabalhos2013/XI-046.pdf
As três fases são:
- “Preparação - abrange atividades de planejamento que antecedem a ocorrência do evento e objetivam melhorar a capacidade de resposta operacional durante uma emergência, visando à prevenção do desastre” (Leandro, 2013)
- “Resposta – refere-se ao evento em progresso, a qual abrange a coordenação dos recursos disponíveis de forma imediata antes, durante ou após a emergência, visando reduzir perdas materiais e humanas” (Leandro, 2013)
- “Recuperação – caracteriza-se pelo restabelecimento dos sistemas afetados e o retorno às atividades no nível anterior ao desastre, se possível com melhorias” (Leandro, 2013)
Porém de acordo com Leandro (2013), a logística humanitária não pode ser tratada como um assunto linear, principalmente pelo fato que deve-se aprender com os desastres e tornar isso um ciclo. Como mostra a figura abaixo.
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Imagem: Ciclo contínuo de gestão de desastres
Fonte: http://www.ibeas.org.br/congresso/Trabalhos2013/XI-046.pdf
As atividades de toda uma logística humanitária muitas vezes parecem ser dispersas, porém todas estão ligadas para uma melhor prevenção ou melhor atendimento aos necessitados, com enfoque sempre nas áreas mais afetadas e sempre que possível haverá um aprendizado a cada desastre que ocorreu para melhorar sua logística humanitária.
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